03/05/2012 - A Voz do Brasil
03/05/2012 - A Voz do Brasil
O Ministério da Saúde anunciou novas regras para o repasse de dinheiro aos hospitais que fazem transplantes pela rede pública de saúde. Quanto mais tipos de transplantes um hospital fizer, maior será o incentivo podendo chegar até 60% a mais no orçamento. Na 2ª quinzena de maio o Ministério da Saúde começa a distribuir 20 milhões de camisinhas femininas para aumentar a proteção das mulheres contra a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis. O deputado federal Brizola Neto, do PDT do Rio de Janeiro, tomou posse hoje no Ministério do Trabalho e Emprego e defendeu a modernização nas relações entre patrões e empregados. Tudo isso você ouviu hoje na Voz do Brasil.
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Publicado em 09/12/2016 18:23
Apresentadora Kátia Sartório: Governo anuncia mudanças no rendimento da caderneta de poupança. Os depósitos feitos até hoje não vão ser atingidos.
Apresentador Luciano Seixas: Hospitais vão receber esse ano mais de R$200 milhões do Ministério da Saúde para fazer transplantes.
Kátia: Brizola Neto é o novo ministro do Trabalho.
Luciano: Quinta-feira, 03 de maio de 2012.
Kátia: Está no ar a sua voz.
Luciano: A nossa voz.
Kátia: A Voz do Brasil.
Luciano: Boa noite! Aqui, nos estúdios da EBC Serviços, eu, Luciano Seixas, e Kátia Sartório.
Kátia: O Ministério da Saúde anunciou novas regras para o repasse de dinheiro aos hospitais que fazem transplantes pela rede pública de saúde.
Luciano: Segundo o Ministério da Saúde, o estímulo pode significar até 60% a mais no orçamento dos hospitais para este tipo de procedimento. Quanto mais tipos de transplantes um hospital fizer, maior será o incentivo.
Kátia: A medida foi publicada hoje no Diário Oficial da União. Priscila Machado tem os detalhes.
Repórter Priscila Machado (Brasília-DF): Em 2011, o Brasil alcançou recorde de transplantes realizados pelo Sistema Único de Saúde. Foram mais de 23 mil. Há dez anos, o número era de cerca de 10 mil procedimentos. Hoje, existem em todo o país 680 centros especializados em transplantes. Agora, o Ministério da Saúde quer incentivar que um mesmo hospital realize transplantes de vários órgãos. Por exemplo, se forem feitos quatro ou mais procedimentos diferentes, será dado um incentivo financeiro de até 60% dos gastos como a cirurgia, como explica Helvécio Magalhães, secretário nacional de Atenção à Saúde.
Secretário Nacional de Atenção à Saúde - Helvécio Magalhães: É um estímulo a que o hospital faça mais transplante e faça transplante de vários órgãos, torne mais complexo, e aí vamos ter naturalmente uma ampliação do número de transplantes crescendo mais ainda, reduzindo a fila; nós temos reduzido a fila, mas ainda temos mais de 23 mil pessoas na fila. Pretendemos, em vários lugares do país, zerar, por exemplo, a fila por transplante de córnea, que é muito importante dentro do grande plano que estamos fazendo na oftalmologia, mas também precisamos avançar no coração, no fígado, no pâncreas e rins, em especial. Então, esse estímulo vai ser determinante no nosso entendimento, ouvindo os serviços, ouvindo as universidades, ouvindo as entidades médicas, e essa foi uma decisão que achamos muito acertada do Ministério.
Repórter Priscila Machado (Brasília-DF): A medida vai garantir recursos para transplantes no valor de R$ 217 milhões só para este ano. O Ministério da Saúde quer, também, incentivar os procedimentos mais complexos, como o de coração, fígado e pulmão. E para que mais cirurgias sejam feitas, ainda é preciso aumentar o número de doadores, como explica o coordenador de Transplante Renal do Hospital Universitário de Brasília, Giuseppe Gatto.
Coordenador de Transplante Renal do Hospital Universitário de Brasília - Giuseppe Gatto: É um pouco complicado quando você só tem um fazendo esse tipo de atendimento, porque a pressão é muito grande, a demanda é muito grande, e a gente precisa aumentar o número de transplantes, sim. O problema nosso de aumentar o número de transplantes é que nós precisamos aumentar o nosso número de doadores de órgãos. O nosso grande limitante é a doação de órgãos.
