03/10/2011 - A Voz do Brasil
03/10/2011 - A Voz do Brasil
A presidenta Dilma Rousseff se encontrou hoje com o primeiro-ministro da Bélgica, Yves Leterme, em Bruxelas, para discutir a crise financeira internacional. Eles assinaram acordos de cooperação bilateral, em áreas como educação, ciência e tecnologia. O desmatamento na Amazônia Legal registrou em agosto o menor nível para o mês desde quando a pesquisa foi iniciada, em 2004. Segundo os dados do Ministério do Meio Ambiente, em relação a agosto do ano passado, a queda foi de 38%. O Ministério da Saúde lançou hoje o Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso que vai funcionar com uma página na internet e deve contribuir para melhorar as políticas públicas nessa área. Tudo isso você ouviu hoje na Voz do Brasil.
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Duração:
Publicado em 09/12/2016 18:23
Apresentadora Edla Lula: Presidenta Dilma assina acordo de cooperação na Bélgica e destaca experiência do Brasil para combater a crise financeira na Europa.
Apresentador Luciano Seixas: Desmatamento na Amazônia em agosto é o menor para o mês, desde 2004.
Edla: Ministério da Saúde lança Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso.
Luciano: Segunda-feira, 3 de outubro de 2011.
Edla: Está no ar a sua voz.
Luciano: A nossa voz.
Edla: A Voz do Brasil.
Luciano: Boa noite! Aqui, nos estúdios da EBC Serviços, eu, Luciano Seixas, e Edla Lula.
“Presidenta Dilma, viagem à União Europeia”.
Edla: A presidenta Dilma Rousseff iniciou nesse domingo a viagem oficial à Europa.
Luciano: Hoje, Dilma se encontrou com o primeiro-ministro da Bélgica, Yves Leterme, em Bruxelas, para discutir a crise financeira internacional.
Edla: Brasil e Bélgica também assinaram acordos de cooperação em áreas como educação, ciência e tecnologia. O enviado especial, Adilson Mastelari, tem mais informações.
Repórter Adilson Mastelari (Bruxelas-Bélgica): A presidenta Dilma Rousseff e o primeiro-ministro Yves Leterme firmaram acordos para cooperações científica e tecnológica na área de energia nuclear, ampliação do programa Brasil sem Fronteiras, para que mais estudantes brasileiros possam ingressar em universidades belgas, especialmente nos cursos de Química, Física, Matemática e Engenharias. O Brasil também tem interesse em empresas belgas que desenvolvem satélites e nas experiências logísticas de aeroportos, portos e hidrovias. O primeiro-ministro da Bélgica e a presidenta brasileira também discutiram a situação internacional. Dilma lembrou que o governo brasileiro vem tomando as medidas necessárias para enfrentar a crise econômica mundial e criticou os ajustes que, no passado, frearam a economia do país.
Presidenta Dilma Rousseff: O Brasil faz parte de uma região do mundo que, nos anos 80 e 90, sofreram um processo de estagnação econômica, de perdas bastante significativas em todas as áreas, por um processo que inicia no início dos anos 80 e que se chamou a “crise da dívida latino-americana”. E destaquei que a nossa experiência demonstra que, no nosso caso, ajustes fiscais extremamente recessivos só aprofundaram o processo de estagnação, de perda de oportunidades e de desemprego, e que, dificilmente, se sai da crise sem aumentar o consumo, o investimento e o nível de crescimento da economia.
Repórter Adilson Mastelari (Bruxelas-Bélgica): A presidenta Dilma teve ainda a confirmação de Yves Leterme de que a Bélgica apoia o Brasil para a conquista de uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Presidenta Dilma Rousseff: Eu agradeci muito ao primeiro-ministro Leterme o apoio belga à reforma do Conselho de Segurança da ONU, e também à aspiração brasileira de um assento permanente.
Repórter Adilson Mastelari (Bruxelas-Bélgica): O Brasil é o quarto principal destino dos investimentos europeus. Só nos sete primeiros meses de 2011 foram US$ 23 bilhões contra 9 bilhões de todo o ano passado. Diretamente com a Bélgica, o comércio bilateral cresceu 26%, de 2006 a 2010, quando foram movimentados US$ 5 bilhões de dólares. Ainda na Bélgica, nesta terça-feira, a presidenta participa da 5ª Cúpula Brasil-União Europeia. De Bruxelas, na Bélgica, Adilson Mastelari.
