07/05/09 Luz para Todos beneficia mais de 9 milhões de pessoas no país, destaca ministro de Minas e Energia

Mais de 9,7 milhões de pessoas já foram beneficiadas com o programa Luz para Todos. Coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, é operacionalizado pela Eletrobrás e realizado em parceria com as concessionárias de energia elétrica, cooperativas de eletrificação rural e governos estaduais. Até 2010, estão previstos investimentos de R$ 20 bilhões, dos quais R$ 14,3 bilhões repassados pela União. As informações foram destacadas pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, durante o programa Bom dia, Ministro desta quitna-feira, dia 07 de maio.

07/05/09 Luz para Todos beneficia mais de 9 milhões de pessoas no país, destaca ministro de Minas e Energia

Mais de 9,7 milhões de pessoas já foram beneficiadas com o programa Luz para Todos. Coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, é operacionalizado pela Eletrobrás e realizado em parceria com as concessionárias de energia elétrica, cooperativas de eletrificação rural e governos estaduais. Até 2010, estão previstos investimentos de R$ 20 bilhões, dos quais R$ 14,3 bilhões repassados pela União. As informações foram destacadas pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, durante o programa Bom dia, Ministro desta quitna-feira, dia 07 de maio.

07-05-09-bom-dia-ministro-edson-lobao.mp3

Duração:

Publicado em 12/12/2016 18:20

07/05/2009 - Bom Dia Ministro, com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão

APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Na pauta do programa de hoje, Luz para Todos . O ministro Edison Lobão fará também um balanço do Programa Aceleração do Crescimento, o PAC. O Luz para Todos é um programa criado em novembro de 2003, com a meta de levar energia elétrica com instalação gratuita aos moradores do meio rural brasileiro até o ano de 2010. Mais de nove milhões e setecentas mil pessoas já foram beneficiadas. Coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, é operacionalizado pela Eletrobrás. RÁDIO BANDNEWS-RIO DE JANEIRO (RJ)/ MARIANA BRENER: Sobre a hidrelétrica de Itaipu, como vai se dar a negociação com o governo paraguaio? Qual será a proposta apresentada para o presidente Fernando Lugo hoje? MINISTRO: Em primeiro lugar, nós vamos receber o presidente Fernando Lugo e seus ministros e verificar a extensão das reivindicações daquele país. Trata-se de um país amigo e nosso parceiro na maior hidrelétrica do mundo, excetuando-se as Três Gargantas, que foi inaugurada recentemente que é um pouquinho maior pela China. Nós temos tido ao longo desses anos todos um entendimento bom com o Paraguai e pretendemos que esse entendimento prossiga assim: O Paraguai tem direito a 50% da energia elétrica e o Brasil 50%. O Brasil consome cerca de 90% de toda energia produzida pelo Paraguai que consome a sua parte e ainda compra a parte paraguaia. Nós estamos no convencimento de que será possível chegar a um entendimento porque não há pontos fundamentais apresentados até agora pelo Paraguai, que já não tenha sido contemplados pelo Brasil. Numa forma de manter essa convivência pacífica e amiga entre os dois países ao longo desses anos todos. RÁDIO BANDNEWS-RIO DE JANEIRO (RJ)/ MARIANA BRENER: Sobre os problemas que paralisaram as obras da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, o governador de Rondônia, Ivo Cassol quer trocar a regularização de cinco mil famílias assentadas por uma reserva federal pela viabilização de Jirau. Como o senhor avalia essa proposta ministro? MINISTRO: A viabilização de Jirau está posta pelo governo federal que é o interesse de todo povo brasileiro, portanto, não há o que negociar com o estado de Rondônia. O governador de Rondônia esteve ontem com o presidente da República, eu estava presente, a ministra Dilma e conversamos longamente sobre o assunto. Não foi posta essa questão em tais termos. O governador realmente propõe uma troca de duas reservas: uma reserva do governo federal, do lado direito do rio, na margem direita do rio, por uma reserva do governo federal na margem esquerda do rio. É que na margem direita há cinco mil famílias que moram naquela reserva e teriam que ser retiradas agora. É uma reivindicação do meio ambiente. Mas o governador na medida que propõe essa solução, o governo federal se propôs a estudar o