Repórter Priscila Machado (Brasília-DF): Ano passado, o governo federal investiu R$ 1,3 bilhão em cirurgias de transplantes, valor quatro vezes maior do que em 2003. De Brasília, Priscila Machado.
Luciano: Também foi publicada hoje, no Diário Oficial da União, uma Portaria do Ministério da Saúde que estabelece o número máximo para doadores voluntários de medula óssea por estado.
Kátia: Antes, esse número era ilimitado, agora é de, no máximo, 267 mil voluntários.
Luciano: Com a medida, o Ministério da Saúde espera que o material que for coletado dos doadores seja de melhor qualidade.
Kátia: Na segunda quinzena de maio, o Ministério da Saúde começa a distribuir 20 milhões de camisinhas femininas para aumentar a proteção das mulheres contra a Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Luciano: A distribuição dos preservativos foi definida em conjunto com as Secretarias Estaduais de Saúde, levando-se em consideração critérios como a vulnerabilidade das mulheres às doenças sexualmente transmissíveis, Aids e hepatites virais.
Kátia: As camisinhas foram adquiridas pelo Ministério da Saúde por R$27,3 milhões. É a primeira compra que o governo brasileiro faz de preservativos femininos de terceira geração fabricados com borracha nitrílica, um material antialérgico, macio e mais fino do que o látex, que é usado nos preservativos tradicionais.
Luciano: A gerente da Área de Direitos Humanos, Riscos e Vulnerabilidade do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Elen Zita, explica que a intenção é que as mulheres sejam cada vez mais independentes na hora de se protegerem em relações sexuais.
Gerente da Área de Direitos Humanos, Riscos e Vulnerabilidade do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde - Elen Zita: A gente tem trabalhado, emponderado a mulher no sentido de ela saber negociar o uso dos dois preservativos. O que a gente quer é que ela não faça sexo sem proteção. Então, você empodera a mulher de alguma forma, dá um insumo disponível na mão dela, para que ela faça desse insumo uma negociação de proteção. Então, o que a gente quer é fortalecer o campo da prevenção. Se vai fazer sexo, faça sexo protegido.
Kátia: A camisinha feminina tem dois anéis flexíveis. Em uma ponta fica o anel móvel, que deve ser pressionado e introduzido na vagina até o colo do útero; na extremidade oposta, o segundo anel dever ficar aberto, protegendo a parte externa da vagina.
Luciano: Em caso de dúvidas na hora de colocar o preservativo feminino, a mulher deve procurar um ginecologista ou um profissional de saúde.
Kátia: O deputado federal Brizola Neto, do PDT, do Rio de Janeiro, tomou posse hoje no Ministério do Trabalho e Emprego e defendeu a modernização nas relações entre patrões e empregados.
Luciano: Na posse, a presidenta Dilma Rousseff destacou que o país vive um momento de criação de empregos com carteira assinada, ao contrário de países desenvolvidos que estão em crise e com altas taxas de desemprego.
Kátia: Dilma também afirmou que um dos desafios do país é reduzir a taxa de juros. Ricardo Carandina.
Repórter Ricardo Carandina (Brasília-DF): Na cerimônia de posse, hoje, no Palácio do Planalto, o novo ministro do Trabalho, Brizola Neto, falou sobre as conquistas sociais dos últimos anos. O ministro disse que o Estado deve atuar na defesa dos trabalhadores e que as relações entre patrões e empregados devem ser modernizadas.
Ministro do Trabalho - Brizola Neto: Necessitamos que a presença do Estado nessas funções reguladoras se atualize, que se agilize e que se simplifique, mas também que avance no caminho da valorização do trabalho, da dignificação do trabalhador e no entendimento de que é ele o ser humano, o princípio e o fim de toda atividade econômica.
Repórter Ricardo Carandina (Brasília-DF): No discurso de boas-vindas ao novo ministro, a presidenta Dilma Rousseff relembrou a história do Ministério do Trabalho, que foi criado pelo ex-presidente Getúlio Vargas e foi comandado por João Goulart, tio-avô do atual ministro. Dilma Rousseff também homenageou Leonel Brizola, e disse que é significativo ter o neto dele como ministro do Trabalho. A Presidenta afirmou, ainda, que o Brasil não está enfrentando problemas, como os Estados Unidos e a Europa, onde a taxa média de desemprego passa dos 10% e os trabalhadores vêm perdendo direitos, mas Dilma Rousseff disse que existem três desafios a vencer.
