05/09/2013 - No Bom Dia Ministro, Marcelo Neri falou sobre Juventude e Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)

O Programa “Bom dia, Ministro” desta quinta-feira (5/9) entrevistou o ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri. O ministro falou sobre os desafios da maior população jovem da história brasileira e os resultados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), apurado em todo Brasil.

05/09/2013 - No Bom Dia Ministro, Marcelo Neri falou sobre Juventude e Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)

O Programa “Bom dia, Ministro” desta quinta-feira (5/9) entrevistou o ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri. O ministro falou sobre os desafios da maior população jovem da história brasileira e os resultados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), apurado em todo Brasil.

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Publicado em 12/12/2016 18:20

APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Olá, você, em todo o Brasil. Eu sou o Luciano Seixas e começa agora mais uma edição do programa Bom Dia, Ministro. O programa tem a coordenação e a produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. Hoje, no programa, o Ministro-Chefe Interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos e Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, Marcelo Neri. Bom dia, Ministro. MINISTRO MARCELO NERI: Bom dia. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Muito bem-vindo ao nosso programa. MINISTRO MARCELO NERI: Obrigado. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: No programa de hoje, o Ministro vai falar sobre os desafios da maior população jovem da história brasileira e os resultados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, o IDHM, apurado em todo o Brasil. O Ministro Marcelo Neri começa agora a conversar, ao vivo, com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. E a primeira participação vem de Maceió, Alagoas. Da Rádio Gazeta 1260 AM, fala Jeferson Morais. Bom dia, Jeferson! REPÓRTER JEFERSON MORAIS (Rádio Gazeta 1260 AM / Maceió – AL): Bom dia, Luciano Seixas. Bom dia, Ministro Marcelo Neri. É um prazer fazer parte dessa rede e poder ouvir do Ministro os resultados dessa pesquisa recente realizada. Ministro, nós estamos na região Nordeste, e eu gostaria de saber do senhor, Ministro Marcelo Neri: essa pesquisa, o que ela revela de forma específica com relação à nossa região, a região Nordeste, e quais os desafios que vão nortear as ações do Governo Federal? MINISTRO MARCELO NERI: Bom dia, Jeferson. Em primeiro lugar, a fotografia do Nordeste ainda é uma fotografia pobre, relativamente baixa educação, baixa expectativa de vida e baixa renda. Ou seja, a fotografia ainda é uma fotografia com problemas, mas, se a gente ver o filme da última década, a gente vai ver uma grande revolução. Quer dizer, no Nordeste, você teve um avanço fantástico nos indicadores sociais, maior do que das outras regiões. Então, eu diria que o filme do Nordeste é muito interessante. Só para dar um dado: na região, a mortalidade infantil caiu 58% em dez anos. O que pode ser mais importante para o futuro de uma região como a do Nordeste do que menos crianças morrendo, mais educação? Então, eu diria que a fotografia ainda apresenta vários desafios. Esse é justamente o objetivo do estudo. E, por outro, a evolução, eu acho que é bastante interessante. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Alguma outra pergunta, Jeferson? REPÓRTER JEFERSON MORAIS (Rádio Gazeta 1260 AM / Maceió – AL): Eu gostaria de saber do Ministro Marcelo Neri, em termos de futuro, né, quais são, assim, as ações de imediato para atender essa demanda, já que temos uma população jovem intensa, que compreende dos 15 aos 29 anos. Qual é o principal desafio e qual a prioridade no momento? MINISTRO MARCELO NERI: Quer dizer, na verdade, os desafios, como você disse, a população jovem brasileira, e nordestina em particular, ela é a maior da história e vai ser a maior do... Também olhando para frente, da história do país. Ela é cerca de 51 milhões de pessoas, ela vai perdurar até 2022. De um lado, ela oferece grandes oportunidades, que uma população jovem, como os demógrafos nos ensinam, ela é uma força de trabalho, ela vai ajudar à produtividade, à produção, criação de riqueza no país, mas, por outro lado, ela apresenta desafios em várias áreas, não só no Brasil, mas no mundo todo, como a área de violência, área de acidentes de trânsito, drogas. Eu diria que, na questão da juventude, a gente não está ganhando a guerra, e sei que, em Alagoas, essa questão de homicídios e etc., é um problema particularmente alto. Então, eu diria que a juventude talvez seja o maior desafio que nós encontramos no momento. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: E, agora, no programa Bom Dia, Ministro, a participação da Rádio Celinauta AM, lá de Pato Branco, no Paraná. Quem fala conosco é Nogueira Filho. Alô, Nogueira Filho, bom dia! REPÓRTER NOGUEIRA FILHO (Rádio Celinauta AM / Pato Branco – PR): Bom dia, amigos do Bom Dia, Ministro. Ministro Marcelo, é um prazer falar com o amigo. Pato Branco, sudoeste do Paraná, é uma cidade que tem se desenvolvido, tem sido referência para a região do Paraná e outras regiões, também, do Brasil. Existem recursos para que realmente esse programa possa vir de encontro, ou seja, atender a necessidade para que o jovem tenha a sua qualificação, tenha o seu... seja inserido no mercado de trabalho, e também a questão qualidade na educação, Ministro? MINISTRO MARCELO NERI: Eu acho que sim. Quer dizer, na verdade, existe uma ênfase renovada na parte de educação. Os recursos para Ensino Fundamental e Médio, Educação Básica, aumentaram de 3,5% para 5% do PIB. Existe todo um esforço no sentido de educação técnica, ensino profissionalizante. Então, na parte da educação, agora, tem essa questão dos próprios royalties do petróleo serem, preferencialmente, 75%, alocados em educação. Eu acho que, na verdade, o que a gente vai ter como desafio é alocar bem esses recursos. E daí, eu acho que esse estudo do Atlas do Desenvolvimento Humano, ele pode ajudar a nortear, porque cada lugar tem a sua especificidade. No caso do Paraná, e Pato Branco em particular, você tem desafios específicos. Eu diria que, no Paraná, eu vendo uma pesquisa, tem um grande desafio na juventude, no que tange a problemas na escola. Quer dizer, a escola, ela avança muito bem, mas, assim, problema de consumo de cigarros, de bebidas. É um problema específico. Quer dizer, o problema não é, vamos dizer, a questão didática, como é na maioria dos lugares, mas é uma questão de dar um norte, de dar uma direção, de motivar a juventude para os desafios da vida. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Alguma outra pergunta, Nogueira Filho? REPÓRTER NOGUEIRA FILHO (Rádio Celinauta AM / Pato Branco – PR): Ministro, na sua opinião, o jovem está preparado para ter esses dados à sua disposição e ter o aproveitamento desses dados para melhorar também a sua qualidade de vida? MINISTRO MARCELO NERI: Eu acredito que sim. Quer dizer, eu acho que o jovem, a própria internet, ela é a cara do jovem. O jovem, ele, mais do que ter acesso à informação livre, na verdade, o que ele quer? Ele quer ter uma capacidade de expressão, e acho que ele tem até mais facilidade. Eu acho que a alma desse trabalho, a parte principal é o Atlas, é uma página na internet. Até vou dar para vocês o endereço: é www.atlasdobrasil.org.br. E lá, eu acho que o jovem, ele tem essa facilidade de usar as novas tecnologias. Então, ele pode olhar para o mapa da sua cidade. Quando ele abre o Atlas, ele vai abrir na cidade que ele está. Se ele está em Pato Branco, ele vai ver a realidade, a ficha, os desafios. São 180 indicadores, e acho que o jovem, até porque ele é mais educado, ele é mais conectado do que as gerações mais velhas. Então, eu diria que esse Atlas, ele é feito especialmente para os jovens. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Este é o programa Bom Dia, Ministro, hoje com o Ministro-Chefe Interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos e Presidente do Ipea, Marcelo Neri, que conversa, ao vivo, com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. A participação agora vem do Rio de Janeiro, da Rádio Nacional. Luiz Augusto Gollo. Alô, Luiz Augusto, bom dia! REPÓRTER LUIZ AUGUSTO GOLLO (Rádio Nacional do RJ AM / Rio de Janeiro – RJ): Bom dia. Bom dia, Ministro Marcelo Neri. Eu gostaria de começar sabendo do Ministro qual a sua impressão com relação a essa vertente de pensamento, que vem ganhando vulto cada dia mais, e que defende mudanças de paradigmas na aferição do desenvolvimento. Eu estou vendo aqui o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal como um dos índices importantes, e questiona-se que não seja mais o Produto Interno Bruto, que é a geração de riquezas, mas o Índice de Desenvolvimento Humano o grande auferidor do desenvolvimento real de uma nação. Qual é a sua impressão sobre isso, Ministro? MINISTRO MARCELO NERI: Acho que, Luiz Augusto, a sua pergunta é muito boa. Na verdade, o desenvolvimento do arcabouço, da teoria, da medição do desenvolvimento humano, surge como uma crítica ao olhar mais estreito do PIB. Na verdade, também surge uma outra vertente, que é uma vertente de estudo sobre felicidade. Elas nascem até no relatório da ONU, nos anos 50, como crítica ao PIB. Na verdade, o que a gente aprende é que o centro do desenvolvimento tem que ser o homem, a pessoa, o homem, a mulher, o ser humano, e, na verdade, as pessoas moram em territórios. É o ser humano no território. Então, eu acho que é fundamental. Quer dizer, renda é importante, mas educação, saúde, entre outras, trabalho, entre outras dimensões, são igualmente importantes. Elas que vão determinar o futuro, o futuro do país, o futuro das pessoas. Então, o objetivo é justamente ampliar o escopo. Inclui renda, no caso do IDHM, mas inclui educação e inclui saúde, através do Indicador de Longevidade. Então, é ampliar o escopo da análise, mas, na verdade, no estudo, tem 180 indicadores para cada município, e, logo mais, teremos, para cada uma das 16 principais regiões metropolitanas, os dados por bairros. Então, ele é possível georreferenciar, localizar no espaço essa informação. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Luiz Augusto Gollo, da Rádio Nacional do Rio, mais alguma pergunta? REPÓRTER LUIZ AUGUSTO GOLLO (Rádio Nacional do RJ AM / Rio de Janeiro – RJ): Sim. Eu gostaria de saber do Ministro a propósito, inclusive, dessa recente pesquisa do IBGE, que aponta 200 milhões de habitantes no país, e, desses 200 milhões, 1/4 ou um pouquinho mais de 1/4 de jovens, isso leva a um questionamento interessante, foi até motivo de um programa ontem, na Rádio Nacional aqui do Rio, programa Tema Livre, falando sobre essa quantidade de jovens. Nunca o Brasil teve tantos jovens e nunca mais voltará a ter, em função do crescimento da expectativa de vida e do planejamento familiar, que reduziu a fertilidade da mulher brasileira, controlada e tal. Eu gostaria que o senhor falasse um pouco sobre isso. MINISTRO MARCELO NERI: Quer dizer, o jovem representa uma grande oportunidade para o país. É preciso aproveitar essa oportunidade. Na verdade, essa onda jovem, ela começa, esse pico, na verdade, é um platô, é uma onda que começa em 2003, com 51 milhões de jovens em ação, isso vai até 2022. Ou seja, são 19 anos. É preciso o Brasil, de um lado, aproveitar essa oportunidade, transformá-la, em termos de produtividade em avanço, porque, depois, essa... Quando a população envelhecer, teremos mais gente na terceira idade, teremos desafios, por exemplo, na Previdência, na Saúde, de financiamento, entre outras coisas. Obviamente é um excelente problema ter a população vivendo mais. E, por outro, temos muitas dificuldades com a população jovem, que a população jovem, ela não é mais criança, não é mais... Saiu da infância, mas também ainda não é um adulto perfeitamente formado. Está nesse tom de cinza, fazendo essa transição, e ela tem várias perguntas. Ela mesmo não se conhece muito bem, justamente por estar nessa transição. Acho que os pais também têm dificuldade de entender, e, se falar em termos de Governo, qualquer nível, é difícil entender o jovem. Então, eu acho que é preciso dialogar com eles, e essa pesquisa, entre outras, permite, de alguma forma, inserir o jovem no mundo. Mas eu acho também que é importante ouvir o jovem, ouvir... Quer dizer, dar informação, mas interagir com ele, e a gente tem uma parte da pesquisa sobre juventude, que justamente são os jovens que são levados em conta. Então, eu acho que é importante também ouvir deles o que eles querem, porque, na verdade, eu acho que ninguém sabe muito bem isso ainda. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Este é o programa Bom Dia, Ministro. E, agora, temos a participação da Rádio São Francisco AM 670, de Anápolis, Goiás, com Nilton Pereira. Alô, Nilton, bom dia! REPÓRTER NILTON PEREIRA (Rádio São Francisco AM 670 / Anápolis – GO): Muito bom-dia para você também. Bom dia ao Ministro Marcelo Neri. Ministro, eu queria encaminhar uma pergunta... É uma observação. A gente... Todos nós reconhecemos os esforços que vêm sendo envidados e o trabalho resultante disso aí, positivo. Mas nota-se, também, que, muito embora a juventude brasileira tenha recebido uma carga muito boa de informação, de educação, mas a gente nota, também, que, cada vez mais, os jovens estão inseridos também no noticiário, na mídia dos fatos negativos, notadamente nos crimes, né? O que precisa se fazer para evitar que o jovem, a jovem tenha esse contato precoce com o mundo criminal? MINISTRO MARCELO NERI: Obrigado, Nilton. Quer dizer, na verdade, você toca na ferida, talvez a grande ferida, das políticas públicas hoje, que é o jovem. Como o jovem é o futuro do país, ele, na verdade, está falando sobre uma ferida da nação. Nós temos, como eu disse, oportunidades no jovem, mas temos grandes desafios. Os principais problemas... Problemas no Brasil e em outras partes que a gente não tem conseguido avançar e endereçar boas respostas são violência, acidentes de trânsito, prisões, consumo de drogas, e mais do que a imagem do jovem... Em geral, um jovem, homem, solteiro, afeta mais rapazes do que moças esses problemas. São problemas de valores, são problemas... O mundo também está mudando, e o jovem é a porta de entrada das inovações na sociedade. Então, é um grande desafio. Eu acho que passa... Políticas, principalmente de educação, eu acho que são muito importantes, mas tem que ser uma educação inclusiva das opiniões dos jovens. Se você pegar jovens de 15 a 17 anos, onde a gente tem um problema, de fato, de permanência na escola, pergunta para ele: “Por que você não está na escola?”