assunto. Vai examiná-lo com todo interesse e todo cuidado. E aí, sendo possível acatará e aceitará a proposta do governador. RÁDIO DIFUSORA SUL FM-IMPERATRIZ (MA)/WACY FREITAS: Nós falamos aqui de uma região tida como região tocantina, no estado do Maranhão. Uma região onde o programa Luz para Todos já atingiu boa parte da população contemplando com energia elétrica de qualidade. E a minha pergunta é com relação à continuidade desse programa, uma vez que, no Maranhão ainda temos áreas onde boa parte da população vive em pleno século XXI sem a energia elétrica. O trabalho continuará aqui na nossa região? Como vai ser o programa Luz para Todos ou se há um outro programa também nesse sentido?MINISTRO: Esse programa foi instituído em 2003 pelo presidente da República e teve o seu início em 2004. A meta era contemplar dez milhões de pessoas, ou seja, dois milhões de famílias. O programa deveria ter se encerrado no dia 31 de dezembro de 2008 mas por uma proposta minha o presidente concordou em que ele prosseguisse até o último dia desse governo, ou seja, até 2010. Isto porque depois do primeiro levantamento feito pelo IBGE, que localizou exatamente essas dois milhões de famílias de residências sem energia elétrica no Brasil apareceram novas reivindicações e novas demandas. São pessoas que até em razão do Luz para Todos retornaram da sede de seus municípios, onde outros municípios para as localidades em que viviam no interior desses municípios. Então, foram constituídas novas demandas, tornou-se necessário, portanto, ampliar o programa. O presidente concordou e nós vamos prosseguir com o programa, portanto, até 31 de dezembro de 2010. A determinação do presidente Lula é no sentido de que no final de seu governo não haja mais nenhum brasileiro sem energia elétrica em sua residência. RÁDIO EDUCADORA-FRANCISCO BELTRÃO (PR)/LEANDRO SOUZA: Até essa semana haveria uma reunião em Brasília, mas em contato com a assessoria de um deputado da região, o deputado Assis do Couto, a gente ficou sabendo que a reunião acabou não acontecendo. É da possibilidade da construção da usina do Baixo Iguaçu entre o oeste e também a região sudoeste do estado do Paraná. Há uma preocupação ministro, principalmente, com relação aos argentinos de que a construção dessa usina poderá diminuir a vazão das Cataratas do Iguaçu afetando, é claro, o mercado turístico daquela região. Mas também tem todo o processo ambiental que deve ser discutido. Queria que o senhor nos colocasse a par dessa situação se essa reunião aconteceu mesmo ontem ou se a reunião vai acontecer nessa quinta-feira. E da possibilidade dessa construção já que aqui nessa região, especialmente, o município de Capanema teve fechada a quase 20 anos a Estrada do Colono. E a construção dessa usina além da geração de energia resultaria também numa ajuda econômica para o município que teve sensivelmente reduzida as suas economias em função do fechamento da Estrada do Colono. Mas a pergunta é essa: a respeito dessa usina hidrelétrica, como está a situação?MINISTRO: O rio Iguaçu abriga diversas hidrelétricas. São hidrelétricas que contribuem fortemente para o desenvolvimento do Brasil. Essa, no Baixo Iguaçu será a última das hidrelétricas a ser construída nesse rio. Ela fica realmente próxima da Argentina. Houve alguns questionamentos não por parte do governo, mas por parte da imprensa argentina a esse respeito. E nós tranquilizamos o povo argentino no sentido de que não há nenhum perigo, nenhum problema. O rio Iguaçu já está suficientemente regularizado pelas hidrelétricas que estão a montante desta última hidrelétrica a ser construída. E os problemas ambientais foram também todos eles removidos. Não há nenhuma dificuldade, por conseguinte, na construção dessa nova usina hidrelétrica que é necessária à segurança energética do Brasil. RÁDIO CBN-BRASÍLIA (DF)/KÁTIA MAIA: A minha pergunta para o ministro é em relação com Itaipu. Hoje, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo desembarca aqui em Brasília, e o governo paraguaio tem uma ampla lista de negociação. Um dos principais pontos diz desrespeito ao valor da energia que o Brasil paga ao país vizinho. O governo paraguaio quer não apenas aumento do valor pago pela energia como também o direito de vender livremente sua parte. A minha pergunta é: o que é viável ministro, nessa negociação desse ponto que tem se