Luciano: E ainda hoje, em Bruxelas, na Bélgica, a presidenta Dilma se encontrou com o secretário-geral da Federação Internacional de Futebol, Fifa, Jérôme Valcke.
Edla: O ministro do Esporte, Orlando Silva, também participou da reunião. O principal tema da reunião foi o Projeto de Lei-Geral da Copa, que está em análise no Congresso Nacional.
Luciano: Entre os temas em discussão, a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, durante a Copa de 2014, no Brasil.
Edla: Outro assunto discutido foi o pagamento de meia entrada para estudantes e idosos, durante as partidas do mundial de futebol.
Luciano: Orlando Silva explicou que o benefício dos idosos deve ser mantido, já a meia entrada para estudantes precisa ser analisada, porque é definida por leis estaduais.
Ministro dos Esportes - Orlando Silva: No caso de descontos para estudantes, por exemplo, não há lei federal que trata desse assunto. O que há são leis estaduais. Então, não caberia a uma lei federal intervir em leis aprovadas pelos legislativos estaduais. Isso é um impedimento constitucional. Então, não teria a possibilidade de tratar dessa maneira. No que diz respeito ao Estatuto do Idoso, que prevê o desconto para a população idosa, nós informamos à Fifa que não seria suspensa a legislação sobre esse tema.
Edla: Amanhã, ainda na Bélgica, a presidenta Dilma abre uma exposição internacional que terá como tema o Brasil.
Luciano: O país será homenageado no Festival Europalia, um dos mais tradicionais festivais de cultura realizados na Europa.
Edla: O secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, Sergio Mamberti, explica que a mostra vai ajudar a divulgar um Brasil ainda desconhecido para todo o continente europeu.
Secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura - Sergio Mamberti: E o Brasil, pela primeira vez, vai estar com artes visuais, com teatro, com dança... É a exposição mais completa que já foi feita do Brasil e que, durante quatro meses, vai estar no coração da Europa, na capital da comunidade europeia e... Mas, certamente, por toda a Bélgica e outros países, como Holanda, Alemanha, Luxemburgo, França, trazendo uma imagem do Brasil como os europeus nunca haviam conhecido.
“Café com a Presidenta”.
Luciano: O programa Bolsa Verde, lançado pelo governo federal na semana passada, para apoiar as famílias extrativistas da região amazônica e incentivar a preservação do meio ambiente, foi o tema do programa “Café com a Presidenta” de hoje.
Edla: A presidenta Dilma Rousseff explicou que o Bolsa Verde vai juntar a transferência de renda com a preservação da floresta.
Presidenta Dilma Rousseff: O extrativista vai assinar um compromisso de preservação da floresta onde ele vive e trabalha e receberá R$ 300,00 a cada três meses, o que dá R$ 100,00 por mês. O programa faz o casamento da geração da renda com a preservação ambiental, porque ele vai combinar essas duas coisas, para que o país continue crescendo, sempre de forma sustentável.
Luciano: A meta é que 73 mil famílias sejam atendidas pelo Bolsa Verde até 2014.
Edla: A presidenta explicou ainda que o governo vai usar a Busca Ativa para incluir as famílias beneficiadas pelo Bolsa Verde.
Presidenta Dilma Rousseff: Agora, é o governo que vai atrás dessas pessoas que ainda estão fora das políticas sociais. O governo federal inteiro, Luciano, participa deste esforço, que chamamos Busca Ativa. Na região Norte, estamos colocando as Forças Armadas para atravessar rios e florestas e encontrar essas famílias que mais precisam.
Luciano: Dilma Rousseff afirmou também que o governo federal vai oferecer assistência técnica e apoio para extrativistas e agricultores familiares venderem o que produzem.
Edla: O desmatamento na Amazônia Legal registrou, em agosto, menor nível para o mês, desde quando a pesquisa foi iniciada, em 2004.
Luciano: Segundo dados divulgados hoje pelo Ministério do Meio Ambiente, em relação ao mesmo mês do ano passado, a queda no desmatamento foi de 38%.
Edla: O Pará foi responsável por quase 1/3 do desmatamento na Amazônia, em agosto. Dos mais de 160 quilômetros quadrados de floresta derrubados, 52 estavam no estado.
