26/08/2011 - A Voz do Brasil

Governo federal anuncia a liberação de quatrocentos milhões de reais para compra de terras destinadas à reforma agrária Em entrevista exclusiva concedida à Voz do Brasil, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, anunciou que o governo vai liberar R$ 400 milhões para comprar áreas destinadas à reforma agrária. Ele e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, se encontraram, hoje, com representantes de trabalhadores rurais que estão acampampados desde o início da semana, em Brasília. Pacientes do SUS internados em hospitais ganham o direito de continuar o atendimento em casa Uma portaria do Ministério da Saúde, publicada nesta quinta-feira, determina a implantação do Serviço de Atenção Domiciliar. A assistência a pacientes do Sistema Único de Saúde, SUS, visa dar continuidade ao tratamento iniciado no hospital e inclui reabilitação motora, curativos e medicação. Segundo o ministro Alexandre Padilha, a idéia é reduzir o período de permanência de pacientes internados e assim descongestionar os hospitais, liberando mais leitos. Programa caminho da Escola distribui trezentas bicicletas no Distrito Federal Alunos de escolas do Recanto das Emas, região administrativa de Brasília, receberam, hoje, trezentas bicicletas. O Programa Caminho da Escola do Ministério da Educação quer distribuir cem mil bicicletas até o fim do ano para alunos do Ensino Médio das escolas públicas de trezentos municípios.

26/08/2011 - A Voz do Brasil

Governo federal anuncia a liberação de quatrocentos milhões de reais para compra de terras destinadas à reforma agrária Em entrevista exclusiva concedida à Voz do Brasil, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, anunciou que o governo vai liberar R$ 400 milhões para comprar áreas destinadas à reforma agrária. Ele e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, se encontraram, hoje, com representantes de trabalhadores rurais que estão acampampados desde o início da semana, em Brasília. Pacientes do SUS internados em hospitais ganham o direito de continuar o atendimento em casa Uma portaria do Ministério da Saúde, publicada nesta quinta-feira, determina a implantação do Serviço de Atenção Domiciliar. A assistência a pacientes do Sistema Único de Saúde, SUS, visa dar continuidade ao tratamento iniciado no hospital e inclui reabilitação motora, curativos e medicação. Segundo o ministro Alexandre Padilha, a idéia é reduzir o período de permanência de pacientes internados e assim descongestionar os hospitais, liberando mais leitos. Programa caminho da Escola distribui trezentas bicicletas no Distrito Federal Alunos de escolas do Recanto das Emas, região administrativa de Brasília, receberam, hoje, trezentas bicicletas. O Programa Caminho da Escola do Ministério da Educação quer distribuir cem mil bicicletas até o fim do ano para alunos do Ensino Médio das escolas públicas de trezentos municípios.

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Duração:

Publicado em 09/12/2016 18:23

Apresentadora Kátia Sartório: Governo federal anuncia liberação de R$ 400 milhões para a compra de terras destinadas à reforma agrária.

Apresentador Morillo Carvalho: Pacientes do SUS, internados em hospitais, ganham o direito de continuar o atendimento em casa.

Kátia: Programa Caminho da Escola distribui 300 bicicletas no Distrito Federal.

Morillo: Sexta-feira, 26 de agosto de 2011.

Kátia: Está no ar a sua voz.

Morillo: A nossa voz.

Kátia: A Voz do Brasil.

Morillo: Boa noite! Aqui, nos estúdios da EBC Serviços, eu, Morillo Carvalho, e Kátia Sartório.

Kátia: Representantes de trabalhadores rurais, que estão acampados desde o início da semana, aqui, em Brasília, se encontraram hoje com os ministros do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

Morillo: Entre as reivindicações dos trabalhadores, o assentamento de 60 mil famílias... do orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Incra, e a renegociação das dívidas de agricultores familiares.

Kátia: Em entrevista exclusiva à Voz do Brasil, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, explica o que foi definido pelo governo.