mostrado nevrálgico entre os dois países? MINISTRO: O presidente Lugo desembarcará no Brasil, como diz você e será bem recebido pelo governo brasileiro. Nós vamos discutir com o presidente Lugo e com os seus ministros essa questão que foi levantada pelo Paraguai, nesta fase do governo Lugo, quanto à reivindicação de vender diretamente a energia no Brasil, da parte paraguaia, pelo próprio governo paraguaio, ou seja, pela Ande. Nós vamos ouvir as reivindicações do governo paraguaio e examiná-las. Mas à primeira vista, ela se choca com o tratado. O tratado teria que ser alterado pelo Congresso brasileiro e pelo Congresso Paraguaio, para que isso se tornasse possível. Isso se o governo brasileiro concordasse com essa solução. Em todo caso, nós estamos prontamente dispostos a ouvir, não apenas esta, mas todas as outras propostas que puderem ser feitas pelo governo do Paraguai.RÁDIO CBN-BRASÍLIA (DF)/KÁTIA MAIA: Queria saber se é possível avançar nessa questão e já sair uma decisão desse encontro?MINISTRO: Olha, até mesmo no governo anterior do Paraguai, houve reivindicações, algumas das quais atendidas pelo presidente Lula. Já hoje o Paraguai recebe cerca de US$ 600 milhões a mais do que recebia no passado. Já recebeu aproximadamente US$ 4 bilhões de royalties pela energia que lhe pertence. Portanto, a usina de Itaipu tem sido um grande bem para o Paraguai e não um mal.O Paraguai consome pouco da energia produzida em Itaipu. Isto em razão da inexistência de um linhão que seja capaz de levar a energia firme de Itaipu até Assunção. Mas até isto o governo brasileiro se propõe, no sentido de financiar este linhão, esta linha de transmissão. O que quero dizer a você é que tem havido boa vontade deste governo, como houve dos governos anteriores, para com o Paraguai.RÁDIO 730 AM-GOIÂNIA (GO)/ALTAIR TAVARES: Nosso questionamento leva em consideração uma questão crítica em Goiás, que é a paralisação do Programa Luz para Todos, em virtude das dívidas da empresa de energia de Goiás, do Governo do Estado de Goiás, acionista majoritário, que tem uma pendência grande, muitos bilhões de reais, de um ajuste financeiro que está em curso. Como o Ministério das Minas e Energia está trabalhando no sentido de buscar cumprir essa agenda do programa Luz para Todos, em virtude de que o recebimento de recursos para deste programa pela Celg está com impedimento, em virtude desta situação financeira da empresa?MINISTRO: Não é apenas Goiás. Houve dificuldades em goiás. Há dificuldades no Amapá. Há dificuldades no Piauí. Ou seja, são dificuldades semelhantes. Estamos procurando resolver estes problemas. No caso do Piauí, nós deferimos a realização do programa à Chesf. E a Chesf já está cuidando de resolver este problema lá. Está fazendo uma licitação para a instalação de 50 mil pontos de energia no interior do estado do Piauí, procurando com isto, recuperar o tempo perdido no passado.Assim será também com Goiás. Vamos encontrar uma solução, provavelmente através de Furnas, para resolver o problema de Goiás. O fato é que em qualquer parte do país, ainda que haja problema desta natureza, que são obstáculos muito grandes, nós haveremos de removê-los e atender ao povo brasileiro.RÁDIO 730 AM-GOIÂNIA (GO)/ALTAIR TAVARES: Como Furnas poderia atender todo o Estado de Goiás e qual a previsão do senhor, em virtude deste ajuste, para a execução e fechamento das obras do Luz para Todos em Goiás?MINISTRO: Nós já realizamos em Goiás mais de 30 mil ligações de energia elétrica. Furnas é uma empresa que opera no Centro-Oeste também e opera no Centro-Sul do país. Nós estamos em contato com Furnas, que pertence ao sistema Eletrobrás, portanto ao Ministério de Minas e Energia, para verificar até que ponto ela, Furnas, está em condições de resolver este problema. Assim como se deu e está se dando no Piauí, com Chesf. A Companhia do Piauí chama-se Cepisa. Mas, como ela teve dificuldades de natureza judicial, nós deferimos à Chesf a realização destas ligações. No caso do Amapá, por exemplo, vai ser a Eletronorte que vai cuidar dos problemas do Amapá. O fato é que não haverá dificuldades que nós não estejamos em condições de remover para atender a todos aqueles que necessitam de energia em suas residências.RÁDIO 96 FM-PALMAS (TO)/RUBENS GONÇALVES: O Programa já beneficiou cerca de 9,7 milhões de pessoas em todo o país e aqui no Tocantins, segundo