Presidenta Dilma Rousseff: Queremos um país com taxas de juros compatíveis com as aquelas praticadas no mercado internacional. Queremos que o nosso câmbio não seja objeto de políticas expancionistas, monetárias expancionistas, que, de forma artificial, sobrevalorizarem a moeda brasileira e tomem também de forma artificial os nossos produtos um pouco competitivos, é a chamada amarra do câmbio. E queremos que o país tenha impostos mais baixos para assegurar a produtividade dos seus produtos, dos seus processos de trabalho. Ao invés de tirar direitos sociais e de precarizar as relações de trabalho, nós queremos um país estável e que possa crescer através de um caminho, que é o caminho da educação e da capacitação do nosso trabalhador.
Repórter Ricardo Carandina (Brasília-DF): Brizola Neto é filiado ao PDT, o Partido Democrático Trabalhista. Ele tem 33 anos, foi vereador e secretário de Trabalho do Rio de Janeiro e exerce o segundo mandato como deputado federal. De Brasília, Ricardo Carandina.
Luciano: E ainda falando em trabalho, uma das principais preocupações do governo é garantir emprego para os jovens brasileiros.
Kátia: Por isso, a Secretaria Nacional da Juventude, o Ministério do Trabalho e a Organização Internacional do Trabalho, OIT, promovem hoje e amanhã, aqui, em Brasília, o Fórum Nacional Trabalho Decente para os Jovens.
Luciano: Os resultados desse fórum vão ser levados para dois encontros da OIT em Genebra, na Suíça.
Repórter Mara Kenupp (Brasília-DF): Paulo Henrique da Silva Garcia tem 17 anos e se orgulha da carteira de trabalho assinada. Ele faz parte do Programa Jovem Aprendiz do governo federal. Ganha um salário mínimo para trabalhar quatro horas num banco. Ele afirma que o tempo que sobra divide entre a escola e os cursos que a empresa oferece.
Paulo Henrique da Silva Garcia: É difícil porque, por questão do tempo, que é muito corrido, eu tenho que... Assim que eu sair já de lá, eu já tenho que vir para cá, correr, tomar um banho rapidinho e estudar. Assim, mas é lucrativo porque eu sei que no futuro vai me gerar um futuro melhor.
Repórter Mara Kenupp (Brasília-DF): De acordo com o IBGE, os jovens representam 28% da população brasileira, ou seja, 53 milhões de pessoas. Trinta e cinco milhões estão no mercado de trabalho, 15% trabalham e estudam. E o governo está preocupado em criar condições para emprego digno e estudo de qualidade para mais pessoas. Por isso, governo e OIT, a Organização Internacional do Trabalho, realizam o Fórum Nacional sobre Trabalho Decente para os Jovens. Durante dois dias, empresários e representantes de organizações juvenis vão discutir os desafios profissionais de jovens na faixa etária entre 15 e 29 anos. A diretora da Organização Internacional do Trabalho no Brasil, Laís Abramo, disse que outro objetivo do fórum é encontrar soluções para o desemprego entre os jovens.
Diretora da Organização Internacional do Trabalho no Brasil - Laís Abramo: Nós estamos numa situação com baixas taxas de desemprego, com o aumento do emprego formal, o que é muito positivo, mas, mesmo nessa situação, os jovens estão numa situação de desvantagem, em especial as jovens mulheres e, em especial, as jovens mulheres negras, indígenas e os que vivem na zona rural.
Repórter Mara Kenupp (Brasília-DF): Já a secretária nacional da Juventude, Severine Macedo, explica o que é um trabalho decente para a juventude.
Secretária Nacional da Juventude - Severine Macedo: E a gente precisa, junto com a gente, um trabalho decente, colar a discussão da geração de emprego, que qualidade de emprego, que condições de conciliação do trabalho, da educação, do tempo livre, do direito ao lazer, à cultura, ou seja, o jovem tem que ter direito a viver o desenvolvimento integral. Não podemos pensar o jovem só como tem que ter acesso a mercado de trabalho, nem só para com quem tem que ir para a escola, tem que ser um conjugado desse conjunto de ações que permita uma inserção digna no mercado de trabalho, uma inserção digna dele na sua vida como um todo, é a condição de suas trajetórias de maneira autônoma, que proporciona ao jovem uma inserção melhor do que os nossos pais, nossos avós tiveram.