. Eu acharia... Até antes, a minha aposta seria: “Não, por falta de renda, jovens pobres”. Isso é importante, é 1/4, mas o principal motivo é falta de interesse. Quarenta por cento do jovem que não está na escola é por falta... E deveria estar. É por falta de interesse. Então, é preciso desafiar esse jovem, motivá-lo, para que ele cresça e faça o país crescer. Na verdade, 2/3 dos motivos para evasão escolar são motivos de demanda. Ou seja, não basta ofertar uma escola regular ou técnica de qualidade. É preciso fazer isso e convencer o jovem, e os argumentos são bons, baseados no retorno da educação, nos ganhos que o jovem terá na sua vida por causa da educação, mas essa informação e esse valor têm que ser passado. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Alguma outra pergunta, Nilton Pereira? REPÓRTER NILTON PEREIRA (Rádio São Francisco AM 670 / Anápolis – GO): Só mais uma, dentro desse raciocínio que o Sr. Ministro está desenvolvendo. Ainda ontem, a gente acompanhava uma preocupação do Ministério da Educação exatamente nesse aspecto aí: uma faixa da população jovem que não consegue ir para a universidade. Quer dizer, o índice de reprovação e de abandono é muito grande, e a gente nota que o Governo tem estratégias para combater isso. É o caminho esse mesmo, Ministro? MINISTRO MARCELO NERI: Eu acho que sim. O caminho é abrir, alargar as portas para o Ensino Superior, mas é preciso também abrir outras portas, como está sendo feito, por exemplo, no caso do ensino técnico. Nem todos querem ou precisam do Ensino Superior. O ensino técnico é uma solução para grandes contingentes da população. Na verdade, são conhecimentos específicos. Eles são mais rápidos de serem feitos. Esses cursos, na verdade, muitas vezes, funcionam como degraus para se atingir o diploma superior. Então, eu acho que é preciso, na verdade... Eu acho que precisa de uma grande revolução, como o Ministério da Educação está promovendo, do conteúdo do ensino... do Ensino Médio. Acho que esse é o grande desafio. Na verdade, da faixa de 15 a 17 anos, a evasão escolar não está caindo. Até encerro uma boa notícia, que é o fato de que as pessoas estão terminando... Já estão terminando maio o Ensino Fundamental nessa faixa, está diminuindo o atraso escolar, mas é preciso fazer esse desafio, traçar essa meta para o jovem continuar ou no Ensino Superior ou no ensino técnico. A gente está num momento onde se fala muito dessa geração “nem-nem”, que não estuda, não trabalha. Isso, quantitativamente, não é tão relevante, mas tem crescido ao longo do tempo. Então, é preciso olhar para os sinais que informações como a desse estudo nos apresentam. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Este é o programa Bom Dia, Ministro. Estamos entrevistando o Ministro-Chefe Interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos e Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, Marcelo Neri, nosso convidado de hoje no programa Bom Dia, Ministro, que é transmitido pela EBC Serviços e conta com a participação de âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Agora, vamos a São Luís, no Maranhão. Da Rádio Educadora, fala Álvaro Luiz. Alô, Álvaro, bom dia! REPÓRTER ÁLVARO LUIZ (Rádio Educadora / São Luís – MA): Bom dia, Luciano. Um abraço a você. Bom dia aos amigos que acompanham a programação. Bom dia ao Ministro-Chefe Interino, Dr. Marcelo Neri. Aqui, em São Luís, um clima agradável demais, nesse momento. Mas eu queria formular apenas uma perguntar e deixar aí para o Ministro. O PNUD, esse programa das Nações Unidas, ele apresenta dados, apresenta números, e, aqui, na região do estado do Maranhão, aparecem municípios que deixam todos os moradores, consequentemente, que tiveram informação, preocupados. Municípios como Marajá do Sena, Fernando Falcão e Belágua, com índices... Com IDHM muito baixo. Ou seja, lá atrás, na verdade. Eu pergunto ao Ministro: na equipe dele, nessa estrutura do Ministério, em termos de colaboração para esses gestores, que não avançaram nas políticas públicas, de que forma eles poderiam chegar a uma colaboração, na tentativa de colaborar [ininteligível] com esses municípios administradores, que não desenvolveram, não ajudaram a desenvolver o IDHM? Bom dia. MINISTRO MARCELO NERI: Obrigado, Álvaro. Quer dizer, um primeiro passo é no sentido de prover informação, informação comparável. Quer dizer, é muito mais fácil você gerar dados para os 5 mil municípios, desde um lugar, do que cada um, até porque os municípios mais pobres têm dificuldades de estrutura e etc. Então, esse é o primeiro passo. Agora, existe uma série de ações para os municípios mais pobres, no âmbito do Brasil Sem Miséria, o Bolsa-Família, que, agora, está celebrando dez anos, que tem essa busca dos mais pobres, dos pobres, de... E municípios com mais problemas. Então, eu acho que... Quer dizer, a ação do Governo Federal tem priorizado várias ações sociais nos lugares de maior pobreza, de menor IDH. Então, isso favorece especialmente esses municípios. Mas quero chamar atenção que, apesar de existir muitos municípios pobres, no estado do Maranhão, há também as suas pérolas. Eu, há uns anos atrás, estudei o caso de Santa Inês, no Maranhão, com belos índices de educação. Então... E é preciso também aprender com as boas lições, para que... Essa troca de informações, ela é bastante importante. Quer dizer, há muitos problemas, mas há muitas oportunidades de superar esses problemas. Eu acho que a única vantagem de você ter um mau índice de desenvolvimento é que você pode avançar rápido, e, de fato, nas últimas duas décadas, e na última década em particular, houve um avanço muito grande, principalmente dos mais pobres. Oitenta por cento dos municípios do Brasil diminuíram a desigualdade, e o crescimento de renda foi maior nos municípios mais pobres. Quer dizer, os últimos anos foi a década, na minha opinião, da redução da desigualdade. Municípios como esse que você citou tiveram desempenho fantástico. Agora, a gente está no meio do caminho. É preciso perceber que avançamos, mas há muito o que avançar, e, para isso, é preciso dar informação, motivar, e acho que a parceria federal, estadual e principalmente com as cidades, que as pessoas moram em cidades, elas se veem em cidades, eu acho absolutamente fundamental. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: E, agora, no programa Bom Dia, Ministro, temos a Rádio Peperi AM, de São Miguel do Oeste, Santa Catarina. De lá fala Marcos Meller. Alô, Marcos, bom dia! REPÓRTER MARCOS MELLER (Rádio Peperi AM / São Miguel do Oeste – SC): Bom dia, Luciano. Bom dia, Ministro. Uma das principais preocupações do jovem, aqui no extremo oeste do estado de Santa Catarina, Ministro, é com a educação e de que forma que ela pode efetivamente ampliar o acesso desse jovem ao mercado de trabalho. É inegável que o jovem, hoje, ele está mais preparado tecnicamente para ingressar no mercado, pelo menos tem mais cursos à disposição, né? Tem mais possibilidades, mas, ainda assim, conquistar o primeiro emprego é um problema, pelo menos é aqui na região. O que, na sua opinião, pode ser feito, Ministro, para facilitar esse acesso do jovem ao primeiro emprego? Que ações, que políticas podem ser desenvolvidas, tanto para o jovem quanto para as empresas que empregam esse contingente da população, que, como eu disse, apesar do preparo técnico, carecem ainda de experiência e, talvez, por isso, demoram um pouco mais para iniciar a vida profissional, Ministro? MINISTRO MARCELO NERI: Perfeito. Eu acho que tem essa... Essa armadilha. Quer dizer, o jovem não consegue trabalho porque ele não tem experiência. Como ele não tem experiência, ele não consegue trabalho, então ele não consegue ter a experiência que ele precisa. Então, ele fica nessa situação de dificuldade. O caminho é... Primeiro, acho que uma coisa muito importante a ser passada para o jovem é o impacto que a educação vai ter na vida dele. Se ele se aprofundar, entrar em níveis mais altos de educação, a renda dele tende a subir... Por exemplo, se a pessoa faz o Ensino Médio, a renda dele sai de 700 para R$ 1600,00. A taxa de ocupação dele, de empregabilidade, sobe 10 pontos de porcentagem. Então, é um impacto importante, é uma condição necessária, como você sugere, a questão da educação, mas é preciso facilitar essa entrada, através de intermediação. Tem o programa do... Dos Jovens Aprendizes, que é um programa de tutorial, onde as empresas são incentivadas, por lei, a contratar jovens no seu... Mas jovens em idade de estudo, e, com isso, ter um acompanhamento educacional, para não ser uma ação predatória em relação à educação. O próprio Ministro Afif, das Pequenas Empresas, está começando agora... Está propondo um programa, e o Ipea está ajudando ele a desenhar, de pequenas empresas, contratar esses jovens aprendizes, onde o programa ainda não tem um desenho adequado. Eu acho que tem muito a se fazer, mas eu acho que a principal variável, e aí eu concordo com você totalmente, Marcos, é educação. E, na cabeça do jovem, aí, de Santa Catarina, mas, na verdade, do Brasil todo, quando se pergunta entre 16 prioridades para o jovem, qual é a principal, para ele, é a educação; para os idosos, por exemplo, é saúde. Então, o jovem... A gente fez uma grande conquista, que é... O jovem quer educação de qualidade. Eu acho que isso é um passo fundamental para a gente conseguir avançar. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Marcos Meller, mais alguma pergunta? REPÓRTER MARCOS MELLER (Rádio Peperi AM / São Miguel do Oeste – SC): Pois é, eu gostaria de ouvir a opinião do Ministroa a respeito de uma situação envolvendo o IDH, que foi divulgado recentemente, que coloca São Miguel do Oeste, município polo aqui do extremo oeste do estado, entre os 40 municípios com o melhor índice, com o índice mais alto de IDH. No entanto, os municípios que ficam próximos aqui de São Miguel, que são cidades menores, até 5 mil habitantes, têm um IDH muito baixo, e há uma certa preocupação de que essa situação acabe resultando, por exemplo, na saída de mais moradores dessas pequenas cidades, que ou vêm para São Miguel ou vão buscar trabalho, por exemplo, no centro do país, como São Paulo, por exemplo. É muito comum os moradores dos pequenos municípios daqui da região saírem e seguirem para São Paulo, em busca de uma condição melhor de trabalho, principalmente. Há alguma preocupação especial com essa situação, com esses pequenos municípios, até 5 mil habitantes, que já têm um IDH baixo e daqui a pouco podem perder ainda mais população para esses centros maiores? Como reverter esse processo, melhorar o índice de pequenas cidades, hoje, no estado e no Brasil todo, hein, Ministro? Ou não é uma preocupação essa? MINISTRO MARCELO NERI: Eu acho que essa é uma preocupação importante. Na verdade, os fluxos migratórios no país têm diminuído, da área rural, das cidades menores, em relação aos grandes centros, mas não entre os jovens. Quer dizer, na verdade, os idosos estão voltando para as suas raízes, e os jovens continuam buscando as luzes da cidade para estudar, para trabalhar. Então, eu acho que é fundamental, porque a juventude é o futuro, não só do país, mas das cidades. Então, é preciso... Quer dizer, eu acho que o que tem sido feito, por exemplo, em programas do tipo de abertura de universidades federais, não só apenas nos grandes centros, programas de assistência técnica, de formação profissional, também, nessas áreas. O próprio Programa Mais Médicos procura levar condições de saúde, porque, também, vamos dizer, as pessoas não só buscam as cidades por educação e trabalho, mas também por oferta de saúde. Então, é preciso levar esses serviços às pequenas cidades, para evitar que a população dessas cidades migrem para outras regiões. Então, eu acho que essa questão é absolutamente importante. É fundamental entender que a população, ela não é fixa. Então, as políticas públicas devem ser feitas no sentido de tentar atrair a população para manter a população nas suas cidades, de forma a permitir que essas cidades cresçam. A juventude é um grande ativo que uma cidade dispõe para traçar o seu futuro. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Você está ouvindo o programa Bom Dia, Ministro, que tem a coordenação e a produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. E a EBC Serviços disponibiliza o sinal dessa entrevista para todas as emissoras de rádio do país, via satélite, no mesmo canal de “A Voz do Brasil”. O áudio da entrevista também é disponibilizado ainda hoje, na página da EBC Serviços na internet. O endereço é: www.servicos.ebc.com.br. Agora, temos a participação de Santo André. Da Rádio ABC 1570 AM, fala Tiago Oliveira. Bom dia, Tiago! REPÓRTER TIAGO OLIVEIRA (Rádio ABC 1570 AM / Santo André – SP): Olá, bom dia. Bom dia, Ministro. Ministro, a minha pergunta é sobre o IDH de São Caetano, que, assim como Santo André, faz parte do ABC Paulista, que foi, mais uma vez, a cidade que apareceu em primeiro lugar no ranking de Índice de Desenvolvimento Humano, mas, na região, também é possível observar uma desigualdade, na comparação entre as sete cidades do ABC. Há municípios, por exemplo, que não aparece nem entre os 200 melhores. Como é possível resolver essa desigualdade, ainda mais em cidades que estão muito próximas, mas, ainda assim, apresentam um desempenho tão diferente? MINISTRO MARCELO NERI: Quer dizer, São Caetano, na verdade, já era, como você sugere, o município com o maior IDH, isso já era em 2000. É uma constante. Na verdade, tem uns cinco, seis municípios que frequentam o topo de vários indicadores. Santos, em São Paulo, também, Florianópolis, Niterói, Vitória, eles frequentam... São municípios que têm uma população... Por exemplo, São Caetano é onde tem a população... A maior parte da população em idade ativa com nível universitário. É também aonde tem mais acesso às pessoas com computador, com internet em casa. Então, são vários indicadores. Agora, existem desigualdades regionais. Eu conheci uma experiência aí no ABC. Na verdade, foi em Santo André, mas era ligado aos municípios da região, ligados a uma questão de poluição... Eu esqueci o nome da... da... do reservatório de água... Comum, mas... Que é um problema comum. Então, se criou uma experiência bastante interessante, no final dos anos 90, de consórcio, de troca de informações, de planejamento, porque, na verdade, São Caetano fica dentro de uma grande cidade. Ele não é uma cidade isolada. Então, não dá para se pensar o planejamento de um município, seja na questão ambiental, seja na questão de educação, seja na questão de transporte, de uma forma isolada. Então, o objetivo desse estudo é permitir que o morador de Santo André olhe para São Caetano, olhe para os municípios com mais carências, e isso promova trocas. Mas, quer dizer, na verdade, a primeira experiência interessante que eu vi no Brasil de consórcio entre municípios foi justamente nessa área... Eu não sei como que isso progrediu ao longo do tempo, mas eu acho que esse é o caminho, e é um caminho que tem que ser renovado ao longo do tempo. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Tiago, alguma outra pergunta? REPÓRTER TIAGO OLIVEIRA (Rádio ABC 1570 AM / Santo André – SP): Gostaria, sim, de fazer, Luciano. Ministro, gostaria, também, de saber, ainda na questão do IDH, se o senhor concorda com esse cálculo que é feito hoje do Índice de Desenvolvimento Humano, se o ideal não seria que outros itens também passassem a contar nesse indicador. Por exemplo, as cidades... O Grande ABC tem esse exemplo de que tem um índice elevado, mas que enfrentam outros problemas, por exemplo, de segurança. Isso acaba não contando. O ideal não seria o índice... mais amplo, com mais indicadores, para se ter uma ideia melhor, e que até esse posicionamento no ranking ficasse mais justo? MINISTRO MARCELO NERI: Perfeito, Tiago. Eu acho que isso é uma boa pergunta. Na verdade, existe um dilema entre simplicidade e abrangência, e a capacidade de dar conta das complexidades que é o desenvolvimento no Brasil. Na verdade... Quer dizer, eu não posso discordar do indicador, porque é um indicador feito pelo Pnud, mas, na verdade, foi a equipe técnica do Ipea, da Fundação João Pinheiro, onde eu trabalho no Ipea, que desenhou esse indicador. Ele, na verdade, ele segue um norte do Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas, a metodologia. Ela tem esses três indicadores, que eles obviamente resumem a realidade. Mas, na verdade, por exemlo, a cada dez anos, quando a gente lança esse indicador municipal, a partir dos dados do Censo, ele... Esse indicador muda, assim, no sentido de ter novos desafios feitos à população. No caso da questão da violência, eu acho que ela... Na verdade, ela está indiretamente embutida no indicador, que é o indicador de expectativa de vida, que é o indicador de saúde. Quer dizer, quando muitos jovens morrem, por causas violentas, que é a grande causa, no caso da juventude, de mortes, ele diminui muito a expectativa de vida. Então, de alguma forma, isso está atendido pelo IDH, e, na verdade, no meu entender, a grande possibilidade de aumentar a longevidade da população, é através dessa redução de causas violentas dos jovens, da mesma forma que, nos últimos dez anos, caiu a mortalidade infantil. Agora, eu quero chamar a atenção de que o IDH é apenas a ponta do iceberg, é apenas... São os três indicadores, feitos de uma maneira didática, varia de 0 a 1. A gente tem a evolução deles, de 91 até agora, mas, na verdade, cada município tem 180 indicadores e que, na verdade, cada um pode formular o seu indicador, olhar para as realidades de vulnerabilidade social, presença de jovens, mortes violentas... Quer dizer, esse conjunto de informações faz parte do trabalho. O IDH é apenas uma síntese, uma das muitas sínteses, mas, às vezes, é preciso você ter um carro-chefe para você conseguir atrair, vamos dizer, um debate como esse que a gente está tratando aqui, superinteressante. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Este é o programa Bom Dia, Ministro. A NBR, a tv do Governo Federal, está transmitindo, ao vivo, esse programa e reapresenta a gravação dessa entrevista hoje à tarde, em horários alternativos na sua programação, inclusive aos sábados e domingos. E nós temos a participação agora de Guarapari, da Rádio Colina FM. Primeira pergunta com Rose Marie. Bom dia, Rose. Alô, Rose, bom dia! Está transmitindo... REPÓRTER ROSE MARIE (Rádio Colina FM / Guarapari – ES): É isso aí [ininteligível]. Estamos agora, ao vivo, gente, por telefone, diretamente lá de Brasília, com o Ministro Marcelo Neri, da Secretaria de Assuntos Estratégicos, para falarmos sobre o IDHM, que é o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, e também sobre nossa juventude. Ministro Marcelo Neri, bom dia. MINISTRO MARCELO NERI: Bom dia. REPÓRTER ROSE MARIE (Rádio Colina FM / Guarapari – ES): Obrigada por falar conosco, da Rádio Colina FM, e também para o povo de Guarapari. Nós queremos perguntar para o senhor... O IDHM, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, do Brasil, cresceu 47%, em 20 anos. O indicador de educação foi de 0279 para 0637; 128%, entre 1991 e 2010. O senhor acha que a educação é o carro-chefe para o avanço do IDH Municipal? MINISTRO MARCELO NERI: Eu acho que sim, Rose Marie. Eu acho que sim, porque, na verdade, educação é a base, é a mãe de todas as políticas públicas. Ela acontece na fase inicial da vida das pessoas. Pessoas com mais educação aumentam mais a renda. Então, ou seja, melhoram o Indicador de Trabalho e de Renda em particular, que é um dos componentes do IDH, e, ao mesmo tempo, é o principal remédio - o pessoal da área de Saúde concorda comigo - para avanços na saúde, na longevidade, em particular. Na verdade, a educação, ela, ela tem esse contraste. É a pior fotografia, em termos do IDH, mas é o melhor filme. Como você disse, se pegar, por exemplo, os últimos dez anos, 2/3 do avanço do IDH se deu pelos avanços de educação. Ou seja, o Brasil tem uma oportunidade ímpar, e, na verdade, mais do que uma oportunidade, uma obrigação, de melhorar os baixos níveis de educação. A boa notícia é que ele tem feito, não só na presença dos jovens, das crianças na escola, mas também - coisa que o IDH não capta - na questão da proficiência escolar. O Brasil é o número 57... 