Repórter Ricardo Carandina (Brasília-DF): A área de floresta derrubada na Amazônia, em agosto, foi 38% menor que no mesmo mês do ano passado - foram 164 quilômetros quadrados. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, avalia que o resultado é positivo.
Ministra do Meio Ambiente - Izabella Teixeira: Já é a menor taxa de agosto da história da Amazônia. Esse monitoramento mensal dá 164 quilômetros quadrados, o que é a menor taxa, mas a indicação para setembro também é muito positiva.
Repórter Ricardo Carandina (Brasília-DF): Também foram divulgados os dados atualizados sobre o desmatamento no ano passado. Entre 2009 e 2010, foram derrubados 7 mil quilômetros quadrados de floresta na Amazônia, o equivalente a 700 campos de futebol. A área desmatada é 6,2% menor que no período anterior, uma diferença de quase 500 metros quadrados. Para o governo, as políticas de combate ao desmatamento estão dando resultado, e a ministra Izabella Teixeira afirma que vai avaliar a situação em municípios como Altamira, Sinop, Feliz Natal, Novo Progresso e Pacajá, onde a situação é considerada mais crítica.
Ministra do Meio Ambiente - Izabella Teixeira: Nós temos que chamar esses prefeitos aqui para fazer uma revisão do plano estadual de combate ao desmatamento junto com as ações municipais, e isso vai ser feito... Se necessário for, da mesma maneira que a gente tira município da lista, a gente coloca outros municípios na lista. E esse é o balanço que se faz no final do ano, no seminário anual do Prodes. A partir daí, novas medidas são identificadas.
Repórter Ricardo Carandina (Brasília-DF): Os dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente também mostram que mudou a característica do desmatamento. A derrubada da floresta em grandes áreas caiu, mas se manteve em pequenas áreas. O Ministério vai avaliar quanto desse corte de vegetação é legal, antes de definir medidas de controle, e considera que a situação pode ser preocupante.
Ministra do Meio Ambiente - Izabella Teixeira: A qualidade, ela é preocupante sob dois aspectos. Primeiro porque ela é constante. Então, se ela é constante, alguma atividade econômica, ou a dinâmica do território, está sendo modelada por pequenos desmatamentos. Segundo, ela é preocupante porque ela... concentrada no ato do desmatamento. Nós vamos analisar, identificar se nós temos novas tendências, a finalidade, ou a ocupação do território, do ponto de vista legal, que vão deter medidas específicas para coibir, evitar a pulverização desse desmatamento.
Repórter Ricardo Carandina (Brasília-DF): O Ministério do Meio Ambiente também confirmou que, considerando dados preliminares, o desmatamento deve continuar caindo nos próximos meses. De Brasília, Ricardo Carandina.
Edla: Sete e onze.
Luciano: O Ministério da Saúde lançou hoje o Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso.
Edla: O sistema vai funcionar com uma página na internet para ajudar gestores e profissionais da saúde a consultar indicadores, doenças, decretos, legislação, políticas públicas e programas relacionados à saúde do idoso em todos os estados e municípios brasileiros.
Luciano: De acordo com o Ministério da Saúde, o Sistema de Indicadores de Saúde do Idoso vai ser atualizado pelos municípios, que receberão treinamento para incluir informações nessa página da internet.
Edla: A coordenadora de Saúde do Idoso, do Ministério da Saúde, Luiza Machado, explica que o sistema vai contribuir para melhorar as políticas públicas nessa área.
Coordenadora de Saúde do Idoso, do Ministério da Saúde - Luiza Machado: A ideia é que nós tenhamos cada vez mais dados, informações, para disseminar exatamente a ideia desse envelhecimento. As pessoas têm que começar a pensar que qualidade de vida que nós queremos ter no processo do envelhecimento. E a mensagem que eu deixo é que todos nós tenhamos um envelhecimento de qualidade. Eu tenho certeza que esse sistema de informação vai nos propiciar uma melhor gestão das ações em saúde do idoso e envelhecimento.
Luciano: Ainda falando em idosos, Edla, o governo alterou o Estatuto do Idoso este ano e tornou mais rígidas as regras para o registro de casos de violência contra as pessoas da terceira idade.