Ministro, como é que foi o encontro no Ginásio Nilson Nelson, aqui em Brasília, com o movimento dos Sem-Terra, agora à tarde?

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República - Gilberto Carvalho: Foi um encontro em que o governo foi anunciar para o conjunto dos acampados, para o conjunto dos manifestantes, os resultados da negociação. Tivemos, pela manhã, uma reunião com um grupo menor, uma longa reunião, e, agora, acabamos de anunciar para o conjunto do movimento que considerou que obteve vitórias importantes...

Kátia: Por exemplo...

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República - Gilberto Carvalho: Eu poderia destacar um acréscimo de mais R$ 400 milhões, no processo de obtenção de novas terras para a reforma agrária, que a presidenta quer fazer com um critério muito rigoroso, do ponto de vista de viabilidade dos assentamentos, da localização adequada desses assentamentos, para evitar que os assentamentos se transformem em favelas rurais, e, sim, assentamentos que possam, de fato, fixar a pessoa no campo e viver com dignidade, de preferência em cooperativas, com agroindústrias. Então, o governo está preocupado em dar uma nova qualidade para a reforma agrária. Uma outra conquista importante é uma renegociação da dívida, que, embora não atenda à totalidade da reivindicação deles, que pediam anistia em vários casos, mas é uma renegociação que o governo está fazendo, em que concede um novo recurso para todos aqueles que estiverem inadimplentes, para que ele possa se tornam adimplente, voltar para o sistema do Programa Nacional de Financiamento da Agricultura Familiar e, ao mesmo tempo, concede um novo dinheiro de custeio para o próximo ano. Portanto, nós estamos recolocando para todos aqueles que assim desejarem uma situação de legalidade e de poder acessar novos... novos investimentos.

Kátia: Financiamentos.

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República - Gilberto Carvalho: Além disso, Kátia, uma coisa muito importante: nós aceitamos uma proposta deles, que é uma grande campanha de alfabetização no campo, realizado em parceria entre o MEC e o Incra, com um método novo, que eles estão propondo. Então, nós nos dispusemos a fazer o financiamento, através de convênios, para que eles realizem esse trabalho, que é muito importante, Kátia, tendo em vista que o índice de analfabetismo que nós temos no Brasil é muito maior no campo. Ele está muito... O analfabetismo está residual, está muito no campo. Além disso, conseguimos assegurar para eles o financiamento para as agroindústrias. Através de um convênio da Conab com o MDS e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, nós vamos dar recursos sem limites para as agroindústrias dos assentamentos, exatamente para qualificar os assentamentos, né?

Kátia: A avaliação é positivo, né, ministro?

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República - Gilberto Carvalho: É muito positiva. Apesar de... Claro, você nunca atende a 100% àquilo que é o dever do movimento, até porque isso vai continuar... Nós nos pusemos a continuar fazendo um processo de discussão com eles.

Kátia: Já tem algum outro encontro marcado, ministro?

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República - Gilberto Carvalho: Já. Nós temos um encontro marcado para o dia 21 de setembro, quando nós, então, discutiremos com eles as áreas que serão adquiridas para a reforma agrária neste ano e já discutiremos o orçamento da reforma agrária para 2012.

Kátia: Está certo. A Voz do Brasil conversou com o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República. Muito obrigada, ministro, pela entrevista à Voz do Brasil.

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República - Gilberto Carvalho: Estou sempre à disposição de vocês, com muito prazer.

Morillo: E vamos saber agora, ao vivo, com a repórter Priscila Machado, como os trabalhadores rurais receberam as propostas feitas pelo governo. Boa noite, Priscila?

Repórter Priscila Machado (ao vivo): Boa noite, Murilo; boa noite, Kátia. Eu conversei, agora há pouco, com Adelar Pretto, que é da Coordenação Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, o MST. Ele disse que toda a renegociação das dívidas rurais, o MST ainda espera novas reuniões com o governo, para melhorar essa proposta apresentada hoje. O grande avanço, segundo ele, é a liberação de R$ 400 milhões em recursos para a compra de terras, destinadas à reforma agrária.