dados da Celtins, companhia elétrica aqui do estado, foram 33.638 ligações. Ainda, porém, não temos dados de quantas propriedades rurais faltam. Mas sabemos que faltam muitas propriedades. Será possível fazer, levar eletrificação para todos os brasileiros aqui neste período previsto de até 2010? Como está o andamento no Estado do Tocantins?MINISTRO: Nós vamos cumprir esta meta de fazer com que a energia elétrica chegue a todas as residências deste país. É claro que quanto mais tempo passa, mais dificuldade vai surgindo. As primeiras ligações feitas em 2004 foram feitas exatamente naqueles povoados mais próximos da capital, de acesso melhor. Neste momento, nós estamos ingressando no interior mais distante de cada estado, em que o acesso é mais difícil e as despesas muito maiores. Mas ainda assim, vamos cumprir esta meta. Foram 33 mil 600 e tantas ligações feitas no Tocantins ao longo desse tempo. Isso atende, portanto, a mais de 120 mil pessoas no estado de Tocantins. Vamos continuar com o programa e dar conta deste recado.RÁDIO 96 FM-PALMAS (TO)/RUBENS GONÇALVES: O Ministério do meio Ambiente já se posicionou contra a possibilidade de ter hidrelétrica aqui no rio Araguaia, por entender que é um rio bastante frágil. Eu gostaria de saber se é essa também a posição do Ministro de Minas e Energia?MINISTRO: Não é a minha posição, mas é a posição do governo. O presidente da república, neste particular, tem um pensamento parecido com o do Ministério do Meio Ambiente. Acha que deve ser o Rio Araguaia preservado como um santuário ecológico. Ele tem águas rasas, há realmente alguma dificuldade para se construir ali grandes hidrelétricas e o governo imagina a hipótese de manter este rio, portanto, preservado da construção de qualquer nova hidrelétrica. Embora ultimamente as nossas hidrelétricas tenham sido construídas pelo sistema chamado fio d'água, ou seja, não se constroem grandes reservatórios, exatamente para atender as reivindicações do meio ambiente. Mas, em todo caso, o rio Araguaia é uma situação especial que está sendo vista assim pelo governo brasileiro.RÁDIO CULTURA AM-CAMPO GRANDE (MS)/EMÍLIA CHACOM: Nós temos aqui no Mato Grosso do Sul, algumas das maiores reservas de minério de ferro e manganês do mundo. Mas a matéria prima é exportada do estado apanas na forma bruta, o que acaba ficando 0% de imposto para o estado. Eu queria saber se o governo federal tem em mente algum projeto de incentivo para implantação de siderurgias aqui no Mato Grosso do Sul?MINISTRO: Esta mesma situação se dá no Pará, que é, como nós sabemos, o detentor das maiores reservas de minério de ferro. A intenção do governo é espalhar siderúrgicas por todos os recantos, inclusive pelo meu estado que também não tem siderúrgica e é por ele que se exporta quase todo o minério de ferro para a China, Índia e outros países. Isso depende basicamente da iniciativa privada. Nós temos falado frequentemente com a Vale do Rio Doce e até com empresas internacionais, estimulando-as que construam estas siderúrgicas nos estados onde existe fortemente a presença do minério de ferro. É muito mais lucrativo construir ali do que transportar o minério bruto para alguma siderúrgica brasileira ou até para o exterior e aos poucos vamos nós conseguindo isso. Eu tenho a convicção de que também no seu estado isto vai acontecer em determinado momento. RÁDIO VERDES MARES-FORTALEZA (CE)/NILTON SALES: Nós temos aqui no Ceará uma mina de urânio, no município de Santa Quitéria. Nós gostaríamos de saber em que pé está a questão de exploração dessa mina?MINISTRO: Nós temos a quinta ou sexta maior reserva de urânio do mundo e estamos construindo a Angra III, que é uma usina termonuclear. Já temos a I e II, o nosso urânio usado nestas usinas térmicas que estão localizados no estado do Rio de Janeiro é enriquecido no exterior e trazida de volta pra cá. Nós pretendemos explorar fortemente esse urânio aí no Ceará, seja para enriquecer aqui e com ele mobilizar as nossas térmicas nucleares e seja até para exportação em dado momento. O fato é que o Ceará será contemplado com esse avanço, no que diz respeito à utilização do urânio existente no Brasil. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Voltamos a falar do Programa Luz para Todos. Falamos no inicio do programa que é um programa social, que a energia é distribuída, ou chega em um primeiro momento às populações carentes de forma gratuita. Qual é o real significado para o Luz para Todos para os brasileiros que não tinha energia elétrica, ministro?MINISTRO: Eu diria que é uma espécie de alforria que se concede àqueles que não conheciam energia elétrica. E quero dizer com segurança isto, porque eu também na minha juventude não conhecia energia elétrica. O meu município não era contemplado com energia. Eu fui conhecer energia elétrica aos 13, 14 anos de idade. Eu tenho andado como ministro no interior do país e vou aos lugares mais distantes para inaugurar o Luz para Todos e o que pressinto ali é a alegria do povo, é o povo sendo integrado à modernidade. Por outro lado, a energia não serve apenas para as residências e aí passam os moradores, as famílias a usar a geladeira, a televisão, o rádio. Serve também para as pequenas indústrias, para os consórcios que se formam na produção de alimentos que são processados, farinha e assim por diante. O fato é que a presença da energia através do Luz para Todos significa a integração definitiva de todos os brasileiros nos benefícios de uma nação que já é grande, que já é considerada a oitava nação do mundo econômica e que todavia, tinha ainda uma parcela considerável de brasileiros colocados à margem desse processo de desenvolvimento. RÁDIO GLOBO-TERESINA (PI)/YANTOK SILVA: Gostaríamos que o senhor discorresse sobre o Programa Luz para Todos. MINISTRO: Aí no seu estado você sabe que houve dificuldades, houve dificuldades porque uma empresa que havia sido contratada teve dificuldades perante a Justiça, interrompeu o programa e que é pior: interrompido o programa, nós não tivemos condições de retomá-lo porque ele estava obstruído por decisão da própria Justiça. Resolvido esse problema e como a Cepisa ainda não estava com condições legais de tocar o programa pra frente, nós contratamos a Chesf, que está fazendo esse programa agora, e a Chesf está fazendo uma licitação para colocar 50 mil ligações no interior do estado do Piauí, 50 mil, isso não é pouco, isso é muito, são 50 mil vezes cinco pessoas por família, são 250 mil pessoas que serão atendidas através dessa licitação que está sendo feito agora, mas em seguida outras serão realizadas de tal sorte que também o Piauí seja contemplado com o Luz para Todos em todos os seus rincões.RÁDIO GLOBO-TERESINA (PI)/YANTOK SILVA: E nos estados, quem seria o responsável pela condução do programa?MINISTRO: As companhias enérgicas ou distribuidoras locais com a supervisão da Eletrobrás.RÁDIO INCONFIDÊNCIA-BELO HORIZONTE (MG)/JÚLIO BARANDA: Eu gostaria que o senhor fizesse para a gente um balanço do Programa aqui no estado de Minas Gerais. O Programa já beneficiou mais de 9,7 milhões de pessoas em todo o país. E no estado de Minas Gerais, como que está o andamento?MINISTRO: O estado de Minas Gerais avançou significativamente. Nós já realizamos no estado de Minas Gerais somente em 2006, para dar um ano básico para você, 110 mil ligações. Em um ano, 110 mil ligações. Mas a totalidade das ligações que foram previstas pelo IBGE será realizada. Minas Gerais tem todas as condições com a Cemig, que é uma bela empresa de distribuição de energia, de cumprir com rigor este programa. Tem havido alguns atrasados pequenos em alguns setores, mas eles vão sendo recuperados no ano seguinte. E a nossa fiscalização é intensa, o governo do estado ajuda. Recentemente, o próprio governador Aécio Neves convocou uma reunião de seus auxiliares para tratar deste assunto, o que demostra o interesse dele e o cumprimento da responsabilidade que cabe ao estado de Minas Gerais por ser o responsável para a instalação dessas energias no interior. RÁDIO MIRANTE-SÃO LUIZ (MA)/ROBERTO FERNANDES: O senhor assim que assumiu a pasta de Minas e Energia, o senhor falava que esse Programa alcançaria a toda a população. E nós temos um estado, que o Senhor conhece bem, que tem muitas dificuldades de acesso. Dá para cumprir essa promessa de fazer com que esse programa alcance todos os maranhenses?MINISTRO: No estado do Maranhão a promessa é do presidente da República, claro, mas, agora executada por mim, que sou também maranhense, sou ministro de Minas e Energia e maranhense. Nós vamos cumprir rigorosamente tudo que foi prometido pelo presidente da República. O nosso programa, quando eu assumir o Ministério de Minas e Energia, estava um pouco