54, desculpa, de um ranking de 67 países, em termos de aprendizado escolar. No entanto, é um dos cinco que mais avançou nessa escala. Então, eu diria que a prioridade... A minha prioridade, pelo menos, e acho que de todo o Governo Federal é - próprias palavras da Presidenta – educação, e educação de qualidade. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: A Rádio Colina FM está transmitindo, também, ao vivo, essa entrevista. E agora temos a pergunta de Bosco Bueri. Alô, Bosco, bom dia! REPÓRTER BOSCO BUERI (Rádio Colina FM / Guarapari – ES): Bom dia, Bosco Bueri. Ministro Marcelo Neri, a renda per capita em média, aqui, em nossa cidade, em Guarapari, cresceu cerca de 137,21%, nas últimas duas décadas, passando aí de R$ 350,00, em 91, para R$ 550,00, em 2000, e R$ 830,00 em 2010. Na opinião do senhor, qual fato deve ter colaborado para esse crescimento em municípios, como o nosso caso aqui, em Guarapari, Ministro? MINISTRO MARCELO NERI: Eu acho que, na verdade... Bosco, obrigado pela pergunta. Acho que, na verdade, é uma conjunção de fatores. Quer dizer, uma das vantagens de você... do Índice de Desenvolvimento Humano, dessa abordagem de desenvolvimento humano, é olhar o ser humano na sua integralidade, não apenas para dimensão renda, trabalho, políticas econômicas, que desempenham um papel importante, principalmente na região de Guarapari, no Espírito Santo. Eu acho que tem boas ações sendo desenhadas, há três níveis de Governo implementadas. Mas eu diria que é um conjunto. A boa educação é uma tendência. Eu estava vendo, há algum tempo atrás, fazendo uma pesquisa sobre empreendedorismo, o que eu vi que, na sua região, o que acontece é o seguinte... Na verdade, acontece com todo o Brasil, mas o primeiro lugar que eu vi isso foi no Espírito Santo, Vitória e nos municípios entorno. É que tem caído até a taxa de empreendedorismo, mas tem aumentado a qualidade do empreendedorismo. Assim, no sentido que são poucos com maior lucro, que são negócios mais prósperos, até porque aí você tem uma possibilidade de trabalhos formais, trabalhar com indústria, etc., que não acontece com todo o país. Então, ficam menos empreendedores, e esses empreendedores faturam mais. Então, me chamou a atenção, na verdade, o aumento do lucro desses pequenos empreendedores, mas, na verdade, a gente poderia falar aqui, durante uma hora, que é o tempo de duração do programa, só sobre a realidade de Guarapari, olhando aqui os indicadores. Então, eu faço um convite, na verdade, a todos que nos ouvem a acessar o site desse trabalho, e olhar o mundo, na verdade, olhar para a sua cidade... Como dizia Milton Santos: “O homem não vê o universo desde o universo; o homem vê o universo desde um lugar”. Então, eu acho que esse trabalho, ele é interessante, no sentido de permitir cada um olhar para a sua cidade e descobrir. Então, na verdade, não esperar... Quer dizer, que, na verdade, quem conhece mais a cidade que mora é o morador da cidade. Então, eu acho que esse empoderamento é uma parte fundamental desse processo de desenvolvimento. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Ministro convidando todos a conhecer aí, o Atlas do Desenvolvimento Humano. O site é: www.atlasdobrasil.org.br. E, agora, nós temos a participação da Rádio Difusora Acreana AM, com MJ, lá de Rio Branco. Alô, MJ, bom dia! REPÓRTER MJ (Rádio Difusora Acreana AM / Rio Branco – AC): Alô, muito bom-dia, Luciano. Muito bom-dia, Ministro. Bom dia a todos. Em se tratando desse grande índice da juventude, que realmente mostra o crescimento e essa evolução, exatamente, dado pela juventude, aqui, no Acre, e principalmente na região amazônica, pelo último Censo levantado e pelas últimas pesquisas mostram que, aqui, na nossa região em especial, já disse aqui no Acre, houve esse crescimento. Agora, para o Ministro, esse tempo que demora para ser feito um levantamento, para que seja buscadas essas informações, esses dados, em busca de informar, principalmente o Governo, desse processo de crescimento, quando se trata dessa questão do desenvolvimento humano nos municípios, também não leva muito tempo para que vocês ou que o Governo tenha essas informações e comece a elaborar políticas públicas voltadas especificamente para a juventude, Ministro? MINISTRO MARCELO NERI: Eu tendo a concordar. Eu também sou pesquisador, além de gestor de políticas. E acho que, usando os dois chapéus e como cidadão, eu acho que a demora, ela é... Ela é difícil. Na verdade, o Censo de 2010... A gente fica dez anos sem ter uma informação local, mas a verdade é que o Brasil é um país grande, diverso, ele... Poucos países fazem o Censo que o Brasil faz, e, dado ao nosso tamanho, é uma grande coisa. Mas, na verdade, eu acho que a sua colocação, MJ, me leva a outro desafio. Quer dizer, que é como aumentar a frequência. Até a Ministra Gleisi, outro dia, estava falando justamente isso: como que a gente leva essa informação para 2013? A boa notícia... Para saber o que está acontecendo hoje. A boa notícia é que o Brasil dispõe de um conjunto de indicadores municipais... Não só temos o Censo escolar todos os anos, até por obrigação legal, para a distribuição de fundos, o Fundeb, como temos o Prova Brasil de dois em dois anos, que nos dá a proficiência escolar, isso desde 2005, temos indicadores de saúde. E, na verdade, um desafio que eu coloquei para os técnicos do Ipea é justamente esse desafio que você coloca: como levar, criar indicadores para a juventude mais atuais. Então, eu acho que é um belo desafio. A boa notícia é que nós temos insumos importantes sobre a vida das pessoas, a educação, a renda das pessoas. Não é uma coisa tão... Tão, assim, vamos dizer, estruturada quanto o Censo, mas eu acho que é um bom desafio e acho que é fundamental, porque é você descobrir o processo. Eu acho que... Em dez... Em 20 anos, 19 anos, nós ganhamos nove anos a mais de expectativa de vida. Eu acho que não existe conquista, ao meu ver, mais importante do que essa. Agora, se a gente demorar tempo, isso não dá um bom retorno, em termos de feedback, de retorno para as políticas públicas. Então, eu acho que a diminuição dessa defasagem é um desafio muito importante, além da disseminação dessa informação, porque, muitas vezes, também, você gera informação, até a tempo e a hora, no entanto, essa informação não ganha o conhecimento dos gestores e da população local. Então, eu quero até... Quero agradecer a oportunidade de estar aqui, porque eu acho que esse é o principal momento de... Momento mais importante de qualquer discussão, qualquer estudo, que é quando ele se torna alvo da atenção e do debate na sociedade. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: MJ, da Rádio Difusora Acreana, mais alguma pergunta? REPÓRTER MJ (Rádio Difusora Acreana AM / Rio Branco – AC): Só quero agradecer ao Ministro, agradecer a você, Luciano, pela oportunidade de estar participando do programa. E só acrescentar exatamente aos comentários do Ministro, em relação à minha pergunta, porque, na verdade, quanto mais tempo você demora para buscar essas informações, mais tempo se leva para se preparar uma política voltada exatamente para o interesse da nossa sociedade, em especial da juventude, e é um grande número, hoje, no nosso país, está certo, que prepara exatamente o futuro que é a nossa juventude. Sem sombra de dúvida. Um bom-dia e muito obrigado pela participação. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Obrigado, MJ. E, agora, vamos a Porto Nacional, no Tocantins, com a Rádio Boas Novas FM. De lá fala Marcondes Ribeiro. Bom dia, Marcondes. REPÓRTER MARCONDES RIBEIRO (Rádio Boas Novas FM / Colinas – TO): Bom dia, bom dia, Ministro, bom dia a todos os ouvintes. Aqui é a Rádio Boas Novas de Colinas, Tocantins. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Ah, perfeito. REPÓRTER MARCONDES RIBEIRO (Rádio Boas Novas FM / Colinas – TO): Sr. Ministro, eu queria fazer uma pergunta para o senhor a respeito... Segundo uma pesquisa que eu li no jornal, jornal O Estadão, os jovens brasileiros, quando se fala em trabalho, quer ter a profissão dos sonhos. Mas muitos jovens se frustram quando procura realizar seus sonhos, devido ao alto custo das mensalidades, e as pesquisas são fundamentais para tomar essa decisão. Por que esse custo é muito alto, e a classe C é a mais prejudicada, e por que essas pesquisas não podem ser inseridas no sonho dos jovens? Porque, na verdade, os sonhos dos jovens, hoje, estão sendo frustrados, devido o alto custo de uma faculdade e devido também à dificuldade de moradia. MINISTRO MARCELO NERI: Obrigado, Marcondes Ribeiro. Eu até estou aqui perto de uma pessoa que trabalha comigo, que chama Marcondes também. Eu acho que a sua pergunta é muito boa. Eu acho que a resposta eu dividiria em duas partes. Primeiro, é importante saber qual o sonho do jovem, e a gente desenvolveu uma pesquisa que vai diretamente ao jovem, não apenas para contar o jovem, contar quantos jovens são, mas fazer com que as ideias deles contem. Ele tem que dizer quais são os sonhos dele e na verdade o que... A gente dedicou uma Agenda Jovem, que começa por educação, contempla saúde, contempla renda. Ou seja, os três componentes do IDH, mas é uma agenda mais ampla. Entra a questão, por exemplo, de discriminação lato sensu, menos... Apenas a discriminação de gênero, mas o jovem está mais antenado com discriminação em geral. Transporte público, que é uma parte importante do custo do jovem estudar e trabalhar. Liberdades políticas etc. Então, o primeiro ponto é entender a cabeça do jovem para estabelecer esse diálogo, entender qual o sonho do jovem. Faz agora 50 anos que teve o discurso do Martin Luther King, do “Eu tenho um sonho”, e, na verdade, cada jovem tem o seu sonho. O segundo ponto é esse ponto do custo. Eu acho que essa é uma preocupação importante, porque até... Hoje em dia, o jovem começa a aumentar as necessidades dele, porque, o jovem, ele é a pessoa que está nessa era da informação. Então, ele demanda, muitas vezes, um serviço de celular, de internet. Ele está... E isso tudo custa dinheiro. Ou seja, não é uma inflação propriamente, mas é algo... É uma necessidade nova e que ele até... Vai ser um instrumento importante para ele buscar conhecimento. O que o Governo Federal tem feito é a abertura de universidades públicas gratuitas. Você tem o Prouni, que tem 1 milhão de... Acabou de completar... Na verdade, o Fies. Desculpa, 1 milhão de financiamentos. Tem o Prouni, onde as universidades particulares oferecem cursos gratuitos para jovens, jovens de renda mais baixa. Então, tem uma série de ações sendo feitas, mas o desafio é grande, e é preciso criar oportunidades para que os jovens possam acessar as novas tecnologias de informação e principalmente de educação. Eu acho que essa é uma questão fundamental. Existe uma sensação de que, talvez, tenha uma certa inflação. Não é inflação. São novas necessidades, e essas necessidades, na verdade, de internet nos permitem dialogar com o jovem e buscar esses atalhos de como propiciar acesso às necessidades legítimas que os jovens têm. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Marcondes Ribeiro, da Rádio Boas Novas de Colinas, mais alguma pergunta? REPÓRTER MARCONDES RIBEIRO (Rádio Boas Novas FM / Colinas – TO): Eu gostaria de reforçar. Eu sou aqui de Colinas e eu fiz algumas perguntas para alguns jovens... Eu tenho muito contato com os jovens aqui, e os jovens... De dez jovens que eu conversei, sete deles estão cursando a faculdade com curso que eles não gostariam de fazer; foi de acordo com o que eles têm condições de pagar. Esse jovem não vai ser frustrado quando chegar lá na frente? Essas pesquisas não seriam assim... Seria mais volumosa, se chegassem as [ininteligível] com a tomada de decisões durante o município? Diante do município, quer dizer. MINISTRO MARCELO NERI: Perfeito, Marcondes. Mas eu acho que a sua pergunta é muito importante, que, na verdade, a gente não vai saber desde aqui do Planalto Central qual a necessidade em cada município. É preciso ter mecanismos, de forma que essa escolha do jovem se faça entendida. A gente fez uma pesquisa, há pouco tempo atrás, justamente que abria esse processo, quer dizer, no que tange a ensino técnico. A gente vê que... Vamos dizer, 83% das pessoas não quiseram fazer curso técnico, 17 fizeram. Daqueles 17 que fizeram, boa parte conclui o curso. Uma pequena parte, 8%, abandona o curso no meio, no caso dos cursos... Mas isso varia de curso para curso. Agora, nem todos que terminam o curso... Que é um outro problema, que está mais... Vamos dizer, mais à frente desse processo, que é a capacidade de você, dado o curso, você usar o conhecimento, aquilo, de fato, ser uma porta para o mercado de trabalho, mas a lição que eu tomo da sua pergunta é que é muito importante ouvir o jovem e aprender com o processo. Nós, que trabalhamos em políticas públicas, seja do ponto de vista de gestão, seja do ponto de vista de pesquisa, de avaliação, a gente tende a ter uma visão muito de oferta. “Ah, se eu boto uma escola de qualidade, problema resolvido”, mas, na verdade, essa é apenas uma pequena parte do problema. Fundamental... O problema é além disso. Além de você ofertar escola de qualidade, na qualidade desejada pelo jovem, que não é simples, você tem que convencer o jovem e ser convencido pelo jovem de que vale a pena estudar. Então, ofertar esse curso. Então, é um problema de oferta, sim, mas é fundamentalmente um problema de demanda, e isso é... Acho que é fundamental escutar o jovem, não só... É fazer com que a opinião dele conte, e isso a gente precisa desenhar mecanismos de escolha, ouvir essas demandas e fazer pesquisas. Assim, por exemplo, se a gente olhar no mercado de trabalho, em termos de curso superior, o curso que tem o maior retorno é Medicina. Medicina é o maior salário de todas as carreiras universitárias. É preciso passar essa informação para o jovem. No ensino técnico, por exemplo, quando o sujeito faz o Ensino Médio... O Ensino Médio técnico, ele tem um ganho de 14% a mais do que um que não faz esse Ensino Médio técnico. Então, é preciso passar para o jovem o ganho que ele vai ter. Ou seja, é preciso também informar a demanda e dialogar com essa demanda. Então, eu acho que a sua pergunta é absolutamente central. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Você está ouvindo o programa Bom Dia, Ministro, que conta agora com a participação da Rádio Terra AM 760, de Montes Claros, Minas Gerais. De lá fala Adely Mendes. Adely, bom dia. REPÓRTER ADELY MENDES (Rádio Terra AM 760 / Montes Claros – MG): Um abraço. Bom dia. Bom dia ao Ministro. Falo da Rádio Terra AM, de Montes Claros, localizada no norte de Minas. Ministro, nós estamos numa cidade polo universitário. O colega anterior, ele falou da preocupação e da escolha do jovem. A gente percebe essa indecisão, de fato, na hora de escolher os cursos, mas quero saber do senhor se o Governo Federal, ele continua mantendo o Fies, porque, em números, a nossa região, ela é uma cidade campeã do Fies no país, exatamente por ser polo universitário. Cumprimentá-lo por essa iniciativa do Governo, que facilita que o nosso jovem, ele possa estar na universidade. Mas saber também, Ministro, de que forma que o Governo pode contribuir, usando a pergunta do colega anterior, para que o jovem, ele vá para a universidade com uma decisão maior, “O curso que eu quero é esse”, para que ele possa chegar no final e concluir aquele curso que ele tanto sonhou para ser alguém na vida. MINISTRO MARCELO NERI: Muito obrigado, Adely. Na verdade, existem várias ações inspiradas pela sua pergunta. Primeiro, ações de educação, Ensino Superior, como eu já tive a oportunidade de dizer, é uma prioridade, ensino regular técnico, superior, ou em outro nível. Agora, eu queria chamar um pouco a atenção... Então, o Fies veio para ficar... Um milhão, na verdade, é um marco de passagem. Isso vai aumentar. Na verdade, são 1 milhão de jovens que puderam estudar e que não tinham essa oportunidade de estudar em uma universidade particular, fora as universidades públicas. Então, eu acho que tem um grande processo, mas é um processo que é preciso reconhecer que o Brasil tem uma pequena parcela da população com nível superior; tem que se avançar muito em relação a isso. Agora, acabou de ser promulgado, depois de mais de dez anos da discussão, o Estatuto da Juventude. Isso foi feito há menos de um mês atrás, dentro do Governo Federal... A Secretaria-Geral da Presidência, tem a Secretaria da Juventude. Então, uma série de políticas estão sendo desenhadas para atender esse jovem. A SAE faz parte, integra como colaborador desse processo. Então, eu acho que é o momento adequado para se colocar esse tipo de questão ligada à juventude, porque o Estatuto acabou que nos dá um mapa dos direitos dos jovens. Então, eu acho que a gente tem aí, na verdade, vamos dizer... O Fies é só um começo das políticas para... De educação e políticas em geral para o jovem. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Adely, alguma outra pergunta? REPÓRTER ADELY MENDES (Rádio Terra AM 760 / Montes Claros – MG): Não, eu quero agradecer ao Ministro, cumprimentá-lo e dizer que é muito importante programas como esse, onde o Ministro se disponibiliza a orientar a nossa população, principalmente a nossa juventude, que ela seja cada vez mais interessada em participar de cursos técnicos, e que nós possamos ter, sim, um país melhor, porque é como a gente diz pelo Brasil inteiro: o futuro da nação, ele passa pela nossa juventude. Cumprimentar, bom dia a todos e parabéns por esse programa tão importante. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Muito obrigado, Adely, pela participação. Ministro, a Secretaria de Assuntos Estratégicos integra o Comitê Interministerial, recentemente criado, aí, pela Presidenta Dilma Rousseff, para tratar de assuntos ligados à política da juventude. Por que o desenvolvimento está tão ligado ou, enfim, depende de ações específicas para a juventude? MINISTRO MARCELO NERI: Eu acho que por duas razões fundamentais a juventude tem essa importância no Brasil. Primeiro lugar porque a juventude é o começo da vida. Se essa passagem... O começo da vida adulta. Se essa passagem para a vida adulta, ela for bem feita, ela leva... Ela deixa frutos para toda a vida, a pessoa tem uma vida... Frutifica, ela trabalha, ela constitui família. Essa... A experiência dela vai ser passada para os filhos dela. Então, a juventude é um estágio da vida muito importante. Agora, por outro lado, a juventude do Brasil, como já foi dito, ela nunca foi e nem nunca será tão grande quanto hoje. Ou seja, no quantitativo, é uma grande massa de pessoas, uma grande oportunidade, mas que tem uma série de demandas que precisam ser ouvidas. Então, juventude, hoje, no Brasil, eu diria que é a agenda mais importante, no sentido de traçar o futuro da nação. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: E esse chamado bônus demográfico deve durar quanto tempo, Ministro? MINISTRO MARCELO NERI: Até 2022. Quer dizer, quando o Brasil celebrará 200 anos de independência, deixaremos de ser um país... Quer dizer, a juventude vai começar a diminuir quantitativamente, e, com isso, vão colocar novos desafios. Então, eu acho que é muito importante a gente aproveitar... Na verdade, essa onda jovem, como ela vem desde 2003 e vai até 2022, na verdade, eu diria que é mais uma pororoca jovem, é uma onda de longa duração, que o Brasil está tendo a oportunidade de impulsionar, e isso vai impulsionar as nossas vidas, o nosso país. Então, eu acho que é muito importante aproveitar esse chamado bônus demográfico. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Presidente do Ipea, Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, muito obrigado pela participação aqui, no programa Bom Dia, Ministro. MINISTRO MARCELO NERI: Eu que agradeço, Luciano. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Nós estamos encerrando, neste momento, mais uma edição do programa Bom Dia, Ministro, que tem a coordenação e a produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. Eu sou o Luciano Seixas, e nós voltamos em uma próxima oportunidade. Até lá.