05/05/2011 - Copa 2014, Lei de Incentivo ao Esporte e Bolsa-Atleta foram os destaques do Bom Dia, Ministro
05/05/2011 - Copa 2014, Lei de Incentivo ao Esporte e Bolsa-Atleta foram os destaques do Bom Dia, Ministro
O ministro do Esporte, Orlando Silva, falou sobre os investimentos do Brasil na Copa 2014. Orlando Silva destacou ainda a importancia da Lei de Incentivo ao Esporte que proporcionou, em quatro anos, R$ 425 milhões a mais em recursos financeiros; além de outros programas como o Bolsa-Atleta que garante uma manutenção pessoal mínima aos atletas de alto rendimento, que não possuem patrocínio, buscando dar condições para que se dediquem ao treinamento esportivo e participem de competições visando o desenvolvimento pleno de sua carreira esportiva.
orlando.mp3
Duração:
Publicado em 12/12/2016 18:20
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Olá, amigos em todo o Brasil! Começa agora mais uma edição do programa Bom Dia, Ministro. A produção e a coordenação desse programa é da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. Hoje, aqui, nos estúdios da EBC Serviços, o Ministro do Esporte, Orlando Silva. Bom dia, Ministro, seja bem-vindo. MINISTRO ORLANDO SILVA: Bom dia, Kátia. Bom dia aos amigos que nos acompanham em todo o Brasil. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Na pauta do programa de hoje, os investimentos do Brasil na Copa 2014. O Ministro do Esporte, Orlando Silva, vai explicar também a lei de incentivo ao esporte, além de outros programas do Ministério, como o Bolsa-Atleta. O Ministro do Esporte, Orlando Silva, já está aqui no estúdio, pronto para conversar com âncoras de emissoras de rádio de todo o país, neste programa que é multimídia. Estamos ao vivo, no rádio e na televisão. Ministro, já está na linha a Rádio Princesa FM, de Feira de Santana, na Bahia. Dilson Barbosa, bom dia. REPÓRTER DILSON BARBOSA (Rádio Princesa FM / Feira de Santana #BA): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministro Orlando Silva. Nós queremos saber do senhor, Ministro, como estão os preparativos para o investimento em estradas, portos e aeroportos e as melhorias dos transportes urbanos para a Copa do Mundo, Ministro. MINISTRO ORLANDO SILVA: Bom dia, Dilson. Bom dia, amigos de Feira de Santana, da Bahia. Olha, Dilson, a sua pergunta dava para falar durante o programa inteiro, porque a infraestrutura brasileira, que tem sido objeto de muitos investimentos, com o Plano de Aceleração do Crescimento, terá, em função da Copa do Mundo, fortes investimentos. Primeiro, nos aeroportos. Como você sabe, a cada ano, tem crescido, a taxas muito elevadas, a demanda pelo sistema aeroportuário brasileiro. Ou seja, cada vez mais pessoas andam de avião e, por isso, teremos que aumentar o número de terminais de passageiros, melhorar as pistas, os pátios dos aeroportos do Brasil. A presidenta Dilma criou uma secretaria específica para a aviação civil, mudou completamente o comando da Infraero, que é a empresa que cuida da infraestrutura aeroportuária, determinou que seja feito investimento de perto dos R$ 6 bilhões para a modernização dos aeroportos brasileiros e orientou que o governo trabalhe para atrair investidores privados, na forma de concessão. Assim como, em algumas estradas brasileiras, já há concessão para o setor privado, os aeroportos também terão concessões, de modo a que possamos andar mais rápido na modernização desses aeroportos. Diria, Dilson, que, além de aeroportos, a presidenta tem uma preocupação com melhoria dos transportes nas grandes cidades. Por isso nós selecionamos 54 projetos que vão melhorar a circulação das pessoas, sobretudo com transporte coletivo, nas cidades da Copa. Caminha em um ritmo crescente, e nós queremos que aumente o ritmo. A presidenta vai até convidar, Dilson, no dia 30 de maio, os governadores e prefeitos das cidades da Copa para discutir com eles medidas para que as obras andem mais rápido. Então, eu diria que ainda estão na fase de aceleração para entregar o Brasil bem em 2014. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro. Eu sou Kátia Sartório. Estamos hoje com o Ministro do Esporte, Orlando Silva. Ele fala com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Lembrando às emissoras que o nosso sinal está no satélite, no mesmo canal da Voz do Brasil. Ministro, vamos agora a Fortaleza, no Ceará, conversar com a Rádio Cidade, de Fortaleza. Carlos Pontes, bom dia. Carlos Pontes, da Rádio Cidade, de Fortaleza. Daqui a pouco a gente tenta novamente o contato com a emissora. Vamos, então, a São Paulo, conversar com a Rádio Estadão, de São Paulo. Lucas Lagatta. Bom dia. REPÓRTER LUCAS LAGATTA (Rádio Estadão ESPN / São Paulo # SP): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministro Orlando Silva. Ministro, com a proximidade da Copa e das Olimpíadas, os prazos para o início e conclusão das obras estão se extinguindo. As licitações para todas as obras já foram feitas ou contratos emergenciais terão que ser adotados, para agilizar o ritmo das obras, Ministro? MINISTRO ORLANDO SILVA: Veja, Lucas... É um prazer falar contigo. Depende do assunto, depende do tema. No caso dos estádios, por exemplo, nós temos 11 estádios que... realizaram licitações, dez deles estão em obras. O décimo primeiro, como você sabe, é o estádio de Natal, que, nos próximos dias, deve iniciar as suas obras. E o décimo segundo estádio é um estádio privado, portanto não haverá licitação, que é o estádio de São Paulo. Portanto, licitações, no caso de estádios, todas elas já foram resolvidas. No caso de aeroportos, que é um assunto, como eu disse, muito importante, uma parte das licitações já foram realizadas. Há um desejo, inclusive, para enfrentar uma limitação maior nos aeroportos de Brasília e de São Paulo. A Secretaria de Aviação Civil tem dialogado com o Tribunal de Contas da União de fazer um contrato para construir módulos operacionais e... Isso deve ser um contrato feito por estes dias. E mobilidade urbana, transporte coletivo, é um assunto que as cidades têm executado. Algumas já fizeram licitações, outras estão fazendo estas licitações. Aliás, é importante dizer que nós temos uma preocupação com transporte, porque 70% das obras de transporte devem começar este ano, e parte dessa sensação de atraso que as pessoas têm é porque, no Brasil, é assim: tem uma licitação para elaborar o projeto, depois outra licitação para contratar obra, e só a partir daí é que as obras, de fato, são iniciadas. Então eu diria que há um cuidado muito grande, por parte do governo, com a máxima transparência, estimulando a competitividade entre as empresas. E fique seguro que tudo passará bem na contratação dessas obras. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro Orlando Silva, vamos agora, mais uma vez, tentar conversar com a Rádio Cidade, de Fortaleza, no Ceará. Carlos Pontes, bom dia. Carlos Pontes? Eles estão ao vivo e não estão conseguindo ouvir a gente. Carlos Pontes? Daqui a pouco a gente tenta mais uma vez falar com Carlos Pontes, de Fortaleza, no Ceará. Ministro, eu queria aproveitar e perguntar para o senhor... Assim, a Copa vem, vem investimentos. Em relação ao meio ambiente, Ministro, uma preocupação que as pessoas têm: o que a Copa vai trazer de positivo para essas cidades que vão sediar o evento? MINISTRO ORLANDO SILVA: Veja, Kátia, há toda uma preocupação para que o Brasil faça, em 2014, uma Copa Verde, uma copa que tenha na sustentabilidade ambiental um eixo importante. Nós já tomamos algumas providências. Por exemplo, todos os estádios da Copa terão a certificação ambiental, por equipamentos, pelas características das instalações. Por exemplo, alguns deles utilizarão energia solar, captarão energia solar para a sua manutenção, se convertendo em uma espécie de uma usina. Quando não tiver atividade naquele estádio, poderão, inclusive, ofertar energia a sua cidade. Todos os estádios, praticamente, terão captação de água para reutilização, durante a manutenção, das suas atividades. Todos os estádios têm tido a preocupação de reaproveitar... Quando é uma modernização, uma reforma, os estádios têm trabalhado para reaproveitar os resíduos - concreto, ferro. Portanto, a construção dos estádios no Brasil foi marcada por uma preocupação ambiental forte. Segundo, quando falamos muito de transporte coletivo, queremos melhorar, o que orientou a seleção dos projetos para a mobilidade urbana foi estimular transporte coletivo, inclusive utilizando energias limpas, como veículos leves sobre trilhos, monotrilhos, que utiliza energia limpa, e haverá uso de biocombustíveis nos transportes, durante a realização do mundial. Portanto, eu diria que há toda uma temática ambiental, que vai marcar fortemente a preparação e a realização do mundial do Brasil, em 2014. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Você está ouvindo e assistindo o programa Bom Dia, Ministro. Esse programa é coordenado e produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. Ministro Orlando, vamos agora, de novo, à Bahia, sua terra, Salvador, agora, conversar com a Rádio Sociedade, de Salvador. Armando Mariani, bom dia! REPÓRTER ARMANDO MARIANI (Rádio Sociedade / Salvador # BA): Bom dia, Kátia e bom dia, Ministro Orlando Silva. Ministro, a imprensa tem noticiado, com muita insistência, atraso de obras, mas, pelo o que a gente está sentindo, o problema maior está relacionado aos aeroportos. O que o senhor poderia adiantar sobre esse problema dos aeroportos? MINISTRO ORLANDO SILVA: Veja, Armando, é um prazer falar contigo, com os amigos da Rádio Sociedade, da Bahia. Eu já comentei que aeroportos é um assunto que é importante, sobretudo porque o Brasil, Armando, você sabe, é um continente. O meio de circulação das 12 cidades da Copa será, sobretudo, usando o sistema aeroportuário. A presidenta Dilma vai utilizar modelo de concessão, que é um sucesso, no caso de energia, no caso de estradas, para atrair setor privado e ganhar tempo, porque a ação do setor privado, ela acaba sendo mais flexível, e os investimentos para a modernização dos aeroportos se darão em uma rapidez maior. A Infraero vai cumprir o seu plano de investimentos. Aí, em Salvador, por exemplo, haverá uma reforma no terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, haverá uma nova torre de controle. E assim como Salvador, 15 outros aeroportos receberão melhorias para aumentar a capacidade de operação desses aeroportos. O prazo é curto, mas o prazo é suficiente para nós modernizarmos 16 aeroportos, que formarão a estrutura básica durante a realização do mundial de 2014, Armando. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Você tem outra pergunta, Armando? REPÓRTER ARMANDO MARIANI (Rádio Sociedade / Salvador # BA): A gente corre algum risco, porque as exigências da FIFA, se elas não forem cumpridas na sua totalidade, a gente pode ficar fora. O senhor acredita nisso? MINISTRO ORLANDO SILVA: Não, Armando, eu creio que a FIFA, eles têm acompanhado sistematicamente a preparação do Brasil e sabem do esforço que o país faz para cumprir todas as suas recomendações. Para que você tenha uma ideia, Armando, na última sexta-feira, esteve, no Brasil, o Secretário-Geral da FIFA, Jérôme Valcke, e nós nos reunimos durante muitas horas lá, no meu gabinete, e conversamos sobre vários temas. Fizemos... Fechamos uma proposta de Lei Geral da Copa, que é a lei que vai organizar, orientar as atividades do Mundial da FIFA, aqui, no Brasil. Ele manifestou a preocupação dele com relação a assuntos, como aeroportos. Nós explicamos para ele, detalhadamente, as medidas que nós tomamos, ele ficou satisfeito, e também conversamos sobre estádios, que é o tema mais importante. E, felizmente, os estádios da Copa estão avançando num ritmo muito satisfatório. Eu creio que a virada de 2011 para 2012, a percepção sobre a preparação do Brasil vai mudar, porque o estágio de preparação das obras dos estádios, das arenas, vai ser completamente diferente. Eu tenho muita confiança, Armando, inclusive, uma confiança extraordinária na nossa Bahia, que vai dar uma contribuição importante para o mundial da FIFA. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro. Eu sou Kátia Sartório. Estamos, hoje, com o Ministro do Esporte, Orlando Silva, conversando com âncoras de emissoras de rádio do todo o país. Lembrando que o áudio dessa entrevista vai estar disponível ainda hoje, pela manhã, na internet, na página de Secretaria de Imprensa da Presidência da República. Vamos anotar o endereço: www.imprensa.planalto.gov.br. Ministro, já está na linha a Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Carlos Viana, bom dia. REPÓRTER CARLOS VIANA (Rádio Itatiaia / Belo Horizonte - MG): Bom dia. Bom dia, Ministro Orlando Silva. Ministro, eu gostaria que o senhor explicasse em mais detalhes para nós o que é e como, quais são a bases dessa Lei Geral da Copa e, também, nessa mesma resposta, nos dissesse se é verdade que a presidenta Dilma quer, agora, relatórios semanais sobre o andamento da Copa. O que está acontecendo? Ela não está satisfeita com o andamento do cronograma, as coisas não estão seguindo como a presidente deseja, Ministro? MINISTRO ORLANDO SILVA: Bom dia, Carlos. Bom dia, amigos da Itatiaia. Veja, primeiro que a presidenta Dilma, ela é uma gestora muito rigorosa e ela exige detalhes e informações consistentes sobre todos os temas da vida nacional. Isso é muito bom, porque o Brasil pode ter confiança de que todos os temas nacionais são tratados com absoluto rigor, com acompanhamento por parte do governo do Brasil. Então, eu creio que nós temos que celebrar a intensidade. E é um tema que, como você sabe, Carlos, motiva muito o interesse. Eu, sistematicamente, em todos os lugares que vou, são muitos questões, muitos perguntas. Eu creio que é muito importante que haja informação, haja transparência na preparação do Mundial do Brasil. Segundo, a Lei Geral da