Adelar Pretto: E aí o esforço de pessoas dentro do governo, e a pressão nossa aí... ‘Fiquemos’ a semana aí na mobilização, conseguimos arrancar, então, 400 ‘milhão’, que vai dar para fazer alguma coisa nos nossos acampamentos. Vai ter... vai fazer parcerias, no sentido de aumentar o número de famílias assentadas. Então, é um sinal importante e esperamos que, no próximo ano, a gente consiga um orçamento bem maior, para poder atender às demandas dessas famílias que estão acampadas há vários anos.

Repórter Priscila Machado (ao vivo): Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, todos os agricultores atendidos pelo Pronaf vão ser beneficiados.

Ministro do Desenvolvimento Agrário - Afonso Florence: A proposta de renegociação de dívidas, objetivamente, transforma em adimplentes todos os inadimplentes e cria condições de escalonamento das dívidas vincendas, que estão em processo de transformação de inadimplentes os agricultores e agricultoras. E traz para a adimplência todos os agricultores e agricultoras, de todas as linhas de crédito, seja do Pronaf A, de assentados e assentadas em reforma agrária, seja do Pronaf em geral.

Repórter Priscila Machado (ao vivo): Os agricultores estavam acampados, aqui, em Brasília, para negociar com o governo desde segunda-feira. Morillo.

Morillo: Obrigado, Priscila Machado, pela participação ao vivo na Voz do Brasil.

Kátia: Nessa quinta-feira, o ministro... ou melhor, o Ministério da Saúde publicou uma portaria que amplia a assistência a pacientes do Sistema Único de Saúde, SUS, para terminar em casa a recuperação ao tratamento que estava recebendo no hospital.

Morillo: O Serviço de Atenção Domiciliar vai ser prestado na residência do paciente, com a garantia de continuidade dos cuidados que estavam sendo dados no hospital, como reabilitação motora, curativos e medicação.

Kátia: O ministro Alexandre Padilha explica que a ideia é reduzir o período de permanência de pacientes internados e assim descongestionar os hospitais, liberando mais leitos para outros usuários do SUS.

Ministro da Saúde - Alexandre Padilha: Agora, o SUS vai ter um programa específico para formar equipes nos municípios para a atenção domiciliar na casa das pessoas, pessoas que estavam internadas, que podem continuar sua internação dentro de casa, ambiente mais humanizado, mais saudável, perto da família, inclusive longe do hospital, onde possa ter intercorrências de saúde. É a saúde chegando na casa das pessoas.

Morillo: A prioridade é atender em casa quem precisa de reabilitação motora, idosos, pacientes crônicos sem agravamento ou em situação pós-cirúrgica.

Kátia: De acordo com a portaria, só não vão ter acesso ao serviço pacientes que precisam ser monitorados 24 horas, ou que precisam de assistência contínua de enfermeiros ou tratamento cirúrgico.

Morillo: Os profissionais de saúde ou cuidadores do Serviço de Atenção Domiciliar vão ser organizados em equipes para atender em média uma população de 60 habitantes. Eles vão poder contar com a ajuda de médicos e enfermeiros que atuam no Programa Saúde da Família.

Kátia: As equipes de cuidadores do Serviço de Atenção Domiciliar vão ter até dois médicos e dois enfermeiros, um fisioterapeuta ou um assistente social e quatro auxiliares ou técnicos de enfermagem.

Morillo: Os profissionais vão atender durante a semana e também aos sábados e domingos, em regime de plantão.

Kátia: Segundo o Ministério da Saúde, o governo federal vai ficar responsável por financiar 80% dos custos do serviço ambulatorial mantido.

Morillo: Por mês, vão ser repassados, para o custeio das equipes, R$34.560,00. Esses recursos vão ser transferidos do Fundo Nacional de Saúde para os fundos municipais ou estaduais de saúde.

Kátia: E os equipamentos e materiais necessários para o trabalho das equipes vão ter que ser garantidos pelas unidades de saúde dos municípios ou estados onde o serviço vai estar sendo prestado.