Repórter Mara Kenupp (Brasília-DF): Os resultados do fórum vão ser levados para duas conferências da OIT em Genebra, na Suíça. Mais informações em www.secretariageral.gov.br. De Brasília, Mara Kenupp.
Luciano: Sete e treze.
Kátia: O governo anunciou agora há pouco mudanças na caderneta de poupança. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, com as novas regras, o rendimento da poupança vai ser de acordo com a taxa básica de juros, a Selic, definida pelo Banco Central. O repórter Adilson Mastelari está no Palácio do Planalto e tem mais informações ao vivo. Boa noite, Adilson.
Repórter Adilson Mastelari (ao vivo): Boa noite, Kátia. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesse momento, continua concedendo entrevista coletiva à imprensa, no Palácio do Planalto, e ele explicou que houve uma pequena mudança que não afeta os interesses dos poupadores. Até as aplicações de hoje, as regras permanecem exatamente as mesmas. Mantega diz que não vai haver prejuízo para ninguém e que as cadernetas vão continuar com as mesmas vantagens.
Ministro da Fazenda - Guido Mantega: Todas aquelas cadernetas de poupança com depósitos feitos até o dia de hoje, as regras da poupança ficam exatamente como estão, ou seja, a remuneração da poupança é exatamente a mesma de hoje e os benefícios que a poupança traz são exatamente os mesmos.
Repórter Adilson Mastelari (ao vivo): Bem, e o ministro disse que essas mudanças passam a valer nas aplicações de poupança a partir de amanhã, portanto nessa sexta-feira. E ela sempre vai ocorrer... Quando reduzir a taxa da Selic de 8,5%, vai haver um novo cálculo, como explicou o ministro.
Ministro da Fazenda - Guido Mantega: Quando o Banco Central resolver reduzir a taxa Selic para 8,5, ou abaixo de 8,5, então o que se altera é a remuneração. A remuneração passará a ser um percentual da Selic, 70% da Selic mais a TR. Então, por exemplo, digamos que a Selic seja reduzida pelo Banco Central a 8%. Então, a remuneração será 70% de 8%, que dá 5,6.
Repórter Adilson Mastelari (ao vivo): Kátia e Luciano, e por que essa mudança? O ministro Mantega explicou que é por causa do novo cenário econômico mundial e do país com as quedas nas taxas de juros, para não prejudicar a rentabilidade dos outros investimentos, o que poderia comprometer a política monetária do Banco Central e não seria possível continuar com as reduções nas taxas de juros, como vem insistindo a presidenta Dilma Rousseff, por isso o governo adotou essa nova regra para a poupança a partir de agora. Kátia.
Kátia: Obrigada, Adilson Mastelari, que falou ao vivo do Palácio do Planalto, aqui, na “Voz do Brasil”.
Luciano: Começou hoje, aqui, em Brasília, a segunda edição da Conferência Diálogos Federativos Rumo à Rio+20, evento que vai discutir como proteção ambiental e crescimento econômico podem caminhar juntos. Icaro Matos acompanhou e tem os detalhes.
Repórter Icaro Matos (Brasília-DF): Representantes de todos os estados brasileiros estão reunidos em Brasília para debater o desenvolvimento sustentável de olho nos biomas brasileiros, como o pantanal, a Mata Atlântica, o cerrado e a Floresta Amazônica. Segundo Fernando Lyrio, assessor extraordinário do Ministério do Meio Ambiente para a Rio+20, essa é mais uma fase de preparação para a conferência.
Assessor extraordinário do Ministério do Meio Ambiente para a Rio+20 - Fernando Lyrio: A gente conseguiu reunir aqui todos os estados da Federação e juntar as áreas de governo que constituem as dimensões essenciais do desenvolvimento, que é a área ambiental, a área econômica, a área de planejamento e a área social.
Repórter Icaro Matos (Brasília-DF): A economia verde é um dos temas centrais da conferência. Experiências desenvolvidas nessa área por estados e municípios estão sendo apresentadas num encontro preparatório em Brasília. Um dos projetos é na Bahia, que investe em energia eólica, a produção de eletricidade usando o vento, e também no zoneamento econômico ecológico. Quem explica é Edson Valadares, coordenador do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia.