atrasado aí no estado do Maranhão, mas foi retomado com vigor e está em pleno andamento. Nós não desistiremos da fiscalização permanentemente desse programa. Há duas semanas, eu convoquei ao meu gabinete todos os presidentes de companhias distribuidoras de energia do Brasil, inclusive do Maranhão. Reclamei com eles, com aqueles que estão com o Programa ainda um pouco atrasado e disse a eles que eles tinham um prazo curto até julho ou agosto para retomar o tempo perdido e cumprir rigorosamente as metas que foram estabelecidas. Aqueles estados que não cumprirem a sua parte serão punidos. Não o estado, mas a companhia distribuidora de energia. Punidos financeiramente. Portanto, há uma responsabilidade e há uma atuação e uma presença do Ministério de Minas e Energia na fiscalização desse programa. RÁDIO MIRANTE-SÃO LUÍS (MA)/ROBERTO FERNANDES: De que forma o Ministério pode ajudar o estado no momento em que está passando por uma calamidade pública, com enchentes afetando mais de 150 mil pessoas em todo o estado? MINISTRO: Eu estive com o presidente da República, há dois dias, três dias aí no Maranhão. Nós fomos de helicóptero até o interior do estado. O presidente quis olhar, ver ele próprio as enchentes em alguns municípios. Fomos a Bacabal, fomos a São Luiz Gonzaga, fomos a Itapicuru, passamos por Rosário, enfim, fizemos uma viagem até um pouco longa de helicóptero para examinar essa situação. Éramos alguns ministros e o presidente da República. A determinação do presidente é no sentido de ajudar o Maranhão. Ajudar em toda a extensão, para que esses problemas sejam pelo menos minorados e superados em alguns outros pontos, que isto seria possível. O fato é que todos os Ministérios estão acionados, convocados pelo presidente da República para ajudar o Maranhão. No que diz respeito ao Ministério de Minas e Energia, o que a nós incumbe é fazer com que a energia não falte nesses municípios. Em alguns lugares, contraditoriamente, nós tivemos que desligar a energia, para que não houvesse acidentes e, portanto, em benefício do povo. Mas estamos religando prontamente, na medida em que as águas vão baixando. Nós temos em 180 localidades do interior do estado problemas com torres de transmissão de energia, com postes que tombaram e outros foram até desligados para que não causasse acidentes. Mas tudo isto está sendo recomposto com a utilização inclusive de helicópteros. Isto para dar a você a idéia de como nós estamos presentes na solução desse problema grave no estado do Maranhão. RÁDIO DIFUSORA ACREANA-RIO BRANCO (AC)/LUCIANO TAVARES: Aqui no Acre, o Luz Para Todos avançou muito. Entretanto, existe um problema relacionado às famílias que moram fora dos ramais, são pessoas que moram em locais de difícil acesso, famílias ribeirinhas. Como é que o Ministério de Minas e Energia trabalha para executar o programa em locais de difícil acesso, onde não existe ramal e onde não existe acesso facilitado para as famílias? MINISTRO: A sua pergunta é muito interessante, que não diz respeito apenas ao Acre, mas sim a muitos estados. No Acre, nós fizemos mais de 25 mil ligações até agora e vamos concluir o programa brevemente. Nós temos localidades em Rondônia, localidades no estado do Amazonas, de dificílimo acesso. No estado do Amazonas há localidades que nós estamos chegando com energia sem a utilização de postes. Aí você pergunta: Como? Pregando o fio nas árvores, porque o que queremos é que de fato esse programa seja realizado. Nós estamos admitindo já agora a hipótese de instalar alguns pequenos geradores em regiões mais distantes, mais ermas, onde não se consegue chegar de outra maneira. O fato é que, embora as dificuldades tenham aumentado muito, nós vamos cumprir o programa Luz para Todos. É uma meta da qual o presidente da República não abre mão. Ele deseja, ao deixar o governo, fazer com que todos os brasileiros estejam de fato integrados a esta modernidade e a este conforto e nós vamos cumprir o programa.RÁDIO DIFUSORA ACREANA-RIO BRANCO (AC)/LUCIANO TAVARES: O senhor esteve aqui com o Presidente Lula e assinou uma parceria de interconexão elétrica entre Brasil e Peru. Quando que, na prática, começa essa interconexão entre Brasil e Peru, a partir do Acre?MINISTRO: Nós estamos fazendo um projeto ousado. Nós estamos na verdade fazendo uma integração energética, tentando fazê-la pelo menos, em toda a América