Morillo, quando eu ia lá na roça, onde morava a minha avó Carmen, lá no alto da gruta, eu ficava impressionada, vendo as crianças que tinham que ir para a escola a pé. Eles andavam muito, todos os dias, debaixo de sol e chuva.

Morillo: É verdade, Kátia. Mas você sabia que, nas cidades, também tem muitos estudantes que fazem caminhadas longas para estudar?

Kátia: Com certeza. Mas, agora, um programa do Ministério da Educação promete mudar essa realidade. Até o final do ano, alunos do Ensino Médio das escolas públicas de 300 municípios vão ganhar 100 mil bicicletas.

Morillo: Hoje foi a vez dos alunos do Recanto das Emas, região administrativa aqui de Brasília, que ganharam 300 bicicletas.

Kátia: Vamos saber mais na reportagem de Daniela Almeida, com edição de Débora... e sonoplastia de Joca Suns.

Repórter Daniela Almeida (Brasília-DF): Dia de aula para Danielle Beltrão, estudante do terceiro ano do Ensino Médio. É dia de andar muito de casa até a escola, no Recanto das Emas, Distrito Federal. Os 45 minutos de caminhada desanimam Danielle.

Estudante - Danielle Beltrão: Estou cansada e atrasada. Tem dia que eu não chego nem a entrar na escola.

Repórter Daniela Almeida (Brasília-DF): A história de Danielle começou a mudar com bicicletas, que ela e outros 299 estudantes de escolas públicas receberam nesta sexta-feira, no Distrito Federal.

Estudante - Danielle Beltrão: Com a bicicleta, no tempo de dez minutos eu já estou na escola.

Repórter Daniela Almeida (Brasília-DF): O transporte, financiado pelo Programa Caminho da Escola, do Ministério da Educação, além de encurtar distâncias, não polui, estimula a atividade física, é econômico e não atrapalha o trânsito de veículos. O Caminho da Escola também prioriza a segurança no trânsito para ciclistas e motoristas. E o Ministério da Educação ainda vai exigir das prefeituras interessadas em aderir ao programa ações que promovam a segurança dos estudantes, como ressalta o ministro da educação Fernando Haddad.

Ministro da Educação - Fernando Haddad: O programa não tem limite. Ele pode atingir milhões de estudantes, desde que nós tenhamos segurança de que será feito um bom uso desse instrumento, que é a bicicleta. Nós não podemos colocar em risco a segurança dos jovens, de maneira atabalhoada, sem os cuidados devidos.

Repórter Daniela Almeida (Brasília-DF): As bicicletas amarelas, com detalhes em preto, são equipadas com campainhas, refletores luminosos e retrovisores. E vale lembrar que o capacete para o estudante ciclista é item obrigatório. De Brasília, Daniele Almeida.

Morillo: Mas não são só os alunos do Distrito Federal que vão ganhar bicicletas, não, Kátia. Nos próximos dias, mais de 26 mil estudantes da rede pública de 70 municípios também vão receber as bicicletas escolares e os capacetes.

Kátia: E em 81 municípios brasileiros, Morillo, já foram doadas 30 mil bicicletas e capacetes escolares.

Morillo: Os municípios com até 20 mil habitantes interessados em participar do Programa Caminho da Escola, ainda este ano, devem concluir o cadastro do Plano de Ações Articuladas do Ministério da Educação.

Kátia: O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, FNDE, é que vai fazer essa seleção.

Morillo: Mais informações www.fnde.gov.br.

Kátia: Na avaliação do governo, o mês de julho deste ano foi o melhor da história para o resultado primário das contas públicas, que é a arrecadação menos as despesas.

Morillo: O saldo foi de R$ 11,2 bilhões, resultado da política de corte de gastos adotada desde o começo do ano.

Kátia: A receita do governo para ter dinheiro em caixa é a mesma que a gente usa em casa, como nos conta a repórter Carla Wathier.