Coordenador do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia - Edson Valadares: Nos próximos cinco anos, a Bahia será o estado com maior parque aeólico do país; assim como o planejamento, através do zoneamento econômico e ecológico, onde as empresas que chegarem no estado poderão saber onde elas podem se implantar, em que lugares não podem se implantar. Em cada bioma, nós teremos um plano mestre trabalhando o que pode e o que não pode ser desenvolvido.
Repórter Icaro Matos (Brasília-DF): A segunda edição dos Diálogos Federativos acaba amanhã, e mais dois encontros estão previstos: um antes da Rio+20 e outro durante o evento, que vai ser de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro. De Brasília, Icaro Matos.
Kátia: E falando ainda em Rio+20, Luciano, a conferência vai ter um documento final, chamado “O Futuro que Queremos”.
Luciano: Isso mesmo, Kátia. E o texto já está sendo discutido e traz dez metas globais para alcançar a sustentabilidade. João Fagundes Neto.
Repórter João Fagundes Neto (Brasília-DF): A Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, está marcada para junho, no Rio de Janeiro. Ao final do encontro, será apresentado um documento oficial, mas as discussões já começaram há mais de um ano. Até o fim da Rio+20, o texto pode sofrer modificações. O Brasil faz parte do grupo de países que busca consenso sobre contribuições vindas de governos, organizações não governamentais e empresas de todo o mundo reunidas no documento. Intitulado “O Futuro que Queremos”, o texto se baseia em dois grandes eixos: governança ambiental e desenvolvimento sustentável. O embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe do Brasil para a Rio+20, explica que as medidas vão contribuir para um mundo melhor nas próximas duas décadas.
Negociador-chefe do Brasil para a Rio+20 - embaixador André Corrêa do Lago: A Rio+20 vai decidir direções muito importantes que não estão sendo tomadas porque, infelizmente, o mundo está muito concentrado no curto prazo. A Rio+20 vem trazer a questão do longo prazo, do que nós temos que fazer hoje já pensando para os próximos 20 anos.
Repórter João Fagundes Neto (Brasília-DF): O documento “O Futuro que Queremos” traz dez objetivos globais de desenvolvimento sustentável. Se assumidos pelos governos dos países-membros da ONU, no fim da conferência passam a valer a partir de 2015, com prazo para serem alcançados até 2030. Entre eles está a erradicação da pobreza extrema, segurança alimentar e acesso a emprego adequado. O representante da FAO no Brasil, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, Helder Muteia, defende a mudança de padrões de consumo e produção sustentável.
Representante da FAO no Brasil - Hélder Muteia: O planeta deve servir as gerações vindouras e nós não devemos destruí-lo, porque destruindo, quebrando esse ciclo, nós teremos impedindo que nossos filhos, nossos netos, aqueles que são nossos descendentes possam ter um planeta habitável; teremos a passar uma dívida muito grande para eles.
Repórter João Fagundes Neto (Brasília-DF): O sociólogo e professor da Universidade de Brasília, Elimar Nascimento, faz pesquisas sobre desenvolvimento sustentável global. Para ele, além dos compromissos assumidos pelos governantes, é preciso envolvimento de toda a sociedade para garantir a conservação do meio ambiente.
Sociólogo e professor da Universidade de Brasília - Elimar Nascimento: Não basta os governos dizerem ou se comprometerem com metas se a sociedade não aderir. É preciso adesão empresarial, é preciso adesão da academia, é preciso adesão dos movimentos sociais, dos sindicatos, das associações. Esse é um ponto forte e é importante porque o Brasil tem uma excelente imagem sobre os pontos de vista. As políticas sociais brasileiras são, hoje, uma referência no mundo.
Repórter João Fagundes Neto (Brasília-DF): Para conhecer as principais discussões a respeito dos dez objetivos de desenvolvimento sustentável, acesse www.rio20.gov.br. Com colaboração de Daniela Almeida, de Brasília, João Fagundes Neto.
Kátia: Quem é que não gosta de uma comida baiana, Luciano, e sabe muito bem que o azeite de dendê está lá, né?
Luciano: É isso mesmo, Kátia. Esse tipo de óleo é feito das sementes do dendezeiro, uma palmeira originária da Costa Leste da África. Lá, ela é encontrada desde o Senegal até a Angola.
Kátia: O óleo de dendê, que é consumido há mais de 5 mil anos. Essa tradição foi trazida para o continente americano no século 15, época em que havia tráfico de escravos entre a África e o Brasil.