Edla: É, agora, o registro de atos de violência praticados contra idosos, atendidos em estabelecimentos públicos ou privados, Luciano, é obrigatório.
Luciano: O novo texto do Estatuto do Idoso também aponta a responsabilidade das instituições prestadoras de serviços, como hospitais.
Edla: E quem quiser denunciar agressões contra idosos basta ligar para o Disque 100.
Repórter Cleide Lopes (Brasília-DF): Segundo dados do IBGE, o Brasil tem hoje cerca de 21 milhões de idosos, pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. E, de acordo com projeção do instituto, dentro de 14 anos, esse número passará para 32 milhões, tornando o Brasil o sexto país do mundo em população idosa. Com o envelhecimento da população brasileira, o governo está preocupado em definir ações para garantir os direitos dos idosos e combater a violência contra essas pessoas. O governo tornou mais rígidas as punições para o crime de violência contra o idoso. A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, explica o que muda com a alteração do Estatuto do Idoso de 2003.
Ministra da Secretaria dos Direitos Humanos - Maria do Rosário: O sistema que a presidenta assinou por decreto, ele reforça o que o estatuto já trazia da notificação, trazendo a responsabilidade que antes era exclusivamente do profissional que atendia o idoso e que via que aquelas marcas, aquela situação não era simplesmente de uma queda, mas estava relacionada a maus-tratos, à violência, à tortura mesmo no ambiente familiar, doméstico. Essa condição sai da responsabilidade exclusiva do médico, da enfermeira, e passa para o estabelecimento de saúde. Seja uma unidade de saúde ou um hospital, todos esses estabelecimentos, o diretor do estabelecimento também deve responder a isso.
Repórter Cleide Lopes (Brasília-DF): O número de denúncias contra essa população preocupa o governo. Para se ter uma ideia, nos primeiros seis meses deste ano, o Disque-100 registrou mais de 3 mil denúncias de violência contra idosos no país. O estado campeão no número de casos é o Rio de Janeiro, seguido por São Paulo e Bahia. Qualquer cidadão pode acionar o Disque Direitos Humanos, que funciona 24 horas por dia e sete dias por semana, de 8h da manhã as 6h da tarde, basta discar o número 100 de qualquer telefone fixo ou celular. O anonimato é garantido e todas as denúncias são encaminhadas para as autoridades locais competentes. De Brasília, Cleide Lopes.
Luciano: Mesmo com a mortalidade infantil em queda nos últimos anos, aqui, no Brasil, o Ministério da Saúde lançou um guia sobre a atenção à saúde dos recém-nascidos.
Edla: O guia foi elaborado para ajudar médicos a fazer diagnósticos precisos e, assim, reduzir os índices de mortalidade infantil no Nordeste e na Amazônia Legal.
Repórter Daniela Almeida (Brasília-DF): Cerca de 2,8 milhões de crianças nascem por ano em hospitais do SUS, Sistema Único de Saúde. E para orientar os profissionais de saúde sobre como atender bem o recém-nascido, o Ministério da Saúde lançou um guia científico para médicos, enfermeiros e auxiliares. A nova publicação tem quatro volumes. O primeiro é sobre cuidados gerais. O segundo trata de infecções, como a icterícia, muito comum em bebês menores de 1 ano. O terceiro livro mostra os problemas respiratórios, cardiocirculatórios, entre outros. O último ensina os principais cuidados com o recém-nascido e pré-termo, nome usado para aqueles que nascem com menos de 38 semanas de gestação. Ao capacitar os profissionais de saúde, o governo quer reduzir tanto a mortalidade materna quanto a infantil, como explica o coordenador da Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno, do Ministério da Saúde, Paulo Bonilha.
Coordenador da Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde - Paulo Bonilha: O Brasil saiu de 47 crianças mortas a cada mil, em 1990, para 18, 19 agora, em 2008, então uma melhora muito significativa. Essa melhora não tem se dado de maneira tão significativa no período neonatal, que é esse primeiro mês do bebê. Então, a nossa preocupação é qualificar essa atenção nesse primeiro mês, na primeira semana e, em especial, no primeiro dia.