do Sul. Nós vamos construir cinco hidrelétricas no Peru, em território peruano. Não é sequer na divisa dos dois países, é em território peruano. Isso até a convite do Peru, do governo do Peru. Esta energia será transmitida ao Brasil que, por sua vez, colocará na interligação geral do sistema e vamos poder fornecer energia que vem do Peru para outros países, como Argentina e Uruguai, que precisam dela. Isso não é obra que se faça prontamente, ela deve levar quatro a cinco anos. temos que construir grandes linhas de transmissão do Peru até o Brasil, além da construção dessas hidrelétricas, mas vamos fazê-la. Uma obra dessa natureza não se faz rapidamente, mas já tem que começar e vamos iniciá-la ainda no governo Lula. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: O nosso companheiro Luciano Tavares, da Rádio Difusora acreana citou dificuldades de acesso de ramais, o senhor falou de aumento nas dificuldades. Eu pergunto: quais são as dificuldades para levar energia elétrica à Região Amazônica? MINISTRO: Não há estradas, as distâncias são imensas, é uma região lá no interior, alagadiça. Muitas vezes nós temos, como eu disse, que pregar os fios nas árvores porque o poste não chega. O poste de concreto pesa quase uma tonelada, imagine o transporte disso, como se faz. As dificuldades são de toda natureza, mas vamos vencendo-as como se fosse uma guerra. Nós estamos numa guerra. A guerra é fazer com que a energia chegue ao povo brasileiro. É claro que nessas dificuldades tão grandes e nas distâncias imensas, a energia chega por um preço elevado, mas que é distribuído por todos os brasileiros, sobretudo aqueles que podem mais, atendendo aos que podem menos. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: O senhor considera o Programa Luz para Todos um sucesso ou ainda há alguma coisa a fazer, algum ajuste?MINISTRO: O Programa do Luz Para Todos foi estabelecido como uma meta de atendimento a dez milhões de brasileiros. Esta meta estará sendo alcançada este mês. Neste mês de maio, nós completaremos o atendimento a dez milhões de brasileiros que não possuíam energia em casa. Portanto, o programa estará sendo definitivamente cumprido na sua meta inicial, em maio deste ano, ou seja, no mês presente.APRESENATDOR LUCIANO SEIXAS: E qual o diferencial do Luz para Todos para outros programas de eletrificação realizados em governos anteriores, ministro?MINISTRO: Eram programas de muito boa intenção, mas que não tinham a amplitude deste. Eram estímulos que o governo fazia às companhias estaduais, mas não havia uma programação, uma determinação, uma localização e não havia sequer secretarias cuidando disso, como nós temos no Ministério de Minas e Energia. E este é o programa definitivo, os demais eram programas tentativos.RÁDIO 109,9 FM-BELÉM (PA)/GILSON DA SILVA: Eu tenho percebido que seu Ministério avançou muito no Energia para Todos. A gente percebe que houve, principalmente aqui no Norte, onde nós estávamos com uma deficiência muito grande, eu gostaria de saber do senhor o seguinte: porque nós temos muitos pequenos consumidores de energia e desses mais longínquos, o senhor sabe que no Norte tudo é distante e essas contas, porque nós vamos ter contas e os consumidores pequenos, não tinha como o Ministério estudar uma forma de a gente valorizar até limites de R$ 20, R$ 30, devido às dificuldades de transporte para esses consumidores? Não tinha como o Ministério estudar uma forma de isentá-los de pagar essas taxas de energia com valores baixos, ministro? MINISTRO: A energia já custa muito caro para chegar às residências do interior. O governo está bancando toda esta despesa. O pagamento que é feito hoje pelo consumidor é mínimo. A energia chega às residências das pessoas sem a elas custar absolutamente nada. Por outro lado, aqueles brasileiros que menos podem, que estão desempregados, que estão desassistidos dessa natureza, recebem o Bolsa Família. Através do Bolsa Família, eles podem sim pagar a sua energia elétrica que é barata. Eles consomem muito pouco e custa já um preço subsidiado. É um preço muito baixo que se paga na tarifa pelo Luz para Todos. O governo estuda mecanismos neste momento de melhorar ainda as condições dessas pessoas que podem menos. Mas o fato é que a tarifa é muito baixa e o consumo muito pequeno para essas pessoas que não terão nenhuma despesa até a energia chegar à sua