Luciano: De lá para cá, o azeite de dendê passou a fazer parte da culinária da Bahia, e não é difícil encontrá-lo em outros estados, principalmente no Nordeste do país.
Kátia: E o óleo da planta vem sendo usado também na fabricação de biodiesel, e a Embrapa Agroenergia pesquisa agora como aproveitar as cascas das sementes do dendê para reforçar a borracha de pneus, uma medida que pode ajudar a preservar o meio ambiente. Paulo La Salvia explica.
Repórter Paulo La Salvia (Brasília-DF): Um tipo de biodiesel que ganha espaço é produzido com dendê. A Embrapa Agroenergia já descobriu que ele rende mais óleo do que a soja numa mesma área plantada. A diferença em volume a favor do biodiesel na base de dendê pode chegar a 12 vezes. A planta também está despertando um novo interesse da ciência: a celulose dos cachos do dendê pode ser utilizada como reforço para a borracha dos pneus. A vantagem em relação à borracha, que hoje é utilizada na fabricação dos pneus dos carros, por exemplo, é que a celulose do cacho do dendê é mais fácil de ser absorvida pela natureza, causando menos degradação. É o que explica a analista da Embrapa Agroenergia, Larissa Andreani.
Analista da Embrapa Agroenergia - Larissa Andreani: A vantagem é mais ambiental, porque a gente está substituindo a borracha vulcanizada, que tem um descarte complicado ambientalmente falando, quando ela é queimada pode produzir alguns componentes que causam a chuva ácida; e a gente estaria substituindo, então, essa borracha vulcanizada por uma borracha de origem natural.
Repórter Paulo La Salvia (Brasília-DF): E se depender da quantidade de borracha que pode ser produzida com celulose da fibra do dendê não vai faltar pneus menos poluentes no mercado. A cada tonelada de óleo de dendê, sobra pouco mais de uma tonelada de cachos da planta. Segundo o Ministério da Agricultura, a maior parte do dendê produzido no Brasil vem da Bahia. O estado tem disponíveis mais de 750 mil hectares de área para o cultivo. De Brasília, Paulo La Salvia.
Luciano: O programa “Bom Dia, Ministro” desta quinta-feira recebeu o advogado-geral da União, o ministro Luís Inácio Adams.
Kátia: Adams informou que a AGU e o Tribunal de Contas da União estão trabalhando juntos para assessorar os órgãos envolvidos na construção de estádios da Copa do Mundo de 2014 e que os investimentos feitos até agora para viabilizar as obras não apresentam problemas.
Advogado-Geral da União - ministro Luís Inácio Adams: Todos os estádios tem havido correção com trabalho conjunto com o TCU, a AGU presta assessoramento jurídico a todos os órgãos que estão envolvidos, principalmente o Ministério dos Esportes, que coordena e auxilia esse processo. E no caso desses estádios, nós temos conseguido superar todos os entraves jurídicos e viabilizado a construção. Então, nós não temos dúvida quanto à qualidade jurídica dos investimentos que estão sendo realizados.
Luciano: A Polícia Federal desarticulou hoje uma quadrilha acusada de tráfico internacional de cocaína.
Kátia: As prisões ocorreram na Paraíba, em Santa Catarina, São Paulo, no Rio Grande do Sul e no Paraná.
Luciano: As investigações começaram em novembro do ano passado, quando foram descobertos indícios de que os traficantes escondiam cocaína em contêineres no Porto de Paranaguá, no Paraná.
Kátia: De acordo com a Polícia Federal, a droga era enviada a outros países, como Bélgica e Espanha. E durante as investigações, os policiais desses países apreenderam mais de 100 quilos de cocaína que saíram do Porto de Paranaguá.
Luciano: Você ouviu hoje na “Voz do Brasil”.
Kátia: Hospitais vão receber esse ano mais de R$ 200 milhões do Ministério da Saúde para fazer transplantes.
Luciano: Governo anuncia mudanças no rendimento da caderneta de poupança. Depósitos feitos até hoje não serão atingidos.
Kátia: Brizola Neto é o novo ministro do Trabalho.
Luciano: Esse foi o noticiário do Poder Executivo, uma produção da equipe de jornalismo da EBC Serviços.
Kátia: Nós voltamos amanhã. Boa noite!
Luciano: Fique agora com as notícias do Poder Judiciário e do Congresso Nacional. Boa noite a todos e até amanhã!