Repórter Daniela Almeida (Brasília-DF): Os quatro mil exemplares do “Guia de Atenção ao Recém-Nascido” já estão sendo distribuídos a hospitais e maternidades, Secretarias de Saúde Municipais e Estaduais, instituições de Ensino Superior, além de Conselhos de Medicina e Enfermagem de todo o país. Também é possível acessar o conteúdo da publicação no site do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br. Basta clicar em “saúde para você”. De Brasília, Daniela Almeida.
Luciano: E ainda falando sobre a saúde das crianças, a Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, lançou novas regras para os fabricantes de comidas para bebês e crianças, com base em referências internacionais de nutrição.
Edla: O mel e a gordura hidrogenada, por exemplo, não vão poder mais ser inseridos em produtos para crianças com menos de 1 ano de vida.
Luciano: Além disso, os alimentos especiais desenvolvidos para crianças com restrições à proteína ou lactose também vão ter novas normal, como explica a gerente de Produtos Específicos da Anvisa, Antônia Aquino.
Gerente de Produtos Específicos da Anvisa - Antônia Aquino: Ele tem que dizer qual é a característica nutricional, se não contém lactose, não tem outro nutriente que a criança possa ser limitante, então tem que dizer qual é realmente o nutriente que a fórmula infantil tenha restrição, ou seja, qual é o nutriente que não está presente.
Edla: A gerente de Produtos Específicos da Anvisa explica, ainda, que a quantidade de vitaminas e minerais também vai ter que obedecer às referências internacionais de nutrição infantil.
Luciano: E que as novas resoluções estabelecem frases de advertência nos rótulos de alimentos alertando o consumidor sobre a presença de substâncias prejudiciais à saúde.
Edla: Os fabricantes das fórmulas infantis têm 18 meses para se adequar às regras.
Luciano: As quatro novas resoluções da Anvisa estão em www.anvisa.gov.br.
Edla: A Agência Nacional de Energia Elétrica, Aneel, definiu novas regras para 62 companhias de energia elétrica que atuam no Brasil.
Luciano: Uma das medidas prevê que as concessionárias compensem os consumidores que tiverem prejuízos pela falta de energia com descontos na conta do mês seguinte.
Repórter Paulo La Salvia (Brasília-DF): Rildo tem um comércio que vende produtos para lojas de cães. As vendas são para os mercados de Brasília e Goiás. O faturamento é alto, mas os prejuízos com a falta de energia também. Já perdeu impressoras e peças de computador. Sobre a responsabilidade da empresa de energia, Rildo faz críticas.
Comerciante – Rildo: Teve duas situações inusitadas que aconteceram de uma não chegar a carta - a carta, na verdade, chegou dois dias após a interrupção, nós descobrimos a interrupção porque ligamos lá. E uma outra que eles marcaram 9h da manhã, e começaram a interrupção 8h30, e voltaram às 17h30. Então, nós ficamos meio... perdemos o dia de trabalho, e seguramos os funcionários, toda a equipe de venda, achando que ia voltar realmente às 15h e acabamos perdendo o dia.
Repórter Paulo La Salvia (Brasília-DF): Agora, casos como o de Rildo têm que ser ressarcidos pela empresa responsável pela oferta da energia elétrica, isso deve ocorrer como abatimento na conta futura e segue uma regra que leva em conta o custo da energia que seria fornecida. É o que explica o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica, Aneel, Romeu Rufino.
Diretor da Aneel - Romeu Rufino: Um dado consumidor tem lá na conta, por exemplo, que ele pode ter duas interrupções por mês, por exemplo. Se por alguma razão aquela qualidade ultrapassou esse limite, a concessionária é obrigada a compensar, até a segunda fatura subsequente, um certo valor que é bastante significativo em comparação ao custo da energia que seria fornecida, chega até dez vezes aquele valor, aquele período que não foi fornecida a energia.
Repórter Paulo La Salvia (Brasília-DF): As novas regras na prestação do serviço incluem outras obrigações para as empresas. De acordo com a Aneel, elas têm até um ano para criar postos de atendimento ao público em todas as cidades do país. O atendimento da operadora deve ser de dois jeitos: presencial, em no máximo 45 minutos, e pelo telefone, durante toda a semana, por 24 horas. Na cidade, a religação deve ser feita no prazo de um dia, e no meio rural de dois dias. O diretor-executivo da Associação Nacional de Consumidores de Energia Elétrica, a Anace, Lúcio Reis, avalia as novas regras como positivas.
