27/06/2013 - O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, fala sobre os programas do governo federal que estimulam o desenvolvimento científico do país
27/06/2013 - O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, fala sobre os programas do governo federal que estimulam o desenvolvimento científico do país
O Bom Dia, Ministro recebeu o ministro Marco Antônio Raupp, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), para responder perguntas de emissoras de rádio de todo o país sobre o Programa Ciência Sem Fronteiras, o Centro de Monitoramento de Desastres Naturais, o Plano Inova Empresa, além do Programa de Software e Serviços de Tecnologia da Informação e o Plano Amazônia.
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Publicado em 12/12/2016 18:20
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Olá, amigos em todo o Brasil. Eu sou Kátia Sartório e começa agora mais uma edição do programa Bom Dia, Ministro. O programa que tem a coordenação e a produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. Hoje, o nosso convidado, aqui, no estúdio da EBC Serviços, é o Ministro Marco Antonio Raupp, de Ciência, Tecnologia e Inovação. Bom dia, Ministro, seja bem-vindo. MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Bom dia, Kátia. Quero dizer que é um grande prazer para mim, aqui, dar essa entrevista aqui, para toda a rede do Bom Dia, Ministro, que eu sei que tem um alcance amplo no país todo. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Ministro. Na pauta do programa de hoje, o Programa Ciência Sem Fronteiras e o Centro de Monitoramento de Desastres Naturais. O Ministro Antonio Raupp já está aqui... Marco Antonio Raupp já está aqui, pronto para conversar com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Ministro, já está na linha a Rádio América AM, lá de Vitória, no Espírito Santo. Quem faz a pergunta é Vanda Simas. Olá, Vanda, bom dia. REPÓRTER VANDA SIMAS (Rádio América AM / Vitória – ES): Bom dia, Kátia Sartório. Bom dia, Ministro Marco Antonio Raupp. Eu queria começar a nossa conversa dessa manhã perguntando ao senhor, Ministro, qual o objetivo, o que é o Programa Ciência Sem Fronteiras? MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Bom dia, Vanda. Prazer em falar com vocês e tenho o maior prazer em responder e esclarecer as dúvidas, aí, sobre o Ciência Sem Fronteiras. Esse Ciência Sem Fronteira é um programa que foi deslanchado pela Presidenta em 2011, né? E ele tem vários objetivos. Um primeiro deles é o seguinte: ele é voltado para ciências da Engenharia e para as ciências naturais. Por que isso? Porque os programas de pós-graduação no Brasil se abriram bastante, e essas duas áreas foram muito... Se atrasaram em relação às outras. Então, como são áreas muito importantes para o desenvolvimento econômico do país, o governo chegou à conclusão que deveria estimular especialmente essas duas áreas. Então, tem esse foco aí. Um outro foco, muito importante, é a internacionalização da ciência brasileira e dos profissionais brasileiros. É muito importante que a gente exponha os nossos futuros profissionais, os nossos jovens estudantes, né, à visão internacional do que... do que é o desenvolvimento econômico da questão da inovação. Inovação na empresa. Isso é fundamental. O ensino internacional, hoje, está voltado, e todas as grandes universidades do mundo estão voltadas para essa questão de inovação. Aqui, no Brasil, nós precisamos andar muito, ainda, nessa direção. Então, expor o nosso jovem a essa visão, lá já constituída, lá já estabelecida, com mais experiência que nós aqui, é muito importante para o nosso futuro. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Vanda Simas, da Rádio América AM de Vitória, você tem outra pergunta? REPÓRTER VANDA SIMAS (Rádio América AM / Vitória – ES): Eu queria saber... No Brasil, o Governo Federal já disponibilizou para esse programa quantas bolsas? MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Olha, nós já temos concedidas, quer dizer, bolsas com estudantes no exterior, 22 mil. Estudantes que já foram ou já voltaram ou estão lá. Mas já... Essas são em execução. E já concedidas para eles viajarem para o exterior, nesses próximos meses, 42 mil. Contando essas que... Anteriores, aí, ao que estou falando. É um número bastante significativo, viu, Vanda? E nós pretendemos atingir, até 2015, o número de 101 mil bolsas. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Vanda Simas, da Rádio América AM, de Vitória, pela participação com a gente no Bom Dia, Ministro, o programa que recebe, hoje, o Ministro Marco Antonio Raupp, de Ciência, Tecnologia e Inovação. Ministro, vamos agora a São Paulo, conversar com a Rádio Jovem Pan AM. A pergunta é de Patrick Santos. Olá, Patrick, bom dia. REPÓRTER PATRICK SANTOS (Rádio Jovem Pan AM / São Paulo – SP): Olá, Kátia, bom dia. Bom dia, Ministro Marco Antonio Raupp. Ministro, eu queria falar um pouquinho, até pegando uma carona nessas últimas notícias que o governo vem divulgando... Por exemplo, ontem, o Ministro da Saúde confirmando a contratação... Que a ideia é contratar médicos estrangeiros, né, até o final deste ano. Eu queria saber, Ministro, como é que está o projeto dentro do Governo que facilita a entrada de estrangeiros também para trabalhos mais qualificados, principalmente com relação à engenharia, que a gente sabe que o Brasil tem uma deficiência nesta área. Queria saber em que pé que está esse projeto dentro do Governo, Ministro. MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Olha, esse projeto... O Governo começa a dar os primeiros passos para articular essa questão. Veja que todos esses programas de atrair profissionais dessas áreas, aí, para virem trabalhar no Brasil, eles têm sempre um caráter emergencial. Esses programas não vão nunca atrapalhar a oferta nossa, aqui, de mão de obra de profissionais formados no Brasil, ou formado pelo Ciência Sem Fronteiras. A gente manda para o exterior e volta. Então, é um caráter emergencial para o atendimento de maior urgência, porque estão, aí, as reclamações, mostrando que a questão da saúde, do desenvolvimento em geral do país, são... A gente tem agir rápido para atender essas demandas, e esse é o objetivo de atrair profissionais para virem trabalhar aqui. Médicos, engenheiros e todo o tipo de profissionais. A gente encontra dificuldades aí. Por exemplo, os órgãos que respondem pelos conselhos das várias profissões, eles reagem muito a isso. Mas eu acho que nós, do Governo, estamos conversando com todas essas organizações para tirarmos uma solução, aí, onde predomine o bom senso e o interesse do país. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Você tem outra pergunta, Patrick Santos, da Rádio Jovem Pan AM? REPÓRTER PATRICK SANTOS (Rádio Jovem Pan AM / São Paulo – SP): Tenho, sim. Kátia, eu queria insistir um pouquinho nessa questão ainda, Ministro. Eu queria saber como é que isso está sendo tratado... Tem um prazo para que se estabeleça isso, principalmente, por exemplo, na questão de engenharia? A gente está falando da questão médica, mas a gente sabe também da demanda que ocupam engenheiros no país. Com que prazo que o Governo vem trabalhando, Ministro, e também qual a importância de trazer esses estrangeiros também para cá, nesse momento em que o país passa por essas dificuldades?MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Patrick, a questão dos médicos é de maior urgência, onde o Governo e o Ministério da Saúde que estão liderando esse esforço, estão concentrando esforços para resolver isso em primeiro lugar. Engenheiros e outras profissões vêm “a posteriori”. Inclusive porque, na questão de engenharia, como eu falei, no Ciência Sem Fronteiras, nós estamos estimulando muito formação de engenheiros brasileiros no exterior. Então, eu acho que não está na mesma situação a profissão de engenheiro e atração de engenheiros para o Brasil, na mesma situação que está a questão dos médicos. Os médicos... A questão da saúde é essencial, e onde o Governo está trabalhando é o Ministério da Saúde tratando de acertar todas as condições, e eu acho que isso é uma coisa que vai acontecer logo, é prazo... Prazo é um mês, dois meses, três meses. Essa é a visão, é o prazo que nós estamos imaginando aí. Eu tenho certeza que a questão da atração de médicos vai ser resolvida num prazo curto, como esse que eu estou falando aqui, e a iniciativa é do Ministério da Saúde. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Patrick Santos, da Rádio Jovem Pan AM, pela participação no Bom Dia, Ministro. Ministro, vamos, agora, falar com a Rádio Globo, aqui de Brasília. Leonor Morais, bom dia para você. REPÓRTER LEONOR MORAIS (Rádio Globo / Brasília – DF): Bom dia, Kátia Sartório. Bom dia, Ministro Marco Antonio Raupp. É um prazer estar aqui novamente. Eu gostaria de continuar um pouquinho nessa questão, aí, da mão de obra no Brasil, Ministro. A gente sabe que é grande, aí, a carência de diversas áreas. A gente sabe também da grande carência de técnicos e também da área científica no Brasil. Diante dessa realidade, eu gostaria de perguntar ao senhor o que é que representa esse montante de bolsas, uma expectativa, aí, de 101 mil, como o senhor acabou de nos explicar, distribuídas pelo Programa Ciência Sem Fronteiras. O que é que representa isso, nesse universo de carência, hoje, no nosso país? MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Bom dia, Leonor. Eu queria lhe dizer o seguinte: que, em relação à formação científica, a profissionais em ciência e tecnologia, né, isso aí representa um salto muito grande. Nós estamos aí... O total de cientistas trabalhando no Brasil é da ordem de... Entre 250, 300 mil. Então, você vê, se nós formarmos 101 mil, tem uma grande importância no contingente global desses profissionais, não é? Agora, o... Eu queria dizer, também, o seguinte: não é esse o único esforço do Governo. O Governo tem tido, desenvolvido um esforço importante na área de expansão do ensino público, universidades federais e institutos federais de tecnologia, que são esses institutos dedicados ao ensino técnico. Houve uma expansão, aí, nesse ensino técnico, o que é muito importante também. Nós não queremos só formar profissionais. O Brasil não deve pensar em formar só profissionais nesses mais altos níveis de carreira, curso superior. Deve também se interessar muito e estimular muito a produção de profissionais de nível técnico. Esse é a grande maioria da demanda que vai existir para essas atividades de ciência, tecnologia, engenharias, etc., no país. Então, a formação técnica é muito importante. E nós, desde o governo Lula e o governo Dilma, o Governo Federal tem se esforçado sobremaneira e tem alcançado índice, aí, significativo no aumento dessa oferta, aí, de profissionais nessa área. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Leonor Morais, da Rádio Globo de Brasília, você tem outra pergunta para o Ministro? REPÓRTER LEONOR MORAIS (Rádio Globo / Brasília – DF): Tenho, sim, Kátia. Eu gostaria de saber do Ministro: na prática, de que forma o Plano Amazônia vai estar aliando, aí, ciência e tecnologia no desenvolvimento daquela região? MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Olha, nós temos o entendimento global de que para você desenvolver a Amazônia, sem destruir a biodiversidade que lá existe, que é uma das maiores biodiversidades no mundo, né, nós precisamos usar essencialmente o conhecimento dessa realidade, dessa biodiversidade, na região. Portanto, muita ciência. O incremento das atividades científicas na região é uma condição absolutamente necessária para a gente promover um desenvolvimento sustentável lá. Já tem empresas que têm sucesso em desenvolver produtos, como empresas de cosméticos... Várias empresas de cosméticos desenvolvem produtos a partir de organismos, vamos dizer assim, desenvolvidos lá nessa... Tirados dessa biodiversidade, sem afetar o sistema, sem afetar a ecologia. Esses produtos têm um grande charme. Tem empresas brasileiras vendendo esses cosméticos, aí, no mundo todo, com grande sucesso. Esse é um exemplo de que... Como você pode utilizar a biodiversidade, sem prejudicar o meio ambiente. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Leonor Morais, muito obrigada. Ela que é da Rádio Globo de Brasília, muito obrigada pela participação com a gente. E, aqui, de Brasília, vamos a Aracaju, Sergipe, falar com a Rádio Liberdade 930 AM, onde está Gabriel Damásio. Olá, Gabriel, bom dia. REPÓRTER GABRIEL DAMÁSIO (Rádio Liberdade 930 AM / Aracaju – SE): Oi, Kátia, bom dia. Bom dia ao Ministro Marco Antonio Raupp; os que estão com a NBR, com a EBC. Eu queria saber sobre o Plano de Prevenção de Desastres Naturais e Acidentes, que é o chamado Cemaden, que está sendo monitorado... Está monitorando, atualmente, 327 municípios, em quatro regiões brasileiras. Eu queria saber como que esse programa está configurado em Sergipe e se ele... O que é que precisa ser melhorado quanto à previsão de desastres naturais, não apenas de chuvas... Estamos na época de chuvas aqui, na capital, mas também quanto às situações de seca, como... Aqui foi enfrentada uma seca gravíssima que aconteceu aqui no estado, e houve uma detecção prévia de que essa seca aconteceria, não só em Sergipe, mas em todos os estados do Nordeste. Eu queria saber como é que esse sistema poderá ser aperfeiçoado para trazer resultados mais práticos na prevenção desses desastres naturais, tanto causados pela chuva quanto causados pela falta dela. MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Bom dia, Gabriel. Eu tenho muito prazer em dar essa explicação para você. Esse... O projeto de... O desenvolvimento de um sistema de previsão, um sistema de alerta para esses acontecimentos, e, “a posteriori”, que permitam atuação da Defesa Civil, evitar os prejuízos e os danos que esses desastres ocorrem para as comunidades, inclusive afetando... Criando... Matando pessoas. Elas têm impacto violento ao nível de... Isso é um sistema que nós estamos implantando, que o objetivo é salvar vidas, tanto para a questão das secas, mas principalmente, que é um fenômeno mais rápido, para essa questão de inundações, deslizamentos de encostas, etc. Então, são dois os sistemas. Um é o sistema automático de monitoramento dessas áreas de risco. As áreas de risco são selecionadas no Brasil. São 800 áreas de risco já selecionadas, tem 320 áreas que já estão sendo monitoradas, como você muito bem observou, né? E, a partir... Nós colocamos nessas áreas de risco equipamentos... Equipamentos de... Medem chuva, mede as condições geotécnicas, a tendência a uma encosta, por exemplo, deslizar ou não - é uma variável geotécnica essa -, e mede também o nível de águas. Tá certo? Esse conjunto dessas informações, que resulta desse monitoramento das regiões, com a previsão de chuva, é que vai nos dar o alerta que é feito pelo Cemaden, para dar possibilidade da iminência de um desastre numa determinada região. Isso é passado de imediato para o Cenad, que é um órgão sobre... Aqui de Brasília, responsabilidade do Ministério da Integração, e esse articulará toda a Defesa Civil de todos os níveis, federais, estaduais e municipais, para atuar na evacuação de populações dessas áreas ou tomar outras providências. Na questão da seca, que é a questão importante, aí, para a sua região, para o Nordeste, também o Cemaden participa da questão de previsão. Aí, a coisa... O fenômeno, o processo é mais lento, no processo de seca, né? Mas, de qualquer maneira, nós temos que... Eles estão sempre fazendo as análises, análises climáticas, para saber o que vai acontecer. Esse é onde a Ciência e Tecnologia colaboram, né? A partir daí, a partir de você ter previsões, se vai ocorrer seca dentro de tanto tempo, que poderá durar tanto tempo, ou esses eventos mais rápidos, como esses desastres, aí, de encostas e enchentes, isso aciona outros elementos de ação do Governo, como são essa Defesa Civil, que tem a capacidade de intervir, e, na seca, muito mais. Aciona várias atividades que tem ser tomadas para preservar e dar condições à continuidade da vida nessas regiões, como abastecimento de água, como dar condições para que esses moradores, por exemplo, que têm animais, que eles preservem esses animais, têm que dar ração, distribuída para esses... Durante esse período de seca, para esses animais. São outros setores do Governo que fazem isso.APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Gabriel Damásio, da Rádio Liberdade AM de Aracaju, você tem outra pergunta? REPÓRTER GABRIEL DAMÁSIO (Rádio Liberdade 930 AM / Aracaju – SE): Tenho. A respeito da criação de incentivos para criação de áreas de tecnologia, de desenvolvimento de empresas de tecnologia, que vêm sendo criadas em algumas áreas específicas, como o Porto Digital no Recife, tem o caso do SergipeTec, aqui em Aracaju. O que é que deve ser feito para uma atração maior de empresas desse setor para poder incentivar a economia do estado? Passa pela questão de incentivos fiscais? Passa pela redução de burocracia, pela formação de quadros técnicos? O que é que precisa ser feito para que seja impulsionado e se há uma previsão de incentivo à criação desses centros digitais, principalmente aqui na região Nordeste, aqui em Sergipe, especificamente? MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Gabriel, é tudo isso que você falou e mais alguma coisa. É o Governo estimular diretamente, dando condições especiais para jovens empreendedores, por exemplo, para se dedicar a essa atividade. Um jovem está se formando na universidade... Você está falando, aí, em Tecnologia da Informação, TI. Então, um jovem que se forma, aí, em um curso de computação, ele tem que ser estimulado a não só pensar em possibilidade de buscar o emprego numa empresa grande, mas ele tem que ser estimulado também a pensar que ele pode ser um empreendedor, ele pode criar o seu emprego. Então, nós temos vários programas, aí, que atuam nessa linha. Um programa lançado agora, recentemente, com grande sucesso, é o Programa de Start-Up Brasil. Esses start-up são exatamente essas empresas que começam... Esses jovens empreendedores que assumem essa... Tomam essa iniciativa de desenvolver um negócio e, a partir desse negócio, criar uma empresa, né? E eles são colocados... O programa coloca e financia a presença desses jovens, start-ups, desses jovens empreendedores, coloca dentro de empresas mais... Maiores, de mais experiência. São as chamadas aceleradoras. Então, ele operando, essa start-up operando dentro de uma aceleradora, ele tem condições de se desenvolver, porque ele se desenvolve dentro de um ambiente de negócio, dentro do mercado. É um pouco diferente de uma incubadora, de ele ser incubado, por exemplo, em uma universidade, onde ele também está incubando uma nova empresa, mas ele está incubando dentro de um ambiente acadêmico. Aqui, nesse Start-Up Brasil, ele está sendo incubado dentro de um ambiente de mercado. Portanto, nós entendemos que acelera. Daí, o nome de aceleradora para essas empresas-mães. Acelera a oportunidade deles de criar essa empresa. Esse programa é um programa nacional. O estilo... O que nós estamos promovendo são, vamos dizer assim, polos igual esse do Porto Digital, que você mencionou, aí, no Recife, pelo país todo. São dez aceleradoras que estão recebendo 100 start-ups. E, só para você ter uma ideia, o número de... As propostas que apareceram para esse nosso anúncio de oportunidades, aí, para essas start-ups, para financiar, dá um valor de R$ 200 mil para cada um deles começarem o seu negócio. É uma subvenção econômica isso. Nós tivemos a proposta da ordem de mil propostas para essas 100 vagas, o que mostra um grande interesse dos jovens do Brasil todo nesse tipo de organização e de programa. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Gabriel Damásio, da Rádio Liberdade AM de Aracaju, pela participação com a gente no programa Bom Dia, Ministro, que recebe, hoje, o Ministro Antonio Raupp, Marco Antonio Raupp, de Ciência, Tecnologia e Inovação. Ministro Marco Antonio Raupp, vamos agora a Manaus, Amazonas, conversar com a Rádio Amazonas FM. Patrick Motta, bom dia. REPÓRTER PATRICK MOTTA (Rádio Amazonas FM / Manaus – AM): Bom dia, Kátia Sartório, senhoras e senhores ouvintes e bom dia, Ministro. MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Bom dia, Patrick. REPÓRTER PATRICK MOTTA (Rádio Amazonas FM / Manaus – AM): Ministro, aqui, em Manaus, nós temos o Inpa, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, muito importante, e também o CBA, Centro de Biotecnologia da Amazônia, com igual importância. Como é que o Programa Ciência Sem Fronteiras pode ser útil para esses dois importantes órgãos, que são federais e estão instalados aqui na Amazônia brasileira, uma região, Ministro, carente de cientistas? MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Olha, Patrick, o Programa Ciência Sem Fronteiras pode ser útil nessas organizações, que são muito importantes... Organizações da Amazônia, que são... O caso do Inpa, ele é relacionado ao próprio Ministério que eu dirijo, e nós prevemos que ele tem que desempenhar um papel de liderança e importância no desenvolvimento da Ciência e Tecnologia na região. Então, ele tem como se utilizar do Ciência Sem Fronteiras de duas formas: uma é ajudando, recrutando estudantes nas universidades e estimulando eles a usarem essas bolsas, irem estudar no exterior e depois voltarem a trabalhar lá na instituição; e outra é... Isso é permitido no programa. O programa financia também a vinda de especialistas internacionais, de grande qualidade, para o Brasil, por temporadas determinadas. Eu tenho conhecimento que, aí, o Inpa está usando esse mecanismo, de atrair pesquisadores visitantes para ficarem, aí, durante algum tempo, sendo financiado pelo Ciência Sem Fronteiras. Isso já está sendo feito, aí, no Inpa, que eu tenho uma relação direta com o diretor do Inpa e acompanho os trabalhos da organização. No caso do CBA, a gente pode fazer a mesma coisa. O CBA está relacionado com o Ministério da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico. Então, são... Ele está... Ele não está diretamente relacionado às nossas atividades de Ciência e Tecnologia, mas, certamente, os dois mecanismos que eu mencionei aqui podem ser utilizados, também, pelo CBA. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Patrick Motta, da Rádio Amazonas FM, você tem outra pergunta para o Ministro Marco Antonio Raupp? REPÓRTER PATRICK MOTTA (Rádio Amazonas FM / Manaus – AM): Sim, Kátia. Ministro, sobre o Programa de Prevenção de Acidentes e Desastres Naturais, aqui na Amazônia, esse Programa de Prevenção de Acidentes e Desastres Naturais, aqui, na Amazônia, Ministro, há muitas enchentes que causam diversos problemas, em dezenas de cidades. Algumas delas chegam a ficar até embaixo d'água. Pergunto, Ministro: o Programa de Prevenção de Acidentes e Desastres Naturais pode também ser útil para nossa região, que tem essas características? MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Com certeza. Aí, eu não posso te dar um número preciso agora, mas esse programa, ele detectou um número... Oitocentas áreas de risco no país todo. Aqui... Aí, no Amazonas, certamente tem, porque é conhecido, aí, o efeito negativo das enchentes que ocorrem aí, a partir da estação chuvosa. Então, nós estamos instalando em áreas consideradas de risco na região, no estado, não é, pluviômetros, medidas de chuva e também limnímetros, que são instrumentos que medem o nível das águas, monitoram o nível das águas crescentes nos rios para avisar as populações ribeirinhas da situação de riscos que eles estão correndo de enchentes e providências, pela Defesa Civil, os Governos Estaduais e Municipais, no atendimento a essas populações que moram lá. Isso é... Certamente - eu tenho aqui na minha lista -, no Amazonas, nós temos dois pluviômetros já instalados, dois equipamentos já instalados, aí, na calha do Rio Negro. Portanto, Manaus está sendo já contemplado na instalação desses equipamentos, aí, pelo Brasil todo. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Patrick Motta, da Rádio Amazonas FM, pela participação com a gente no Bom Dia, Ministro. Lembrando que a íntegra dessa entrevista está na nossa página, em: www.servicos.ebc.com.br. Ministro, vamos agora a Porto Alegre, Rio Grande do Sul, falar com a Rádio Gaúcha AM, onde está Marcela Panke. Olá, Marcela, bom dia.REPÓRTER MARCELA PANKE (Rádio Gaúcha AM / Porto Alegre – RS): Olá, muito bom-dia. Bom dia, Ministro. MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Bom dia, Marcela. REPÓRTER MARCELA PANKE (Rádio Gaúcha AM / Porto Alegre – RS): Eu gostaria de falar também sobre essa área de prevenção e monitoramento para desastres naturais. Desses 327 municípios que são monitorados pelo Cemaden, o senhor saberia me dizer mais ou menos um número ou uma proporção de quantos deles são do Rio Grande do Sul? Eu aproveito também para perguntar o que os municípios devem fazer para receberem esse monitoramento do Cemaden. MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: São cinco os municípios que estão sendo monitorados aí, já. E esses municípios já têm conexão com o Cemaden, porque é através de acordos, de compromissos mútuos do município onde estão esses centros de... Essas áreas de risco, né, com o Cemaden é que são instalados esses equipamentos lá para fazer o monitoramento. Então, eles já têm... Aqui eu não posso te dizer quais são esses municípios. Não tenho esse dado aqui de cabeça, mas são cinco, aí, no estado do Rio Grande do Sul. E pelo... Como eu conheço o estado do Rio Grande do Sul, eu sei... Eu sou daí, eu sou de Cachoeira do Sul, viu, Marcela? Eu imagino que a maioria desses municípios, dessas áreas de risco, estejam relacionadas também com enchentes dos rios, que é um fenômeno muito comum aí. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Marcela Panke, da Rádio Gaúcha AM, de Porto Alegre, você tem outra pergunta? REPÓRTER MARCELA PANKE (Rádio Gaúcha AM / Porto Alegre – RS): Sim, eu gostaria de saber o que os municípios precisam fazer para receber esse monitoramento. Existem alguns requisitos que eles têm que cumprir, algum projeto que eles têm que apresentar para o Ministério? MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Olha, em primeiro lugar, eles têm que... Nessa questão, aí, de risco de calamidades, eles têm que ter... Eles têm que estar dentro de uma área de risco. Isso não é uma coisa que... Esses equipamentos são colocados, não, assim, por iniciativa própria dos municípios. São colocados onde existem riscos de desastres naturais pesados, não é? Esse levantamento é feito. Tem toda a história desses acidentes nos nossos estados. Isso é muito importante. Onde já aconteceram esses acidentes, não é? Aí, são levantados quais são os municípios onde já aconteceu isso e quem precisa de implementar um sistema de monitoramento para fazer alerta. É algo que... Os governos estaduais e a... Os órgãos de Defesa Civil dos municípios dos estados, junto com o Cemaden, junto com o Ministério do Interior Federal... Do Interior não, da Integração Nacional. Eles desenvolvem conjuntamente essas propostas para os municípios. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Marcela Panke, da Rádio Gaúcha AM de Porto Alegre, pela participação. Este é o programa Bom Dia, Ministro e estamos, hoje, recebendo o Ministro Marco Antonio Raupp, da Ciência, Tecnologia e Inovação. Ministro, vamos agora a Belo Horizonte, Minas Gerais, conversar com Lucas Pavanelli. Ele está lá na Rádio UFMG Educativa 104,5 FM. Oi, Lucas, bom dia. REPÓRTER LUCAS PAVANELLI (Rádio UFMG Educativa 104,5 FM / Belo Horizonte – MG): Bom dia. Bom dia, Ministro Marco Antonio Raupp. A minha pergunta é sobre o Programa Ciência Sem Fronteiras, ele que contempla estudantes, aí, dos cursos das áreas de Exatas e Biológicas. O aluno que tem interesse no intercâmbio acadêmico, Ministro, pode encontrar no site do Ciência Sem Fronteiras as 18 áreas que são contempladas pelas bolsas. Segundo o levantamento, aí, do Ministério, já foram concedidas 43 mil bolsas até o momento, e a previsão é de que esse número chegue a 101 mil, nos próximos anos. Há uma reclamação de muitos estudantes das áreas de humanas, que não se enquadram nesse formato atual do programa. Há um interesse e um planejamento do Governo Federal de que a área de Ciências Humanas também seja atendida nesse programa? MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Olha, Lucas, deixa eu te explicar. Como eu já falei no início, aqui, do programa, esse é um programa emergencial, para tratar de áreas que são muito importantes para o desenvolvimento e que estavam ficando para trás. Então, ele tem previsão de um tempo de duração. Não é um programa permanente. Apoiar pós-graduação em todas as áreas, incluindo, aí, especialmente nas áreas de Ciências Humanas, é uma decisão também do sistema educacional brasileiro, das universidades brasileiras, do sistema de apoio às atividades de pesquisa e de formação de recursos humanos, pós-graduando, tanto do Ministério da Educação quanto do Ministério da Ciência e Tecnologia. Então, nós temos que separar as coisas. Nós não temos essa questão emergencial na área de Ciências Humanas. As Ciências Humanas crescem bastante, no apoio que recebem, tanto do CNPq quanto da Capes, tá certo? E não existe essa questão emergencial lá, como existe na ciência da Engenharia, por exemplo. Essa é a razão do Programa Ciência Sem Fronteiras estar voltado, ter priorizado essas áreas, porque é uma questão emergencial, necessidade da nação, e tem prazo determinado: vai até 2015. A partir de 2015, não vai ter nenhum programa que... Ou, eventualmente, poderá até ter, em função de novas avaliações, novos diagnósticos, né, mas a explicação para as áreas de Ciências Humanas terem ficado de fora é essa. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada pela participação, Lucas Pavanelli, da Rádio UFMG Educativa 104,5 FM, de Belo Horizonte. E, de Belo Horizonte, voltamos para o Nordeste. Vamos agora a Recife, Pernambuco, falar com a Rádio Universitária FM. Roberto Sousa, bom dia! REPÓRTER ROBERTO SOUSA (Rádio Universitária FM / Recife – PE): Bom dia. Bom dia, Ministro. No Ciência Sem Fronteiras, a oferta de bolsas por empresas, 25% do total, não tem lastro para crescer, mesmo porque a tendência é de que, no futuro, esses profissionais estejam mais ligados a elas do que ao setor público? MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Sim, Roberto. E tem crescido. Aqueles 26 mil inicial, que correspondia, mais ou menos, a 25% do programa, eles estão bem mais que 25. Nós já temos... Vamos implementar mais que 101 mil. Essa é uma referência estabelecida, mas tem várias empresas... Eu posso dizer a British Gas, a... Essa... A GE, General Eletric. São empresas que aderiram, por exemplo, e tem outras, também, que aderiram “a posteriori” e utilizam o programa. Eles dão bolsas para estudantes do Ciência Sem Fronteiras inclusive estagiarem em laboratórios deles, lá, dessas empresas. Veja que, no Ciência Sem Fronteiras, esses engenheiros que estão indo para fazer... Passar um ano lá, por exemplo, Roberto, eles fazem o seguinte: eles têm quatro meses para aprender a língua, eles têm quatro meses para aprender os cursos teóricos e quatro meses para fazer estágios nas empresas. Isso é muito importante. É uma experiência muito direcionada para a profissão que eles vão desenvolver, e dentro dos aspectos mais desafiadores da profissão, porque eles estão em universidades, em cidades que são líderes, aí, na questão de desenvolvimento industrial, mundial, na inovação e tudo isso. Então, essas empresas já estão fazendo isso. Vou te dar um exemplo. A GE, por exemplo, no ano passado, financiou dez estudantes brasileiros lá... Para estagiarem nas suas instalações de pesquisa, ou industriais, no mundo todo. Você sabe o que aconteceu? Eles contrataram esses dez jovens engenheiros – tá certo? –, aqui, para trabalharem em instalações da GE no Brasil. Então, é um negócio muito satisfatório. O investimento da empresa, num programa educacional como esse, tem retorno imediato. Eu posso te dar outros exemplos também. O caso da British Gas, por exemplo, eles também estão investindo e vão ter retorno muito bom. Então, são altamente bem-vindas a esse programa federal a participação das empresas de todos os setores industriais possíveis. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Roberto Sousa, da Rádio Universitária FM de Recife, pela participação. E, ainda no Nordeste, agora, vamos a Salvador, na Bahia, conversar com a Rádio Educadora 107,5 FM. A pergunta é de Jorge Ramos. Olá, Jorge, bom dia! REPÓRTER JORGE RAMOS (Rádio Educadora 107,5 / Salvador – BA): Bom dia. Bom dia, Ministro. MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Bom dia, Jorge. REPÓRTER JORGE RAMOS (Rádio Educadora 107,5 / Salvador – BA): Ministro, sabemos que, através do Centro de Monitoramento de Desastres Naturais, tem uma série de ações para prevenir justamente essas ocorrências, mas, quanto aos efeitos da seca, o que de concreto a população pode sentir no uso da Ciência e da Tecnologia, para minorar os efeitos cruéis da seca que assola o Nordeste?MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Olha, Jorge, tem ações que são tomadas ao longo do desenvolvimento do processo de seca, não é, para diminuir o impacto que ele... Que o processo impõe sobre os moradores, sobre a economia regional. Isso, aí, você está vendo aí, na distribuição de água, distribuição de alimentos, até para o gado, para as pessoas e para o gado, e várias outras iniciativas. Mas tem outros processos que tem que ser... São processos preventivos, que têm que ser tomados antes. Por exemplo, se tem uma previsão de uma seca, e a seca é algo que você pode prever, e ela se desenvolve... É um fenômeno lento, leva algum tempo para ela se estabelecer em uma determinada região. Esse tempo é dado para que as autoridades intervenham no processo, antes de ele ocorrer, ou logo no início do processo, para diminuir os seus efeitos. Então, por exemplo, fazer obras no sentido de prover recursos hídricos disponibilizados para enfrentar... Trazer de outras regiões ou fazer poços, usar água subterrânea, para... Como... Preventivamente usar tecnologias para prover esses recursos, antes da seca acontecer. Isso tem que ser feito permanentemente. E existe... O Governo Federal trabalha... O Ministério da Integração Nacional trabalha diretamente na execução, em providenciar esse tipo de iniciativa. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, então, a José Ramos, da Rádio Educadora FM, de Salvador, pela participação com a gente no Bom Dia, Ministro. Ministro Marco Antonio Raupp, vamos agora a Goiânia, Goiás, falar com a Rádio Aliança 1090 AM. Anacléia Souza, bom dia. REPÓRTER ANACLÉIA SOUZA (Rádio Aliança 1090 AM / Goiânia – GO): Muito bom-dia, Kátia. Bom dia, Ministro; bom dia a todos. MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Bom dia, Anacléia.REPÓRTER ANACLÉIA SOUZA (Rádio Aliança 1090 AM / Goiânia – GO): Eu gostaria de saber do Ministro... Para ele falar um pouquinho para a gente, aqui, de Goiás, o que é o Plano Amazônia? MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: O Plano Amazonas é o seguinte: ele parte do entendimento que, para o desenvolvimento dessas regiões, onde existe grandes biodiversidades a serem preservadas e bem utilizadas, né, é muito importante a gente ter o conhecimento científico máximo, pleno, sobre todos esses sistemas ecológicos, sobre toda essa fenomenologia que ocorre dentro dessa biodiversidade, para a gente poder intervir no sistema, sem destruí-lo, né? Então, nós... Aí gera essa ideia de que é fundamental o desenvolvimento científico dessas regiões, das instituições, nessas regiões, trabalhando sobre problemas da região, formando gente para fazer ciência e tecnologia, através das instituições científicas e universidades da região, para dar essa base científica para o desenvolvimento econômico da região. Essa é a filosofia do Plano Amazônia. Nós estamos construindo esse plano como uma parceria regional. Estamos fazendo parceria com todas as Secretarias de Ciência e Tecnologia, dos vários estados da região amazônica, e também instituições; instituições como o Inpa, por exemplo, Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, que foi citado aqui, também está participando desse grande arranjo, para que a gente tenha força, de maneira a desenvolver... Dar um grande incremento nas atividades científicas na região, acreditando que isso terá um impacto significativo no desenvolvimento econômico sustentado da região. Esse é o esforço que está sendo feito, e, aí, a gente envolve todos os estados da região Amazônia, e também temos interesses, também, em envolver estados periféricos, ali, à região amazônica, como estados de... Periféricos não, que estão imediatamente vizinhos à região amazônica, como é o estado do Mato Grosso, o estado de Goiás e etc. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Anacléia Souza, da Rádio Aliança AM de Goiânia, pela participação com a gente no Bom Dia, Ministro. Ministro, vamos agora a Curitiba, no Paraná, falar com a Rádio Iguaçú AM 830. Eduardo Kampa, bom dia para você. Eduardo Kampa? REPÓRTER EDUARDO KAMPA (Rádio Iguaçú AM 830 / Curitiba – PR): Bom dia, Kátia Sartório. Eu estava sem retorno, Kátia. Agora, tá ok. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Você está escutando agora? REPÓRTER EDUARDO KAMPA (Rádio Iguaçú AM 830 / Curitiba – PR): Agora tá ok. Bom dia, Kátia Sartório. Bom dia, Ministro Marco Antônio. MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Bom dia, Eduardo! REPÓRTER EDUARDO KAMPA (Rádio Iguaçú AM 830 / Curitiba – PR): Ministro, a gente vê com bons olhos, aí, esse programa do governo, com relação ao Ciência Sem Fronteiras. Até 2011, parece que pouco se falava, né? Agora, realmente, que o governo deu um incremento maior, eu queria saber se dá para precisar mais ou menos quando que o Brasil poderá até começar a usufruir de toda essa futura qualificação. MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: O Brasil já está usufruindo. Eu dei exemplos aqui na minha... em respostas anteriores aqui, de empresas que participam do financiamento dessas bolsas e que se aproveitaram diretamente da formação desses engenheiros que voltaram de lá para trabalhar nessas empresas. É imediato. Esse programa começou em 2011, porque ele foi iniciado em 2011. Ele não existia antes de 2011. E eu quero observar, Eduardo, que é um programa temporário. Ele não é um programa permanente. Permanente nós temos todo o sistema de ciência e tecnologia, educação, apoiando a formação de recursos humanos de todos os níveis, inclusive nos níveis de pós-graduação, tanto para estudantes colocados nas universidades brasileiras, aqui, como também no exterior. O Programa Ciência Sem Fronteiras é um programa excepcional, para atender uma excepcionalidade, que foi o decréscimo na formação de engenheiros e cientistas naturais nesse país, durante as últimas décadas, aí. Então, nós estamos tentando recuperar isso e tentando apoiar nesse período, aí, de 2011 á 2015. Esse é o período de validade estabelecido para o Programa Ciência Sem Fronteiras. Nós estamos recuperando essas áreas, aí, colocando maiores destaques, dado a grande relevância que esses profissionais dessas áreas têm para o esforço e o desenvolvimento do país. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Eduardo Kampa, da Rádio Iguaçú AM 830, de Curitiba, no Paraná, pela participação com a gente, no Bom Dia, Ministro. Queria aproveitar e perguntar para o senhor, Ministro... Falando sobre chuvas, essa questão da prevenção, mas existe uma diferença entre os pluviômetros automáticos e os semiautomáticos que estão sendo colocados nessas localidades onde existe esse histórico de desastres. Como é que é isso?MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Não, isso aí é o seguinte: esses... É questão da operação deles, né? São... Pluviômetros medem a mesma coisa, a intensidade de chuva, mas tem uns que fazem a medida automaticamente. Através de sensores, lá, transformam essa medida num sinal de telecomunicações, que é enviado por telefone ou por vários sistemas de telecomunicações para o órgão central que faz o monitoramento, que é o Cemaden. Isso é o pluviômetro automático. O semiautomático, ele é operado... Ele também faz as medições, e quem verifica a medição é um operador humano, que é um... Normalmente, nós estamos... Desenvolvemos um programa aí de... É o Pluviômetro nas Comunidades. Então, esse nós escolhemos pessoas nas comunidades, dessas áreas de riscos, para eles operarem esses instrumentos. Isso é... É muito importante você poder... Mas por que é que não põe só pluviômetro automático, que resolve o problema e faria as mesmas medições? Porque é fundamental a conscientização dessas comunidades localizadas em áreas de risco, se prevenindo para o risco. É fundamental que eles participem, entendam perfeitamente qual é o fenômeno, o que é que tem ser feito em casos de perigo para evacuar. Tem vários procedimentos que a gente tem que conscientizar a comunidade para agir com mais eficiência na reparação dos danos, dos desastres. Então, esses pluviômetros semiautomáticos, eles se prestam também a isso, viu, Kátia? De nós envolvermos as comunidades. Eles estão associados com um programa chamado Pluviômetros na Comunidade. Então, essa interação dos agentes técnicos, que estão operando esse sistema, com a comunidade é fundamental, é considerado de fundamental importância. É um elemento educacional, inclusive, no comportamento das comunidades em relação a como atuar na eventualidade de um desastre natural. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Ministro. E vamos agora a Florianópolis, Santa Catarina, conversar com a Rádio Regional FM. Luiz Carlos Goedert, bom dia. REPÓRTER LUIZ CARLOS GOEDERT (Rádio Regional FM / Florianópolis – SC): Bom dia! Bom dia, Ministro! MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Bom dia, Luiz Carlos.REPÓRTER LUIZ CARLOS GOEDERT (Rádio Regional FM / Florianópolis – SC): Eu gostaria de perguntar, Ministro, sobre o sistema de alerta a desastres naturais. Santa Catarina, como o senhor deve saber, e todos sabem, é de conhecimento de todos, sofreu muito com o desastre natural em 2009, com uma grande enchente, dezenas de mortos. Eu gostaria de saber o que foi feito, de fato, pelo governo, pela sua pasta, com relação ao alerta de desastres naturais, aqui, em Santa Catarina. MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Olha, nós temos parceria... Porque Santa Catarina é um estado que já há bastante tempo sofre desse problema aí de deslizamento de encostas, enchentes, aí, de grandes proporções. Então, é um estado que sofreu muito. E por isso mesmo tem um número grande de áreas de riscos aí, e o que nós fazemos, para atacar isso, a gente faz... Evidentemente que o estado de Santa Catarina também tem aí mecanismos de... E os municípios, de atuação... De fazer essas medições preventivas e de fazer alertas também. Nós estamos nos associando ao estado e, nas áreas estabelecidas como áreas de riscos, incrementando o número de equipamentos, de sensores que vão servir para fazer esse monitoramento e para dar uma maior segurança técnica nessas previsões do acidente, né? Então, por exemplo, aí, em Santa Catarina, nós colocamos... Nós temos aí, só nesse programa de pluviômetros instalados, né, que estão... Já estão instalados em Santa Catarina 16 pluviômetros, mas nós vamos instalar muito mais. Esses são os primeiros mil dos pluviômetros semiautomáticos. Aí, em Santa Catarina, já tem 16 em áreas de risco, mas nós vamos instalar mais 3 mil, que são esses pluviômetros automáticos, e aí vai ter muita coisa para Santa Catarina. Não só pluviômetros, mas também outros tipos de sensores que serão utilizados aí, mas eu destaco em Santa Catarina, como vocês têm experiência no assunto, têm conhecimento técnico dessas questões, a parceria da Defesa Civil Federal com a Defesa Civil no estado e dos municípios, aí, e também dos órgãos técnicos para fazer esse monitoramento. Existe uma parceria muito importante entre o Governo Federal e Santa Catarina. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Agradecemos a participação da Rádio Regional FM, de Florianópolis, Santa Catarina, aqui no Bom Dia, Ministro. Ministro, vamos agora ao Rio de Janeiro, conversar com a Rádio Record AM do Rio. Willian Marques, bom dia. REPÓRTER WILLIAN MARQUES (Rádio Record AM / Rio de Janeiro – RJ): Bom dia a você; bom dia, Ministro Marco Antonio Raupp; bom dia, ouvintes. Em nome da direção da Rádio Record do Rio, já agradeço o convite à nossa participação. E eu começo com a seguinte questão, Ministro. Já há um grande investimento na formação e qualificação para atender áreas carentes de profissionais, como Tecnologia, Engenharia e outras. A nossa questão é: será que teremos também políticas administrativas para segurar esses novos profissionais no mercado interno? Visto que melhor qualificação, melhor formação, outras empresas internacionais podem vir buscar esses profissionais. Será que teremos também políticas para manter esses profissionais dentro da nossa área, atuando em nosso país? MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Excelente pergunta, Willian. Você me dá oportunidade de tocar em um ponto de extrema importância, que é o seguinte: nós estamos fazendo esse investimento para formar essas pessoas, mas nós não queremos que essas vão trabalhar fora do Brasil; nós queremos que eles venham trabalhar aqui. Inclusive, esses que estão sendo financiados por empresas, queremos que essas empresas tenham vínculos com o Brasil e que venha todo mundo trabalhar aqui. Então, nós tomamos uma providência importante, especialmente nesse programa, coisa que não existia antigamente, nos programas normais aí de pós-graduação no país, que é o seguinte: o estabelecimento de uma página do CNPq... De responsabilidade do CNPq e da Capes, que são os órgãos que administram esses programas, que é acessível a todos os participantes do Programa Ciência Sem Fronteiras e que tem a participação, também, das empresas nacionais, especialmente empresas de tecnologia, que oferecem uma parte de emprego. Elas oferecem empregos para esses oriundos do Ciência Sem Fronteiras. Tem mais de 50 empresas já oferecendo empregos a esses estudantes que estão voltando para o Brasil, e temos tido sucesso aí. Eu acho que isso é absolutamente fundamental, que a gente tenha mecanismos de direcionamento desses jovens, formados pelo Ciência Sem Fronteira, para as oportunidades de empregos no Brasil. Isso é crucial, senão poderíamos estar dando um tiro no pé, como se diz na linguagem popular. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Willian Marques, da Rádio Record AM do Rio, pela participação com a gente, no programa Bom Dia, Ministro. Agora vamos Campo Grande, Mato Grosso do Sul, falar com a Rádio Cultura 680 AM. Artur Mário, bom dia. REPÓRTER ARTUR MÁRIO (Rádio Cultura 680 AM / Campo Grande – MT): Bom dia. Bom dia, Ministro Marco Antonio Raupp. A pergunta nossa, aqui, do Centro-Oeste brasileiro... Dois questionamentos. Qual é o critério do Governo para as vagas lá no exterior para os jovens estudantes? Essa República de estados ricos e regiões pobres, regiões em desenvolvimento, caso nosso, aqui, do Centro-Oeste brasileiro. Essa é a pergunta, o critério das vagas. E, ao mesmo tempo, também, a outra pergunta. Até que ponto esses jovens retornam e tem retorno aos investimentos das empresas e do Governo brasileiro, porque são inteligências nossas que vão para as grandes universidades, mundo afora. E inteligência é valorizada em qualquer ponto do mundo. Será que o conhecimento, será que esses jovens, ao retornarem ao Brasil, terão incentivos para permanecer no Brasil ou a concorrência das universidades lá fora será mais forte para levá-los de volta, Ministro? MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Olha, tudo bem, Artur? Eu queria... São duas perguntas suas. Com relação à primeira, de quais são os critério, os critérios é seleção pública. Como é dinheiro do... Na área do governo, é seleção pública. Essas 75 mil bolsas do governo, nós fazemos uma chamada para os interessados, e eles apresentam propostas, e quem tem as melhores notas leva. Por exemplo, tem, inclusive, um mínimo. Ninguém pode se inscrever se não tiver tirado uma nota mínima no Enem, que, se não me engano, são 600 pontos no Enem. Acima de 600 pontos é que você pode se inscrever... Tendo 600 pontos pode se inscrever lá, e vão ser selecionados aqueles que têm melhores notas. É uma competição. Com relação à concorrência que nós vamos ter de outras universidades de qualidade no mundo todo, querendo atrair esses jovens talentos, é a pura verdade. Nós estamos... A internacionalização da educação e da ciência no Brasil nos leva a essa competição internacional pelos talentos, cada vez mais. Quanto mais nos internacionalizarmos, tem as vantagens, que é uma formação muito mais adequada ao que está acontecendo no mundo; portanto, é muito importante para essas pessoas que vão trabalhar aqui no Brasil. Mas... Nós seremos concorrentes sempre. É por isso que a gente adota esses mecanismos que eu já mencionei aqui de... de ofertar oportunidades, criar um diálogo permanente entre as oportunidades de trabalho nas universidades, nas empresas brasileiras, com esses retornantes, as pessoas que estão concluindo, os concluintes desse programa Ciência Sem Fronteiras. Aí é um jogo que a gente tem que jogar. Se nós queremos sermos competidores globais, nós temos que jogar esse jogo, nós temos que ter a capacidade, tem que ter programas de desenvolvimento do país, desenvolvimento das universidades, desenvolvimento da pesquisa, desenvolvimento da economia brasileira, das empresas que operam aqui no Brasil, para fazer com que elas tenham uma demanda natural por esses talentos e compitam em condições favoráveis que, obviamente, nós vamos sempre apoiar, através de medidas que sejam permitidas, né, nessa competição. Essa questão aí do... do site do CNPq, o site de emprego do CNPq e Capes para os regressos do Ciência Sem Fronteiras, isso aí tudo está lá no www.cnpq.br. Pode ir lá e ver isso, que existe esse site lá. Então, são mecanismos desse tipo que nós temos que usar para sermos competitivos. Agora, não podemos é temer a competição. Nós temos que enfrentá-la. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Artur Mário, da Rádio Cultura AM, de Campo Grande, pela participação, e agradecemos, também, muito ao Sr. Ministro, pela participação com a gente, mais uma vez. MINISTRO MARCO ANTONIO RAUPP: Olha, Kátia, eu que agradeço, que eu acho que essas atividades de Ciência e Tecnologia são muito importantes para o país, e a sociedade precisa estar conscientizada dessa importância. Então, precisa que as pessoas que se dedicam à administração dessas atividades têm que, permanentemente, estar à disposição do povo em geral, e nada melhor que uma rede que atinge todos os rincões do Brasil para a gente fazer isso aqui. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Ministro Marco Antonio Raupp, pela participação. E a todos que estiveram com a gente, nesse programa, meu muito obrigada e até a próxima edição.