Repórter Carla Wathier (Brasília-DF): Antônio Marcos da Costa é taxista em Brasília, recebe cerca de R$ 3 mil por mês. Com a ajuda da esposa, que também trabalha, sustenta os dois filhos. Além das despesas com água, luz, telefone, escola e comida, ele tem que pagar a prestação dos dois carros da família, um compromisso prioritário para Antônio, mesmo que tenha que fazer sacrifícios, como deixar de viajar.

Taxista - Antônio Marcos da Costa: Não pode faltar dinheiro, nem para o táxi, nem para o carro da minha esposa, tem que ter dinheiro para poder pagar. Se não pagar, tomam o carro de volta.

Repórter Carla Wathier (Brasília-DF): A regra básica para equilibrar o orçamento doméstico é não gastar mais do que ganha, e apertar o cinto para honrar os compromissos é uma receita que também vale para o governo. O Tesouro Nacional é responsável pelo gerenciamento da dívida pública do país, que é o empréstimo que o governo faz com organizações e com a sociedade quando a arrecadação não é suficiente para suprir os gastos. No mês de julho, o resultado primário das contas públicas, a receita menos a despesa, apresentou um superávit de R$ 11,2 bilhões contra R$ 10,6 bilhões registrados no mês anterior. O superávit primário é o dinheiro reservado para o pagamento dos juros da dívida. Na avaliação de Arno Augustin, secretário do Tesouro, o resultado é positivo.

Secretário do Tesouro - Arno Augustin: Nós tivemos, em julho, um excelente resultado primário de R$ 11 bilhões, é o melhor julho da história, ele se deve a um bom comportamento das receitas e também uma redução das despesas em relação ao PIB nominal. Então, esses dois efeitos contribuíram e, felizmente, o Brasil está apresentando resultados fiscais muito fortes, muito sólidos, exatamente no momento de uma crise internacional em que outros países, infelizmente, não têm tido o mesmo desempenho fiscal e estão tendo alguma dificuldade. Então, é muito importante esse resultado, inclusive, em função do momento em que ele vem.

Repórter Carla Wathier (Brasília-DF): Segundo o secretário do Tesouro, a disciplina fiscal iniciada com o corte de R$ 50 bilhões no orçamento no começo do ano vai continuar e pode abrir caminho para a redução dos juros pelo Banco Central. Para o professor de macroeconomia, José Ricardo da Costa e Silva, ajustar as contas no momento em que a economia vai bem é uma forma de ter capital quando o país precisar.

Professor de macroeconomia - José Ricardo da Costa e Silva: O que vale para o cidadão comum vale para o governo. A única diferença é o que governo tem que uma obrigação macroeconômica. Então, no caso, o cidadão comum, quando está em dificuldade, ele tem que ajustar as suas contas. Certo? No caso do governo, quando a economia tiver em muita dificuldade, aí, talvez, o governo tenha que gastar mais para poder aumentar o nível de emprego da economia. O efeito da ação do governo é diferente nesse caso, mas o governo deve, sim, economizar, principalmente em momentos bons, como é o que a gente está vivendo agora, em momentos que a economia está crescendo bastante, deve economizar para ter dinheiro suficiente, para ter capital para gastar quando a economia estiver baixando.

Repórter Carla Wathier (Brasília-DF): No acumulado do ano, o superávit primário foi de quase R$ 67 bilhões, um aumento de R$ 41 bilhões em comparação ao mesmo período do ano passado. De Brasília, Carla Wathier.

Kátia: E durante o anúncio do resultado das contas públicas, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou que não vão ser dados reajustes importantes para os servidores públicos da União este ano e nem no ano que vem.

Morillo: De acordo com Augustin, o governo já tomou várias medidas para acabar com o desequilíbrio salarial que existia entre as diferentes carreiras.

Secretário do Tesouro - Arno Augustin: Já houve reestruturações fortes, então nós vamos manter a política do ponto de vista da discussão dos salários, de contenção. É um momento de crise, todos têm que dar a sua contribuição e, felizmente, também aí nós encontramos as principais categorias alinhadas, equilibradas e com salários compatíveis, então isso é muito importante. Então, não enxergamos a necessidade de grandes reestruturações como ocorreu no passado.