Diretor-executivo da Anace - Lúcio Reis: Cada vez mais, nós estamos aperfeiçoando e buscando, junto à Aneel, e a Aneel tem feito um trabalho muito forte nesse sentido, de estar melhorando as regulamentações para que isso possa ser minimizado.
Repórter Paulo La Salvia (Brasília-DF): As empresas de fornecimento de energia elétrica também são obrigadas a disponibilizar ao consumidor ouvidorias para reclamações, que devem ser respondidas em até 30 dias. De Brasília, Paulo La Salvia.
Edla: O Plano Nacional de Resíduos Sólidos é uma das etapas da implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Luciano: Uma das metas dessa política é aumentar o número de cidades brasileiras que adotam o sistema de coleta seletiva, ou seja, separar o lixo da forma correta para que possa ser reciclado.
Repórter Ana Gabriella Sales (Brasília-DF): Na Central de Reciclagem do Varjão, no Distrito Federal, 25 mulheres separam 20 toneladas de resíduos sólidos por semana. A comunidade ao redor oferece o lixo seco e o serviço de limpeza urbana recolhe tudo e abastece o galpão onde elas trabalham. O que é reutilizável, como jornais e garrafas pet, é vendido e gera renda para as famílias, oportunidade que também beneficia o meio ambiente, como conta a catadora Ana Carla Rodrigues, presidente da associação.
Presidente da Associação de Catadoras - Ana Carla Rodrigues: Em vez desse lixo estar se decompondo no meio ambiente, a gente está reciclando e estamos ajudando nossos filhos com o sustento que a gente está tirando daqui, porque trabalhar no lixo não é vergonha.
Repórter Ana Gabriella Sales (Brasília-DF): Para a bióloga, Daniela da Silva Nunes, voluntária da associação, a reciclagem vai além da inclusão social.
Bióloga - Daniela da Silva Nunes: O trabalho que elas realizam aqui dá uma vida maior para o aterro sanitário, porque o que elas catam aqui deixa de ir para o aterro, e isso faz com que o aterro tenha uma vida prolongada. Então, é um serviço de utilidade pública.
Repórter Ana Gabriella Sales (Brasília-DF): Hoje, cerca de 18% das cidades brasileiras seguem este exemplo da coleta seletiva, mas a tendência é aumentar este número até 2014, como prevê a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em 2010. Depois de um ano, um dos maiores desafios continua sendo conscientizar a população sobre a importância de separar bem os resíduos, como explica Silvano Costa, diretor de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente.
Diretor de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente - Silvano Costa: Um movimento grande está sendo feito, agora é fundamental que o cidadão faça também a sua parte.
Repórter Ana Gabriella Sales (Brasília-DF): De acordo com Silvano Costa, um dos avanços da política nacional, segundo o diretor, foi a criação do primeiro edital para descarte correto de alguns materiais nocivos para o planeta.
Diretor de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente - Silvano Costa: E a nossa expectativa é que até o final do ano, início do próximo ano, a gente já tenha a primeira logística reversa para a cadeia de embalagens de lubrificantes sendo feita de acordo com a lei.
Repórter Ana Gabriella Sales (Brasília-DF): Lei que deve ajudar as catadoras a mudar de vida, como Dinorá José Borges, que se orgulha do que faz.
Dinorá José Borges: Eu acho que a gente tendo a cabeça erguida consegue por todo mundo em seu lugar.
Repórter Ana Gabriella Sales (Brasília-DF): A lei também estabelece prazos. Um deles é que todas as cidades do país têm até agosto de 2014 para substituir os lixões por aterros sanitários. Já o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que faz parte da política, está em fase de discussão entre governo federal, prefeitos, catadores, empresários e a sociedade em geral. Até novembro, cinco seminários regionais vão ser realizados para colher sugestões. De Brasília, Ana Gabriella Sales.
Edla: Você ouviu hoje na voz do Brasil.
Luciano: Presidenta Dilma assina acordos de cooperação na Bélgica e destaca experiência do Brasil para combater a crise financeira na Europa.
Edla: Esse foi o noticiário do Poder Executivo, uma produção da equipe de jornalismo da EBC Serviços.
Luciano: Fique agora com as notícias do Poder Judiciário e do Congresso Nacional. Boa noite e até amanhã.