05/07/2012 - Aprovação do Regime Diferenciado de Contratações para obras do PAC foi tema do Bom dia Ministro
05/07/2012 - Aprovação do Regime Diferenciado de Contratações para obras do PAC foi tema do Bom dia Ministro
O Bom Dia Ministro entrevistou a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, da Presidência da República, Ideli Salvatti. Ela fez um balanço do primeiro ano na Secretaria e detalhaou o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) recém aprovado no Senado e que será sancionado pela presidenta Dilma Rousseff.
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Publicado em 12/12/2016 18:20
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Olá, amigos em todo o Brasil. Eu sou Kátia Sartório e começa, agora, mais uma edição do programa Bom Dia, Ministro. O programa tem a coordenação e a produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. Hoje, aqui no estúdio da EBC Serviços, a Ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Ideli Salvatti. Bom dia, Ministra. Seja bem-vinda. MINISTRA IDELI SALVATTI: Muito bom dia, Kátia. Bom dia também aos nossos ouvintes, não é, desta grande rede. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Na pauta do programa de hoje, a Ministra conversa com a gente sobre a aprovação do Regime Diferenciado de Contratações para obras do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, que foi recém-aprovado no Senado e que vai ser sancionado pela presidenta Dilma Rousseff. E, também, a participação do governo federal, e o papel da Secretaria nesse processo. A Ministra Ideli Salvatti já está aqui no estúdio pronta para conversar com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Ministra, já está na linha a Rádio Tupi do Rio de Janeiro. Ana Rodrigues, bom dia. REPÓRTER ANA RODRIGUES (Rádio Tupi / Rio de Janeiro - RJ): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministra Ideli Salvatti. Ministra, a gente queria destacar principalmente essa questão do Regime Diferenciado de Contratações para as obras do Plano de Aceleração do Crescimento. Esses processos agora vão se tornar mais ágeis para a contratação, aumentando também essa capacidade de acompanhamento dos órgãos de controle interno e externo. Como é que está essa fiscalização das obras que aqui no Rio de Janeiro, nos últimos dias, realmente começaram a acelerar efetivamente as obras do PAC, as obras, enfim, de preparação da cidade para os eventos que vão acontecer em 2014 e 2016? MINISTRA IDELI SALVATTI: Bom, em primeiro lugar, bom dia, Ana. Bom dia também aos ouvintes, especialmente aí da Rádio Tupi. E dizer que nós já estamos praticando esse Regime Diferenciado de Contratação nas obras de aeroportos e nas obras da Copa. E no que consiste este Regime Diferenciado de Contratação? É uma forma aonde, em primeiro lugar, o orçamento, quanto vai custar a obra, a projeção de quanto vai custar a obra, é calculado, o Tribunal de Contas da União acompanha, sabe, o valor, mas isto não é anunciado, diferentemente das licitações, não é, pela Lei 8.666. Quando não é anunciado, as empresas, as empreiteiras, elas fazem um preço muito mais próximo do real e competem efetivamente entre elas. E aí nessa competição, inclusive na hora que são abertos os envelopes, elas podem inclusive fazer outros lances. Entra numa espécie de leilão. Este mecanismo permite que o valor das obras, o preço da contratação da obra acabe caindo em torno de 15%, até 20%. E a outra modificação que também é muito importante é que na lei, a 8.666 da licitação, é feita uma licitação para contratar a elaboração do projeto de engenharia da obra. E, depois, uma licitação para execução da obra. O que acontece? Como são empresas diferentes que fazem o projeto e a execução, entra muito aqueles pedidos de aditivos, porque aí quem vai executar reclama, o projeto não foi bem feito, tem problema aqui, tem problema lá. Então, agora não. No Regime Diferenciado de Contratação é uma licitação para fazer o projeto e executar a obra. Então não pode reclamar, porque foi a própria empresa que fez. Então, se ela errou, ela tem que arcar com as consequências. Então agiliza, diminui, não é, o número de licitações, baixa o preço. E aí o resultado está aí, bastante positivo, como a própria Ana colocou, não é? E agora nós vamos aplicar isto em muitas outras obras, inclusive obras do PAC, tipo unidades básicas de saúde, unidades de pronto-atendimento na área de saúde, as creches, as quadras cobertas, então é muito obra que vai agilizar em todo o país. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ana Rodrigues, da Rádio Tupi do Rio de Janeiro, você tem outra pergunta para a Ministra? REPÓRTER ANA RODRIGUES (Rádio Tupi / Rio de Janeiro - RJ): Foi aprovada já a votação, ela é votada pelos parlamentares, aprovada a Lei Geral da Copa. Ministra, há possibilidade de ainda ter que ser feito algum ajuste nessa Lei Geral, a discussão já está encerrada ou ainda vamos ter mais algum trabalhinho em relação a essa legislação da Copa? MINISTRA IDELI SALVATTI: Eu acredito que não. A presidenta sancionou, teve pequenos vetos, pontuais, e agora um ou outro problema que aconteça, porque tem estados que têm legislação específica, não é, sobre temas que estão na Lei Geral da Copa. Então, aí é tarefa do Ministro Aldo Rebelo, dos Esportes, de fazer negociações pontuais, se acontecer um ou outro problema em algum estado. Mas está todo mundo muito animado, as obras dos estádios estão andando muito bem. Então, eu não acredito que nós tenhamos qualquer tipo de problema. Aliás, eu esqueci de dar as minhas saudações corintianas na abertura hoje. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa... MINISTRA IDELI SALVATTI: O bando de malucos está muito feliz. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: É verdade. Um jogo bom, não é, Ministra? MINISTRA IDELI SALVATTI: Um jogo bom. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro. Eu sou Kátia Sartório, estamos hoje com a Ministra Ideli Salvatti, que conversa com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Ministra, vamos agora a Curitiba, no Paraná. MINISTRA IDELI SALVATTI: Vamos lá. Está frio, está frio... APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Está frio, não é? Com a Rádio Iguaçu AM 830, de Curitiba. A pergunta é de Eduardo Kampa. Bom dia, Eduardo. REPÓRTER EDUARDO KAMPA (Rádio Iguaçu AM 830 / Curitiba - PR): Bom dia, Kátia Sartório. Bom dia, Ministra Ideli Salvatti. Ministra, parece que, pelo visto, a senhora é de São Paulo, mas também passou aqui por Curitiba, licenciada em física pela nossa Universidade Federal do Paraná, não é, e, também, teve uma larga experiência no Legislativo, não é, como senadora. Primeira mulher senadora de Santa Catarina, não é? MINISTRA IDELI SALVATTI: Isto. REPÓRTER EDUARDO KAMPA (Rádio Iguaçu AM 830 / Curitiba - PR): E também deputada por duas vezes. Essa sua bagagem no Legislativo, ela tem contribuído na condução do relacionamento do governo com o Congresso Nacional e os partidos políticos, Ministra? MINISTRA IDELI SALVATTI: Olha, Eduardo. Primeiro, bom dia. É claro que eu tenho experiência, dá 16 anos de parlamento, oito como deputada estadual e oito como senadora. E é óbvio que nesta relação e para a aprovação das matérias e entender um pouco também o dinamismo, não é? Porque, às vezes, as pessoas acham assim: ai, está tudo muito difícil, tem muita tensão, tem muita pressão. Mas é do jogo, é do jeito, não é, da forma do Legislativo também funcionar. Então, a nossa relação... E uma das coisas que eu acho que me ajuda muito é que nos oito anos que eu permaneci como senadora, destes oito anos eu exerci durante sete anos a tarefa de liderança, seja a liderança do Partido dos Trabalhadores no Senado, do bloco de apoio, os dois últimos anos como liderança do governo, não é, do presidente Lula no Congresso. Então, isto me permitiu ter uma circulação, relação com as principais personalidades, não é, do Congresso, a relação com os presidentes das duas Casas. E isso ajuda muito. Então, a gente tem tido um trabalho bastante exitoso. Eu não tenho que me queixar nenhum pouco. Aliás, eu sempre digo e reproduzo aquilo que a própria presidenta diz, não é? O Congresso Nacional é um grande parceiro, principalmente no enfrentamento da crise, não é? Nós estamos com todas as matérias para enfrentar a crise, aprovadas, e aprovadas muito rapidamente, inclusive, pelo Congresso Nacional. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Eduardo Kampa, da Rádio Iguaçu AM de Curitiba, você tem outra pergunta? REPÓRTER EDUARDO KAMPA (Rádio Iguaçu AM 830 / Curitiba - PR): Tenho sim, Kátia. Ministra, a senhora demonstrou certa preocupação com relação à Lei de Diretrizes Orçamentárias, a que prevê autonomia aí para o reajuste salarial do Judiciário, do Legislativo, do Ministério Público. Qual seria assim, mais ou menos, o reflexo disso tudo, isso pode trazer... No caso, o que pode trazer para a economia do Brasil? MINISTRA IDELI SALVATTI: Olha, na realidade o que está previsto como emenda, não é? Eles devem apresentar, fazer destaque na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que nós devemos votar agora a semana que entra, é destinar um percentual obrigatório da receita corrente líquida, ou seja, da arrecadação do país para conceder reajustes automáticos. Então... E sem passar pelo Congresso. Então, cada um dos poderes, não é, o Judiciário e o Legislativo, teria autonomia para com aquele valor a mais, não é, todo ano, conceder automaticamente os reajustes. Isto ser feito independente do que está acontecendo no Brasil ou no mundo. Então, veja bem, nós estamos agora, o Brasil vai bem, enfrenta bem, continuamos crescendo, distribuindo renda, gerando emprego, mas a crise na Europa e nos Estados Unidos está muito, muito pesada. Então nós temos que tratar com cuidado qualquer tipo de reajuste, porque quando você vê concede o reajuste, significa que aquele gasto vai ser permanente. É para o resto da vida, entende? Daquele volume, não é, daquela quantidade de servidores. Então precisa ser avaliado, não é? Permanentemente, conforme a condição daquele momento e da perspectiva futura. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro. A nossa convidada de hoje é a Ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Ela conversa com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Lembrando às emissoras que o sinal dessa entrevista está no satélite, no mesmo canal de a Voz do Brasil. Ministra, vamos agora a São Paulo conversar com a rádio Estadão ESPN, onde está Lucas Lagatta. Bom dia, Lucas. REPÓRTER LUCAS LAGATTA (Rádio Estadão ESPN / São Paulo - SP): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministra. Ministra Ideli Salvatti, na última semana a senhora chegou a criticar a aprovação na Câmara dos Deputados, da meta de 10% do PIB para a educação, uma vez que a proposta do governo era de 7,5%. Em relação ao Plano Nacional de Educação, o governo pretende ainda impedir o aumento do investimento que integrará o projeto, Ministra? MINISTRA IDELI SALVATTI: Olha, nós estamos inclusive neste momento com possibilidade de ter um recurso ao Plenário da Câmara, porque foi aprovado apenas por uma Comissão Especial. Então não teve o posicionamento da totalidade dos deputados federais sobre este plano, não é, as metas. E quando eu fiz o questionamento a respeito dos 10% do PIB, é por conta até de uma questão de possibilidade mesmo até de executar, porque entre 2013 e agora, a educação, e olha que nós criamos 14 universidades federais, ampliamos, entende? praticamente triplicamos as escolas técnicas, ampliamos as creches, demos reajuste para os servidores, ampliamos toda a educação infantil com creches e tal. E veja bem, com tudo isso que foi feito, nós pulamos de 3,5% do PIB, para aproximadamente 5% e pouco do PIB. Então, quase dez anos nós pulamos de 3,5% para 5,5%. Então não é nem possível executar, entende? Você não tem condições de fazer, mesmo que houvesse a possibilidade financeira, você não executa. E o próprio Ministro Mercadante, ele diz que seria quase que você ter um novo Ministério da Educação. Com tudo que você já tem, não é, você praticamente ter um novo. E sempre tem que levar em consideração o seguinte: que o orçamento é uma peça finita, não é, então se você amplia demais a obrigatoriedade num setor, por exemplo, na educação, você obrigatoriamente vai ter que tirar de outros. E de qual que você vai tirar? Você vai tirar da segurança? Você vai tirar da saúde? Entende? Então esta impossibilidade de executar e o percentual elevado de 10% do PIB, ele tem consequências que precisam ser debatido melhor. Por isso que nós estamos, inclusive, pedindo aos parlamentares, não é, e eu acho que deve acontecer, um recurso para ser debatido no Plenário da Câmara e não apenas por uma única comissão. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Lucas Lagatta, da Rádio Estadão de São Paulo, você tem outra pergunta? REPÓRTER LUCAS LAGATTA (Rádio Estadão ESPN / São Paulo - SP): Eu tenho, sim, Kátia. É em relação, Ministra, às eleições municipais deste ano. A senhora disse que a presidenta Dilma Rousseff não pretende se envolver no pleito, mas a coligação acertada pelo ex-presidente Lula e o deputado Paulo Maluf, unindo o PT e o PP na disputa em São Paulo, parece não ter sido bem aceita por parte da população da cidade. A senhora considera que esta união pode prejudicar a imagem do Partido dos Trabalhadores e do próprio governo da presidenta Dilma Rousseff? MINISTRA IDELI SALVATTI: Olha, Lucas, em primeiro lugar, eu quero reafirmar que a presidenta tem dito, assim, reiteradas vezes: a melhor maneira de ela contribuir com o processo eleitoral é continuar se preocupando de manhã, tarde e noite, madrugada, um dia sim e o outro também, no enfrentamento da crise, e que o Brasil continue crescendo, distribuindo renda, geração de emprego e tal. Ela também sinalizou - porque os ministros, obviamente, nós temos uma composição de vários partidos - que os ministros têm liberdade, fora do horário de expediente, nos finais de semana, de se envolver aí com as suas bases eleitorais e tal. Então, há uma separação muito clara, até porque não pode ser diferente, não é? Em São Paulo... Vamos citar o caso de São Paulo. Vai ter a candidatura do Haddad, do PT, com vários partidos da base, mas também tem a candidatura do Chalita, do PMDB, que é nada mais nada menos do que o partido do vice-presidente da República. Então, não há a menor possibilidade, entende, de trazer, às vezes, a disputa partidária eleitoral local, entende, para o interno do governo, não é? Então, nós vamos acompanhar. A gente tem dito, inclusive de forma muito clara, que esta questão da disputa eleitoral é uma questão partidária, então vai ser tratada no âmbito dos partidos e da situação local. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o Programa Bom Dia, Ministro. Eu sou Kátia Sartório e estamos, hoje, com a Ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Ela conversa com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Ministra, vamos agora a Pernambuco, a Garanhuns, falar com a Rádio Marano FM, onde está Luciano André. Bom dia, Luciano. REPÓRTER LUCIANO ANDRÉ (Rádio Marano FM / Garanhuns - PE): Ok, Kátia. Muito bom dia. Bom dia, Ministra. MINISTRA IDELI SALVATTI: Bom dia. REPÓRTER LUCIANO ANDRÉ (Rádio Marano FM / Garanhuns - PE): Nós estamos, ao vivo, aqui, através da nossa emissora. Ministra, a nossa primeira pergunta que gostaríamos de fazer para a senhora é com relação às articulações que podem ser feitas em parceria com o seu Ministério e com o Ministério do Fernando Bezerra Coelho com relação ao desenvolvimento das obras de transposição do São Francisco. O que pode ser feito para ajudar na conclusão desse serviço, Ministra? MINISTRA IDELI SALVATTI: Bom, em primeiro lugar, Luciano, cumprimentá-lo, não é? Lembrando, Garanhuns é a terra natal do nosso querido presidente Lula. E dizer que obras de transposição do São Francisco, obras fundamentais. Nós estamos, agora, vivenciando uma das situações mais graves em termos de seca, atingindo milhares de pessoas, milhões de pessoas em vários estados do Nordeste, e esta é uma obra que ela é uma obra estratégica, não é, estruturante, e que tivemos alguns problemas, tem alguns trechos que estão sendo readequados, aí, em termos de andamento, de ritmo, que o Ministério da Integração, mas, principalmente, o Ministério do Planejamento, que coordena todas as obras do PAC, a transposição do São Francisco é uma das maiores obras do PAC em todo o Brasil, tem dado atenção especial. A presidenta, inclusive, foi, pessoalmente, visitar obras. Ela monitora como uma das obras, assim, que eu diria, quase que prioritárias, não é, em termos de governo. Então, todos nós temos a convicção da necessidade deste monitoramento quase que diário, não é, para que as coisas andem com a rapidez necessária. E também porque é, exatamente, uma obra desta magnitude que tem capacidade de fazer um enfrentamento em uma situação como a que nós estamos vivendo neste período, agora, lá em todo o Nordeste. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Luciano André, da Rádio Marano FM, de Garanhuns, em Pernambuco, você tem outra pergunta? REPÓRTER LUCIANO ANDRÉ (Rádio Marano FM / Garanhuns - PE): Sim, Kátia. Com relação ao Super Simples, Ministra, de que forma essa nova abrangência desse Super Simples pode ajudar as micro e pequenas empresas para um maior desenvolvimento da econômica brasileira? MINISTRA IDELI SALVATTI: Olha, Luciano, até, antes de falar sobre o Super Simples, eu queria aproveitar, porque você abrange aí a região atingida pela seca, é que, ontem, nós conseguimos aprovar, na Comissão, a Medida Provisória 565, aonde está incluída a negociação da dívida dos agricultores que têm... Inclusive, agricultores... Centenas de milhares de agricultores que têm, inclusive, ameaça de terem as suas terras leiloadas, não é, por dívidas, processos judiciais. Então, esta negociação foi concluída e vão ser repactuadas todas estas dívidas, vão ser suspensos os leilões, para impedir que estes agricultores percam a... A questão das suas terras. Então, foi um processo que eu me envolvi de forma muito especial, particular, diretamente, e aí foi muito bem sucedido. Nós esperamos que, agora, rapidamente, seja aprovado na Câmara e no Senado, para a sanção da presidenta. E na questão do Super Simples, ampliou os setores envolvidos, ampliou o valor de faturamento, ampliou a possibilidade das micro e pequenas empresas se beneficiarem de regime tributário diferenciado. E isto é fundamental para que a gente possa continuar empregando, porque as micro e pequenas empresas empregam a grande maioria dos trabalhadores brasileiros, e, ainda, tem uma grande capilaridade, não é? Ela movimenta muito a economia local em todos os cantos do Brasil. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o Programa Bom Dia, Ministro. Para você que ligou o rádio agora, estamos, hoje, com a Ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Ministra, vamos agora a Florianópolis, Santa Catarina. MINISTRA IDELI SALVATTI: É o meu pedacinho de terra perdido no mar. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: É a sua terra. Vamos conversar com a Rádio Udesc FM. A pergunta é de Paulo Roberto Santhias. Bom dia, Paulo Roberto. REPÓRTER PAULO ROBERTO SANTHIAS (Rádio Udesc FM / Florianópolis - SC): Bom dia, Kátia Sartório. Bom dia, também, e os cumprimentos à Ministra Ideli Salvatti por um ano à frente, no cargo de Ministra-Chefe da Secretaria de Relações Institucionais. O bom dia vai daqui do pedacinho de terra perdido no mar, Ministra. MINISTRA IDELI SALVATTI: Isto. REPÓRTER PAULO ROBERTO SANTHIAS (Rádio Udesc FM / Florianópolis - SC): Ministra, inicialmente, eu gostaria de perguntar à senhora como o governo federal prevê compensações para a Resolução 72, de 2010, que determina a alíquota de ICMS nas operações interestaduais com bens e mercadorias importadas do exterior. Essa medida atinge, diretamente, o orçamento de Santa Catarina, não é, Ministra. O governo federal já tem um plano de compensações, uma vez que a medida atinge diretamente e reduz drasticamente o orçamento do estado? REPÓRTER PAULO ROBERTO SANTHIAS (Rádio Udesc FM / Florianópolis - SC): Bom, Paulo, para quem não conhece, não é, esse pedacinho de terra perdido no mar é trecho do hino de Florianópolis, uma música maravilhosa do nosso querido poeta Zininho. Bom, primeiro, para todos que estão nos ouvindo neste momento entender esta questão essa Resolução 72. Nós tínhamos, em termos de estados brasileiros, alguns estados que concederam benefícios fiscais, ou seja, a redução de impostos estaduais para incentivar a importação, a entrada de produtos importados pelos portos destes estados. Quais eram estes estados, fundamentalmente? Era Espírito Santo, Santa Catarina e Goiás, não é? Tinham outros, em pequenas escalas, mas, fundamentalmente, esses três. Por que era muito importante acabar com este incentivo? Porque nós estamos em uma crise internacional, aonde os países estão conseguindo vender muito pouco e todos querem colocar os seus produtos no Brasil. Só que quando você importa, você gera o emprego no país que está colocando o produto, você não está gerando o emprego no Brasil. Então, diminuir, eliminar o incentivo à importação era fundamental no enfrentamento da crise, não é? Era uma medida que era necessária para o Brasil. Os estados que tiveram prejuízo - e vão ter, e você mesmo colocou, diminui a arrecadação, Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás -, a presidenta Dilma deu ordem para compensações. Então, neste momento, inclusive, o estado de Santa Catarina está negociando, com o BNDES, R$ 3 bilhões para obras de infraestrutura, não é? Além disso, nós temos, ainda, outros mecanismos de repasse de recursos em termos de obra. Só em obras rodoviárias - a presidenta Dilma, inclusive, esteve presente em Santa Catarina -, foram mais de R$ 2 bilhões para a BR-101, a 470 e a 280. Então, são compensações que, efetivamente, estão sendo feitas, não é, tanto para Santa Catarina, para o Espírito Santo e para Goiás, para permitir que o estado tenha condição de... Teve o prejuízo, mas poder enfrentar. E todos nós trabalharmos em conjunto para fortalecer o Brasil, gerando emprego e enfrentando a crise internacional. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Paulo Roberto, da Rádio Udesc FM, de Florianópolis, você tem outra pergunta para a Ministra Ideli Salvatti? REPÓRTER PAULO ROBERTO SANTHIAS (Rádio Udesc FM / Florianópolis - SC): Tenho, sim, Kátia. Tenho, sim. Essa tem a ver com a questão política. Nos jornais daqui de Santa Catarina, foi publicado, ontem, e hoje também, que a Ministra, ela vai ficar sem militância política aqui, em uma fase tão importante no estado e no Brasil, que é a fase das eleições municipais. Eu pergunto para a Ministra Ideli Salvatti, então, como ela vai se comportar frente às eleições de Florianópolis, Joinville, Blumenau e Chapecó, que são cidades estratégicas para o PT, e que o PT também teve a oportunidade de governar e pode voltar ao governo ou então ser reconduzido ao governo. MINISTRA IDELI SALVATTI: Paulo, acho que é mais intriga da oposição, isto aí, viu? Porque, fora do meu horário de expediente, a gente vai estar participando, sim. Inclusive, eu estive, agora, no final de semana, em convenções importantes em Florianópolis, não é, no lançamento da aliança Ângela Albino-Nildão; também em Joinville, com o Carlito e o Eni Voltolini; em Blumenau, com a Ana Paula Lima e o João Pizzolatti Neto. Então, foi dentro das minhas possibilidades. Obviamente que a prioridade zero é contribuir com o governo da presidenta Dilma para o Brasil continuar indo bem. Agora, eu vou ficar um pouquinho mais cansada, não é, porque aí a gente vai trabalhar fora do expediente, aí, militando como sempre militamos na construção do PT e dos nossos partidos aliados no estado. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o Programa Bom Dia, Ministro. Eu sou Kátia Sartório e estamos, hoje, com a Ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Lembrando que o áudio dessa entrevista e também a transcrição vão estar disponíveis, ainda hoje pela manhã, na página da EBC Serviços na internet. Anote o endereço: www.ebcservicos.ebc.com.br. Ministra, agora vamos ao Ceará. Vamos a Fortaleza. MINISTRA IDELI SALVATTI: Ceará. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Rádio Verdes Mares. Nilton Sales, bom dia. REPÓRTER NILTON SALES (Rádio Verdes Mares / Fortaleza - CE): Bom dia, Kátia. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Bom dia, Nilton. REPÓRTER NILTON SALES (Rádio Verdes Mares / Fortaleza - CE): Bom dia, Sra. Ministra. MINISTRA IDELI SALVATTI: Bom dia, Nilton. REPÓRTER NILTON SALES (Rádio Verdes Mares / Fortaleza - CE): A senhora está completando um ano de batente aí na Presidência da República. Meus parabéns. A senhora podia enumerar alguns pontos que a senhora considera excepcionais na sua administração? MINISTRA IDELI SALVATTI: Olha, Nilton, em primeiro lugar, completar um ano, para mim, é um motivo de muito orgulho, porque não é fácil, não é? O pessoal brinca lá que a minha cadeira só tem três perninhas, precisa ficar se equilibrando o tempo inteiro lá, para a gente poder... Porque, além do trabalho com o Congresso Nacional, não é, nós temos, ainda, uma outra tarefa, que ela não é muito divulgada, mas que é de muita responsabilidade, que é a relação com os governadores e os prefeitos do Brasil inteiro, em todas as demandas que eles têm, as audiências que eles solicitam, o acompanhamento da sua pauta, das suas reivindicações e da relação dos governadores e dos prefeitos com a Presidência da República. Então, este é um... Por exemplo, na questão da Rio+20, nós nos envolvemos diretamente com a mobilização, articulação e organização dos governadores e prefeitos. Tivemos uma atuação muito forte, realizamos quatro colóquios federativos envolvendo todas as regiões do país, uma presença muito forte em vários eventos de governadores e de prefeitos, não é, na Rio+20, e esse é um trabalho que, praticamente, não aparece, não é, mas que a gente se envolve, a gente está lá. E, no Congresso Nacional, apesar de todas as tensões... Tem semana que dizem: “Ai, a casa vai cair”. A casa não cai, não é? A gente continua aprovando as matérias. Praticamente, a nossa agenda no Congresso Nacional está totalmente em dia. Nós não temos matérias importantes, por exemplo, fundamentais para o enfrentamento da crise, paradas. Por exemplo, ontem, nós aprovamos, primeiro e segundo turno, no Senado da República, uma matéria que muita gente não acreditava que a gente ia conseguir aprovar tão rapidamente, que é a modificação na distribuição do ICMS do comércio eletrônico, algo que está centralizado, quem se beneficia, fundamentalmente, é só o estado de São Paulo, que é a sede da maior parte das empresas que vende pela internet, e todos os demais estados do Brasil perdem ICMS. Nós conseguimos aprovar uma emenda à Constituição por sessenta e zero, no primeiro turno, não é, então, uma coisa bastante difícil, você aprovar algo que prejudica um estado e outros se beneficiam, por unanimidade. E, por exemplo, o Ceará vai ser um dos estados que vai se beneficiar, entende, com esta medida que a gente conseguiu aprovar lá. Então, dá trabalho, precisa ouvir muito, conversar muito, articular muito, mas está indo muito bem. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Nilton Sales, da Rádio Verdes Mares, de Fortaleza, você tem outra pergunta? REPÓRTER NILTON SALES (Rádio Verdes Mares / Fortaleza - CE): Não. Só desejar a ela sucesso, e que ela tenha sorte, que a coisa vai. MINISTRA IDELI SALVATTI: Muito obrigada, Nilton. Vai torcendo aí por mim, porque eu preciso da torcida. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministra Ideli Salvatti, ainda no Nordeste, vamos agora ao Piauí, a Teresina, conversar com a Rádio Pioneira AM. Elzo Ribeiro, bom dia. REPÓRTER ELZO RIBEIRO (Rádio Pioneira AM / Teresina - PI): Bom dia. Então, eu quero perguntar à Ministra sobre o pré-sal, onde vários estados dão contra de boa parte do Nordeste não receber este investimento do pré-sal. Então, o que a senhora tem a dizer sobre esses estados que é contra receber o repasse do pré-sal, e um estado que não é banhado por mar não tem direito ou tem direito? MINISTRA IDELI SALVATTI: Bom, Elzo, em primeiro lugar, quando nós aprovamos, no Congresso Nacional, a modificação na lei que regulamenta toda a exploração do petróleo no nosso... Petróleo e gás, não é, no nosso país, nós fizemos uma modificação, dada a descoberta fantástica aí desta quantidade imensa de petróleo que está bem lá no fundinho do oceano, que é o chamado pré-sal, nós modificamos exatamente para que todo o Brasil, a totalidade do povo brasileiro, pudesse ser beneficiado desta riqueza. Então, na exploração do pré-sal tem, inclusive, a criação de um fundo, aonde o recurso... Porque a gente mudou a forma de explorar, ao invés de ser por concessão, passa a ser por partilha, aonde o resultado disto vem para este fundo e é distribuído para o país todo, para todos os estados. O que está em debate, lá no Congresso Nacional, é a questão dos royalties da concessão, daquilo que já está explorado, não é, que já está licitado, que já está em andamento. Por isso que tem uma delicadeza jurídica, porque aquilo que já está contratado pode ir parar na Justiça, se você modificar a regra no andar da carruagem. Eu sempre uso como exemplo um poço no litoral de Santa Catarina, que eu considero de Santa Catarina; o Paraná sempre recebeu os royalties deste poço. O poço já secou, não produz mais petróleo, e tem uma briga no Supremo que dura mais de 20 anos, a briga dos royalties de um único poço, se esses royalties pertencem ao Paraná ou pertence a Santa Catarina. Então, imagine se, na aprovação da matéria que trata dos royalties, da questão da concessão, se a gente tiver dúvida jurídica e for parar na Justiça os royalties de todos os poços que estão em exploração atualmente no Brasil. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Vinte anos para receber. MINISTRA IDELI SALVATTI: Vinte anos? Vinte anos, mas não decidiram ainda, pode até ir mais tempo. Por isso que a votação da questão dos royalties tem que ter a questão da Justiça, que eu acho que boa parte dos estados querem ter direito igual ou, pelo menos, mais equilibrado, mas precisa ser feito com muito cuidado, para não virar um grande esqueleto judicial, que não vai beneficiar ninguém. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Elzo Ribeiro, da Rádio Pioneira AM, de Teresina, no Piauí, você tem outra pergunta para a Ministra Ideli? REPÓRTER ELZO RIBEIRO (Rádio Pioneira AM / Teresina - PI): Não, tudo bem. Então, a gente só deseja um bom trabalho e que o nosso Brasil consiga alcançar os nossos objetivos e tenha uma ótima administração. MINISTRA IDELI SALVATTI: Elzo, é o desejo de todos nós, e estamos trabalhando muito para o Brasil continuar muito bem. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro. Eu sou Kátia Sartório. Estamos, hoje, com a Ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Ela responde a perguntas de âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Ministra, vamos, agora a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, falar com a Rádio Bandeirantes AM, onde está Bibiana Borba. Bom dia, Bibiana. REPÓRTER BIBIANA BORBA (Rádio Bandeirantes AM / Porto Alegre - RS): Bom dia. Bom dia, Ministra. Ministra Ideli, o governo federal investe na abertura, na transparência política, a divulgação de salários de servidores. Ontem, o Senado aprovou, também, o fim do voto secreto para cassações de mandato. O que a senhora espera, nesse sentido da transparência? Temos, também, o julgamento do Mensalão, agora, em agosto. A senhora acha que estamos avançando na questão da transparência política? MINISTRA IDELI SALVATTI: Olha, Bibiana, primeiro, o seu nome me lembra Erico Veríssimo. Me veio todo ‘O Tempo e o Vento’ na cabeça. Muito lindo. E, Bibiana, é assim: nós tivemos a aprovação de matérias fundamentais para esta questão da transparência. A Lei de Acesso à Informação, eu acho que foi um grande avanço. Ela é uma lei difícil de ser implementada, porque, obviamente, precisa ter estrutura, e ela não envolve apenas o governo federal, mas também os estados, os municípios, todos os poderes. Você está vendo aí a resistência para publicar os salários. Por que é que não pode o salário? Se vai o salário da presidenta da República para a internet, então, por que é que os demais servidores não podem ter o seu salário, também, divulgado? APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Por que o cidadão não pode saber o dinheiro que ele paga, para onde está indo? MINISTRA IDELI SALVATTI: Saber... Paga. É, então... Mas como a gente está com esses debates aí, da questão de reajustes e tal, e justiça nos reajustes salariais, de vez em quando, aparece essa história que não pode publicar. Eu não sei bem por quê. Talvez, para não ficarem claras as diferenças, inclusive, as distorções que têm na questão salarial dos servidores. Então, para nós, é muito importante. Nós estamos trabalhando muito efetivamente para que essa transparência continue sendo dada. E a votação, praticamente, só teve um voto contrário do voto aberto, no caso de votações de cassação. Eu acho que tudo isto é um avanço significativo da democratização do acesso à informação de todos. E isto só faz bem para a democracia. Não tem, entende, como a gente... Esta é uma, digamos assim, uma tendência irreversível. Então, é a gente poder agilizar aí, o processo de transparência mesmo, em todos os níveis. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Bibiana Borba, da Rádio Bandeirantes AM, de Porto Alegre, você tem outra pergunta? REPÓRTER BIBIANA BORBA (Rádio Bandeirantes AM / Porto Alegre - RS): Ministra, em relação ao julgamento do Mensalão, marcado para agosto, qual a sua posição, o que a senhora espera desse julgamento? MINISTRA IDELI SALVATTI: Olha, é um assunto que é da esfera do judiciário. Nós torcemos para que tudo corra de forma tranquila e, também, que a justiça seja feita conforme as provas e os autos, que é o que todos nós aguardamos e torcemos para que aconteça. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Para você que ligou o rádio, agora, nós estamos no programa Bom Dia, Ministro. A nossa convidada de hoje é a Ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Ela participa do programa, conversando com âncoras emissoras de rádio de todo o país. Ministra, vamos, agora, a Chapecó, de novo, a sua terra, Santa Catarina. MINISTRA IDELI SALVATTI: Ah, vamos lá. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: A Rádio Chapecó. Fábio Schardong, bom dia. REPÓRTER FÁBIO SCHARDONG (Rádio Chapecó / Chapecó - SC): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministra. MINISTRA IDELI SALVATTI: Bom dia. Olha, se der tudo certo, talvez, amanhã, cedo, eu esteja aí, em Chapecó, porque estamos aí com um trabalho muito intenso, envolvendo aí a questão de energias renováveis, em parceria com a agricultura familiar. E, amanhã, vai ter um grande evento aí, em Chapecó, não é? Eu estou convidada. Estou tentando ver como é que a gente chega em Chapecó, por causa do nosso aeroporto, que ainda está faltando a liberação, depois das obras, aí. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Fábio. REPÓRTER FÁBIO SCHARDONG (Rádio Chapecó / Chapecó - SC): A senhora falou, entre outros assuntos, hoje, sobre o Regime Diferenciado de Contratações para obras do PAC, que é o chamado RDC, recém-aprovado, que será sancionado pela presidenta Dilma. Eu queria falar sobre ferrovias, porque recentemente o seu colega, o Ministro do Trabalho, Paulo Sérgio Passos, esteve aqui, em Chapecó, por ocasião do Seminário Ferrovias e Desenvolvimento Regional. Ele falou sobre a inclusão, no PAC, de projetos ferroviários. Bem, pergunto à senhora sobre a situação desses projetos. E, aqui, temos um sério problema, que diz respeito a insumos para a produção das agroindústrias. A ferrovia seria, claro, uma solução para baratear o transporte desses insumos. Inclusive, alguns já falam em transferir a produção para outras regiões do país, tamanha a dificuldade, também, e o valor pago. Aí, nós temos a possibilidade da ligação de Itajaí a Chapecó, que é a chamada Ferrovia do Frango. Talvez, com um braço até de Dionísio Cerqueira, no extremo Oeste, na fronteira com a Argentina; ainda a ligação Norte e Sul, vindo do Centro-Oeste, indo ao Rio Grande do Sul, passando, aqui, por Chapecó. É possível dizer, Ministra, quando teremos o trem apitando, aqui, na região Oeste, que é uma das maiores produtoras de proteína animal do mundo? E esses projetos, eles estão incluídos no RDC, Ministra? MINISTRA IDELI SALVATTI: Olha, Fábio, em primeiro lugar acho que um dos maiores crimes que foram cometidos no Brasil, foi nós não termos mais, durante muito tempo, muitas décadas, nós não termos mais apostado no sistema de transporte ferroviário. Santa Catarina é um exemplo claro. Nós tínhamos uma malha ferroviária muito boa, muito bem-estruturada, que foi totalmente, ou quase que totalmente desativada. E nós estamos, agora, reconstruindo este modal ferroviário, que é seguro, é barato, entende? É eficiente. E, infelizmente, o Brasil apostou, mudou isto na metade do século passado e, infelizmente, nós temos que, agora, correr atrás do prejuízo. E você falou muito bem: a região Oeste de Santa Catarina é uma das regiões de maior produção de proteína animal do planeta. E boa parte do milho que sustenta aí, essa produção de proteína vem, da região Centro-Oeste, transportada por caminhões, entende? Então... E para chegar no porto, para exportar, Chapecó até Itajaí, para os ouvintes do resto do Brasil entenderem, são quase 600 quilômetros, 500 quilômetros, entende, dependendo da localização da propriedade. E tudo em cima de caminhão. Então, veja que é algo imprescindível. Todas estas obras que você citou, a chamada Rodovia do Frango, a interligação e tal, tudo isso está no PAC, e, portanto, serão beneficiados com o Regime Diferenciado de Contratação. No caso de Santa Catarina, nós temos duas ferrovias que estamos na elaboração dos projetos, o Executivo. Então, à hora que estiver pronto para licitar, será licitado nesta modalidade diferenciada, mais rápida e mais barata. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Fábio Schardong, da Rádio Chapecó, de Santa Catarina, você tem outra pergunta para a Ministra Ideli Salvatti? REPÓRTER FÁBIO SCHARDONG (Rádio Chapecó / Chapecó - SC): Só aproveitando, já que a Ministra falou do aeroporto, a senhora tem alguma informação sobre a Agência Nacional de Aviação Civil, se libera logo o nosso aeroporto? Já fez a vistoria, aqui, durante essa semana. Tem uma cobrança muito forte do empresariado, aqui, por uma agilidade maior para a liberação do nosso Aeroporto Serafim Enoss Bertaso, Ministra. MINISTRA IDELI SALVATTI: Olha, nós estamos acompanhando quase que diariamente lá, entende? Pressão total em cima da ANAC. Vistoria já feita, eles, por favor, liberem, porque é um transtorno. Se eu tiver que ir a Chapecó, amanhã mesmo, se tiver tudo certo para ir, eu vou ter que descer em Passo Fundo. E quase 200 quilômetros de carro para chegar em Chapecó, quando eu poderia descer na cidade, não é? Ai, ai, triste. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro. Estamos, hoje, com a Ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Lembrando que o áudio e a transcrição dessa entrevista vão estar disponíveis, ainda hoje, de manhã, na página da EBC Serviços na internet. Anote o endereço: www.ebcservicos.ebc.com.br. Ministra, agora, vamos ao Norte. MINISTRA IDELI SALVATTI: Manaus. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Vamos a Manaus, Amazonas. Rádio Rio Mar AM, onde está Emerson Miranda. Bom dia, Emerson. REPÓRTER EMERSON MIRANDA (Rádio Rio Mar AM / Manaus - AM): Bom dia. Bom dia, Ministra. MINISTRA IDELI SALVATTI: Tudo bem? REPÓRTER ÉMERSON MIRANDA (Rádio Rio Mar AM / Manaus - AM): Bom, a minha pergunta é sobre, principalmente, o polo industrial nosso, aqui, de Manaus, mais conhecido pelo Brasil todo como Zona Franca de Manaus. Um dos grandes problemas, eu queria até que a senhora explicasse melhor, com respeito à Resolução 72/2010, que determina a alíquota de ICMS nas operações interestaduais e, também, com bens e mercadorias importadas do exterior. Como que isso funcionaria, por exemplo, para nós, aqui, no Norte, que trabalhamos com vários produtos de importação e exportação? MINISTRA IDELI SALVATTI: Olha, Emerson, este foi um assunto debatido e a Zona Franca de Manaus está absolutamente diferenciada naquilo que foi aprovado na Resolução 72. Então, todos nós sabemos da importância... Inclusive, na Rio+20, quando nós organizamos aí o fórum dos governadores todos da Região Amazônica, esta questão da importância da Zona Franca como forma, inclusive, de contribuir significativamente para a preservação da floresta, não é, o estado do Amazonas é o estado que tem a maior área preservada de floresta intacta em toda a região, então esse é um debate que, para nós, está presente permanentemente. Então, no caso da Resolução 72, que eliminou, acabou, com os incentivos de importação pelos portos, isto não afetou. E foi muito realçado, cuidamos muito. E ai de nós se não cuidássemos, não é, porque o Eduardo Braga, o nosso líder do governo lá no Senado, ele não descansa um minuto, não é? Ele tem uma preocupação... Inclusive, agora estamos aí acompanhando mais um debate, não é, sobre questões que afetam a Zona Franca, a famosa PEC da música. Então estamos lá, cuidando para que a Zona Franca não tenha... A gente possa beneficiar os músicos brasileiros, mas que isso não traga prejuízo em termos de emprego aí da Zona Franca. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Emerson Miranda, da Rádio Rio Mar AM, de Manaus, você tem outra pergunta? REPÓRTER EMERSON MIRANDA (Rádio Rio Mar AM / Manaus - AM): Eu queria saber da Ministra, também, com respeito ao regime diferenciado de contratações para obras do Programa de Aceleração do Crescimento. Quais são as principais obras que serão beneficiadas aqui para o Norte, principalmente aqui para Manaus? MINISTRA IDELI SALVATTI: Olha, Emerson, eu vou ser muito franca. Eu não saberia especificar, não é, sem, aqui, os dados em mãos, mas todas as obras que estiverem incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento, que ainda não estiverem contratadas... Por exemplo, se nós tivermos creches previstas aí para Manaus, se tivermos quadras cobertas... Agora, recentemente, a presidenta anunciou um volume grande aí de quadras cobertas em escolas. Então, todas elas vão estar incluídas. E se tiver obras rodoviárias, obras de infraestrutura, saneamento, tudo aquilo que for obra incluída no PAC, aí da cidade de Manaus ou do estado do Amazonas, será beneficiado por este regime, não é? Mais rápido e mais barato. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministra Ideli Salvatti, vamos, agora, a Vitória, no Espírito Santo, falar com a Rádio Redesim Sat. José Roberto, bom dia. REPÓRTER JOSÉ ROBERTO (Rádio Redesim Sat / Vitória - ES): Bom dia. Bom dia, Ministra. Matérias prioritárias para o governo passaram com êxito pelo Congresso Nacional. A senhora acredita que as relações do governo com a Câmara e o Senado continuarão assim nesse período de campanha eleitoral? MINISTRA IDELI SALVATTI: Olha, José Roberto, nós temos poucas matérias agora para o período eleitoral, até porque a gente foi trabalhando para, digamos assim, ir limpando a pauta. Então, fundamentalmente agora, no período eleitoral, nós vamos ter votações de medidas provisórias, não é, que estão com o calendário adequado, dentro do prazo, com possibilidade tranquila de serem aprovadas, não é, sem qualquer risco delas caducarem, delas perderem a eficácia. Inclusive, porque nós vamos ter um calendário... O Senado já definiu quais serão as semanas que terá esforço concentrado, não é, em agosto e setembro. E a Câmara, eu não sei se eles já definiram ou não, mas, pelo menos, não está público ainda quais são as semanas que eles vão trabalhar de forma concentrada agora nos meses de agosto e setembro. Mas nós já nos organizamos para isto. Então eu não acredito que nós tenhamos problema. Nós vamos ter ainda uma semana muito intensa, a semana que vem; a votação, ainda, de algumas medidas provisórias na Câmara, votações da questão da Lei de Diretrizes Orçamentárias, com a pressão muito grande, não é? Volto a dizer: nós temos uma preocupação grande aí da questão da pressão dos reajustes, principalmente do Judiciário, que a gente precisa debater com muita responsabilidade, para não ter despesa que a gente não tenha condição de honrar depois, não é? APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: José Roberto, da Rádio Redesim Sat, de Vitória, no Espírito Santo, você tem outra pergunta para a Ministra Ideli Salvatti? REPÓRTER JOSÉ ROBERTO (Rádio Redesim Sat / Vitória - ES): Não. Obrigado e um bom dia a todos. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigado, então, pela participação, a Rádio Redesim Sat de Vitória, no Espírito Santo. Eu queria aproveitar rapidamente e perguntar para a senhora o seguinte, Ministra: essa discussão sobre o Fator Previdenciário é um tema que atinge todos os brasileiros e está tramitando lá no Congresso. Teve algum avanço nesses últimos dias e tem possibilidade de ser votado agora, no segundo semestre? MINISTRA IDELI SALVATTI: Olha, nós tivemos, na semana passada, uma reunião muito, eu diria, muito positiva, não é, com a participação dos líderes dos partidos da base do governo na Câmara, com três ministros, não é? Eu, mais o Ministro Guido Mantega e o Ministro Garibaldi, da Previdência. E foi debatido, foi colocado... E, na realidade, nós estamos com uma mesa de negociação aberta. O Fator Previdenciário foi instituído na época do presidente Fernando Henrique, é uma fórmula de cálculo do valor da aposentadoria, ela traz algumas dificuldades, eu diria até certa injustiça, principalmente para o trabalhador que começa ou por uma necessidade, não é, da família e tal, começa a trabalhar muito cedo. Poderia ter algum ajuste nesta negociação, tem, inclusive, uma fórmula para calcular, modificar o cálculo do Fator Previdenciário, que está em debate, e tem, inclusive, até um substitutivo, um projeto tramitando lá na Câmara, que é a Fórmula 85/95; você somar o tempo de contribuição com a idade. No caso das mulheres daria 85 e no caso dos homens 95. Esta é uma possibilidade. Mas... Inclusive, é bom registrar que foram os próprios líderes que trouxeram para a mesa a necessidade de fazer uma discussão mais estruturante da Previdência. O Brasil é um dos pouquíssimos países no mundo que não tem idade mínima para a aposentadoria. Então foram os próprios líderes que trouxeram. Trouxeram essa questão da mudança, da expectativa de vida, que cada vez tem aumentado mais. Há 50, 60 anos atrás, a expectativa de vida do brasileiro não chegava a 50 anos; hoje, nós estamos com 73, não é? Então é isso que nós estamos debatendo. Se for bem sucedida a negociação, poderemos votar. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Está certo. Obrigada, Ministra Ideli Salvatti, mais uma vez, pela participação no Bom Dia, Ministro. MINISTRA IDELI SALVATTI: Eu é que agradeço. E eu quero agradecer, também, a presença, a participação dos jornalistas aí das inúmeras rádios de todo o Brasil. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada à Ministra Ideli Salvatti. E a todos que participaram conosco dessa rede, o meu muito obrigada e até o próximo programa.