Kátia: Sete e dezessete.

Morillo: O governo brasileiro não vai suspender as sanções estabelecidas em fevereiro pela Organização das Nações Unidas à Líbia.

Kátia: A afirmação foi feita hoje pelo ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota. Segundo o ministro, o governo brasileiro não toma decisões unilaterais.

Ministro de Relações Exteriores - Antonio Patriota: Eu considero que é uma matéria para deliberação pelo Conselho de Segurança, o Conselho de Segurança impôs, por unanimidade, sanções, inclusive o embargo de armas e outras sanções alguns meses atrás, e qualquer determinação sobre modificação, interrupção, suspensão das sanções terá que ser tomada também pelo Conselho de Segurança.

Morillo: Desde que começaram as manifestações contra o governo do presidente líbio Muamar Kadafi, no início do ano, a ONU determinou o congelamento de bens e de dinheiro do presidente.

Kátia: Nessa semana, os confrontos entre as tropas leais a Kadafi e os rebeldes se intensificaram e chegaram a Trípoli, capital da Líbia, com a expectativa de queda do presidente e transição para um novo governo.

Morillo: E, hoje, o governo brasileiro divulgou uma nota condenando o atentado contra a sede da ONU que correu na sexta-feira, em Abuja, a capital da Nigéria.

Kátia: Em nota, o Ministério das Relações Exteriores expressou pesar e solidariedade ao secretariado da ONU, aos funcionários da organização na Nigéria e às famílias das vítimas, e reiterou o repúdio a todas as formas de violência.

Morillo: O atentado com um carro-bomba contra a sede da ONU, na Nigéria, matou pelo menos 18 pessoas e feriu dezenas.

Kátia: Representantes da Organização Mundial de Saúde, no Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se reuniram pela primeira vez, aqui, no Brasil, essa semana.

Morillo: Durante o encontro, aqui, em Brasília, foram discutidas, por exemplo, formas de reduzir os preços dos remédios para as populações desses países.

Kátia: O nosso editor Leandro Alarcon conversou sobre o encontro com o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha. Vamos ouvir.

Editor Leandro Alarcon: Secretário, qual que é a importância de reunir os países que participam do Brics para discutir a saúde?

Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde - Carlos Gadelha: Os Brics, em conjunto, eles representam 40% da população mundial, cerca de 40%, ou seja, nós estamos falando de um bloco de países que é o que tem de novo no cenário internacional e que tem alto peso econômico e social em termos populacionais, em termos também da economia. A cooperação entre os Brics pode tornar esse bloco de países atores decisivos na questão do acesso a medicamentos, da redução da diferença tecnológica frente aos países desenvolvidos. Ou seja, muda a realidade da saúde, permitindo, abrindo potencial de se ter um acesso universal da saúde para 40% da população mundial e servindo como um modelo para diversos, para uma ação global em saúde.

Editor Leandro Alarcon: A partir dessa reunião, então, pode ser que surjam estratégias de reduzir preço de medicamentos...

Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde - Carlos Gadelha: A gente tem capacidade de articular esses mercados, na minha avaliação, que os produtos de tecnologia de ponta a gente tem possibilidade de uma redução em torno de 50% dos preços mundiais, né? Eu acho que uma ação integrada em que a gente usa o poder de mercado dos Brics para a compra de tecnologias estratégicas, se isso for articulado, há um potencial grande da gente, ao mesmo tempo, estimular a inovação e a tecnologia no âmbito dos países que fazem parte da cooperação Sul-Sul para garantir uma redução nos preços dos produtos em saúde.

Editor Leandro Alarcon: Qual que é o papel do Brasil dentro do Brics e dentro dessa conferência, dessa reunião que está tendo aqui, em Brasília?

Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde - Carlos Gadelha: Hoje, o Brasil está bem mais avançado do que os demais países na garantia do acesso universal à saúde, hoje o Brasil tem na sua própria Constituição a saúde como direito. O segundo elemento é como a gente começa a desenvolver tecnologias de fronteira que a gente não fique tão dependente dos blocos dos países desenvolvidos. A ideia é que uma ação articulada dos Brics, que hoje tem um potencial científico e tecnológico relevante no mundo, vai permitir, aumentar a competição tecnológica e reduzir os preços dos produtos em saúde para viabilizar a saúde como um direito e o acesso universal à saúde.

Editor Leandro Alarcon: Eu conversei com o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha. Muito obrigado, secretário, pela entrevista, aqui, na Voz do Brasil.

Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde - Carlos Gadelha: Obrigado, estou sempre à disposição.

Morillo: E a presidenta Dilma Rousseff recebeu hoje, pela manhã, familiares das vítimas do voo 447 da Air France.

Kátia: Em 2009, 228 pessoas morreram com a queda do avião no mar, em maio de 2009.

Morillo: A presidenta Dilma garantiu apoio do governo para que todos os brasileiros sejam informados do andamento das apurações. A Advocacia-Geral da União vai poder ajudar no acompanhamento do caso.

Kátia: A presidenta também autorizou que representantes do Cenipa, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, e do Ministério da Ciência e Tecnologia se reúnam com especialistas da Coppe, que é o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Morillo: O instituto tem realizado estudos sobre as causas do acidente para discuti-los com os especialistas oficiais.

Kátia: De acordo com o Cenipa, as autoridades francesas deverão concluir o relatório sobre o acidente no primeiro trimestre do ano que vem.

Morillo: As prefeituras têm até a noite desta segunda-feira, dia 29, para registrar a frequência dos alunos atendidos pelo Programa Bolsa-Família no sistema do Ministério da Educação.

Kátia: Dos 16 milhões de estudantes na faixa etária dos 6 aos 17 anos, 12,2 milhões tiveram as informações enviadas pelos técnicos de educação até essa última quarta-feira, 74% dos cadastrados.

Morillo: As informações sobre o envio dos dados podem ser consultadas na internet, na página do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, www.mds.gov.br.

Kátia: O abandono entre os alunos que cursam Ensino Superior com bolsa do Programa Universidade Para Todos, Prouni, é bem menor que o observado em todas as universidades privadas do país, Morillo.

Morillo: É, Kátia, segundo estudo do Ministério da Educação, em 2009 e em 2010, 15% dos alunos deixaram o Ensino Superior antes da conclusão dos cursos em instituições privadas.

Kátia: Só que no mesmo período, o percentual de evasão entre os alunos contemplados com bolsas do Prouni foi de 4%.

Morillo: O Prouni já concedeu mais de 890 mil bolsas a estudantes de todo o país desde 2005.

Kátia: Mais informações em prouniportal.mec.gov.br.

Morillo: O consumo nacional de energia elétrica subiu mais de 3% em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Kátia: Os dados foram divulgados hoje pela Empresa de Pesquisa Energética.

Morillo: Segundo a pesquisa, essa alta está associada ao consumo de energia tanto em residências quanto nas áreas comerciais.

Kátia: Já o consumo de energia elétrica das indústrias foi praticamente o mesmo de um ano atrás.

Morillo: Você ouviu hoje, na Voz do Brasil.

Kátia: Governo federal anuncia liberação de R$ 400 milhões para compra de terras destinadas à reforma agrária.

Morillo: Pacientes do SUS, internados em hospitais, ganham o direito a continuar o atendimento em casa.

Kátia: Programa Caminho da Escola distribui 300 bicicletas no Distrito Federal.

Morillo: Esse foi o noticiário do Poder Executivo, uma produção da equipe de jornalismo da EBC Serviços.

Kátia: Siga a Voz do Brasil no Twitter: twitter.com/avozdobrasil. Voltamos na segunda-feira. Uma boa noite e um bom fim de semana.

Morillo: Boa noite, bom fim de semana e fique agora com as notícias do Poder Judiciário e do Congresso Nacional.