residência com a instalação de lâmpadas e de pontos de ligação de energia, nada é pago pelo consumidor até este ponto. Ele passa a pagar o uso da energia mas por um preço muito barato.RÁDIO 109,9 FM-BELÉM (PA)/GILSON DA SILVA: Com relação a essa energia Luz para Todos, à capacidade desta rede, tem como a pessoa tocar pequenas indústrias? Porque chega esta energia em muitos povoados pequenos. Se houver possibilidade de tocar pequenas indústrias. Como é que deve ser feito esse comportamento para poder dar emprego nesses interiores que têm muita deficiência nessa área? Como é que deve ser praticado para a gente montar pequenas indústrias para poder desenvolver os povoados, a região, como também dar emprego para pessoas pobres que têm e necessitam muito disso?MINISTRO: Há muitas cooperativas espalhadas pelo interior do estado que estão usando esta energia que está chegando ali no local. Essas cooperativas fazem farinha e diversas outras atividades que elas promovem com a junção de vários moradores das localidades. Portanto, isso já está sendo feito. Elas têm que procurar apenas o gerente do Luz para Todos na sua região e ele transmitirá todas as informações para que possa ser utilizado a energia para o efeito industrial mínimo.RÁDIO CBN MANAUS-MANAUS (AM)/MARCOS PONTES: Nós temos três perguntas de grande interesse do estado do Amazonas a fazer ao ministro. A primeira ministro, trata-se do Linhão de Tucuruí que está vindo ali do Baixo Amazonas, do estado do Pará para entrar no Amazonas via Parintins, Barreirinhas para atender a questão energética dessas cidades e de muitas comunidades nas proximidades. A quatro anos, se não me engano, cinco anos no máximo, o presidente Lula esteve em Parintins e anunciou pessoalmente de que o Linhão de Tucuruí seria a solução da energia para o Baixo Amazonas. Aí eu pergunto ao ministro: como é que está esse projeto? Quais as últimas notícias em relação a ele?MINISTRO: O Linhão já foi licitado, as obras vão ser iniciadas prontamente e este Linhão chegará também aí. Vai até Manaus e vai atender por onde passa algumas localidades do interior. Além disto, o governo federal na busca de meios e modos de ajudar o estado do Amazonas, construiu um gasoduto enorme que vem lá de Tucuruí não, vem do interior do Amazonas, eu já me lembro do nome do município, do interior do Amazonas até Manaus numa distância de 600 quilômetros. Este gás vai movimentar as térmicas que existem hoje em Manaus e que são movimentadas a diesel e a óleo combustível. É uma operação muito cara e poluente. Já com o gás que vem de, como é o nome do lugar meu Deus? Coari, de Coari, este gás vai atender integralmente as necessidades de Manaus, isso sem prejuízo do Linhão que vai de Tucuruí até a capital do estado do Amazonas.RÁDIO CBN MANAUS-MANAUS (AM)/MARCOS PONTES: Muitas cidades, muitas comunidades também reclamam do programa de implantação do Luz para Todos. Aqui existem as peculiaridades em relação a distância e acesso para 2009. Existe uma expectativa de fazer uma aceleração dessa implantação já que deste o lançamento do programa, aqui no Amazonas, muita coisa ainda falta acontecer em relação ao Luz para Todos ministro?MINISTRO: Eu falei ainda pouco sobre o estado do Amazonas, dizendo das dificuldades que nós encontramos aí que são muito grandes. Distâncias muito grandes e dificuldade de acesso as localidades. Nós estamos, inclusive, pensando como disse anteriormente, em instalar alguns geradores pequenos em localidades mais distantes para evitar a transmissão da energia através de linhas muito extensas. O fato é que estamos acelerando o programa no estado do Amazonas e vamos concluí-lo.APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Ministro, muito obrigado pela sua participação aqui no programa Bom Dia Ministro.MINISTRO: Muito obrigado a vocês também! Acho que essa é uma oportunidade de falar com o povo e dizer através das ondas dessa emissora e até da televisão, tudo aquilo que o governo vem realizando em benefício do povo, sobretudo, do povo mais pobre. Nós não temos nada contra os mais ricos, este governo não tem, ao contrário, opera com eles, ajuda-os a crescer cada vez mais, porque são geradores, inclusive, de riquezas e geradores de empregos que algo de que necessitamos, mas este governo olha com mais intensidade para os desfavorecidos, os desvalidos, aqueles que mais precisam.