Copa, quando nós, Carlos, oferecemos à FIFA as garantias que ela solicitou, a FIFA nos pediu duas leis. A primeira lei, uma lei tributária, que falava das isenções para a FIFA, para os seus parceiros, para as regras tributárias no Brasil. Essa lei já foi votada e aprovada, no ano passado, e está em plena vigência. E a segunda lei, chamada Lei Geral, porque ela envolve todos os outros temas que não sejam tributos. Então, ali, você estabelece, por exemplo, o acesso de torcedores que portem ingressos para os jogos de FIFA de maneira facilitada, a facilitação para o acesso de profissionais de mídia. Você sabe, Carlos, são dezenas de milhares de profissionais de mídia, mas não só profissionais técnicos, médicos, entre outros, a técnicos que vêm participar, acompanhar o Mundial. A lei que trata sobre proteção de marcas e patentes de produtos ligados à FIFA. Enfim, um conjunto de regras operacionais, inclusive, que a lei procurará estabelecer as regras. Então, eu diria que é uma lei que trata de temas operacionais para o bom funcionamento do Mundial. E chama atenção, sobretudo, a marca, a defesa de marca de patentes, a defesa, a facilitação para acesso de visitantes, torcedores e profissionais, e as questões relativas à transmissão. A FIFA tem direitos de transmissão, que são vendidos e ofertados à emissoras de TV no mundo inteiro, e há uma série de regras, porque nós, inclusive, convencemos a FIFA para utilizar a lei do Brasil, que permite o flagrante jornalístico com muito mais liberdade que, inclusive, a maior parte dos países da Europa. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro. Eu sou Kátia Sartório. Estamos, hoje, com o Ministro do Esporte, Orlando Silva. Ele conversa com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Lembrando que a NBR, a TV do governo federal, reapresenta a gravação dessa entrevista ainda hoje, à tarde, com horários alternativos também nos finais da semana. Ministro, vamos, agora, a Curitiba, no Paraná, conversar com a Rádio Globo de Curitiba. Nelo Morloti, bom dia. REPÓRTER NELO MORLOTI (Rádio Globo / Curitiba # PR): Muito bom dia ao Ministro, bom dia, Kátia, é Nelo Morloti, da Rádio Globo, Curitiba. Ministro, o senhor esteve aqui, em Curitiba, por várias ocasiões, quando da implementação desse programa revolucionário, que é o Programa Segundo Tempo, que foi aplicado com grande sucesso. Eu digo foi, Ministro, porque o programa, agora, com o governo PSDB, o governador Beto Richa, que assumiu no último... no início desse ano, acabou interrompendo a aplicação desse programa em várias cidades do Paraná. Mas, quando da sua visita aqui, o senhor discutiu muito a questão da implementação de um ginásio de esportes ou pelos menos de um... Curitiba não tem um ginásio de esportes. Nós temos, aqui, o Ginásio do Tarumã, que pertence ao governo do estado, não é da cidade. E o senhor tinha um grande envolvimento, um grande entusiasmo para fazer com que Curitiba pudesse ter esse ginásio de esportes. Então, Ministro, a minha pergunta é a seguinte: como é que isso ficou? O senhor sente que isso é uma certa represália por estar, o senhor, num governo progressista, um governo diferente da atual gestão do governador Beto Richa? Como é que o senhor vê a questão da aplicação do Projeto Segundo Tempo e, também, da evolução da possível obra desse ginásio de esportes que Curitiba não tem, Ministro? MINISTRO ORLANDO SILVA: Veja, meu caro Nelo Morloti, um prazer falar contigo e com os amigos do Paraná. Veja, Nelo, não há nenhum tipo de restrição a parcerias entre o governo federal e o governo do estado do Paraná ou qualquer outro governo de estado em função de restrição política. Aliás, Nelo, é um desafio nosso fortalecer a democracia brasileira, estimulando que as parcerias aconteçam, independente do ponto de vista ideológico ou político dos gestores. Eu, quando estive com o governador Beto Richa e com o Evandro Roman, que é o novo secretário de Esportes, nós tratamos desse tema. É provável que nós possamos restabelecer as parcerias para a implantação do Programa Segundo Tempo no Estado do Paraná. E, quanto ao ginásio, que é uma reivindicação antiga de Curitiba, no final do ano passado, meados para o final do ano passado, numa visita que fiz ao Paraná, eu fui convencido de que o Paraná poderia inovar e construir um complexo esportivo para esporte paraolímpico, porque o Brasil não tem, ainda, um complexo de alto nível para o esporte paraolímpico, e este é um tema que nós tínhamos debatido com o governo do Paraná, com a bancada paranaense; inclusive, a nossa perspectiva é implantar, num prazo curto, esse centro, esse complexo esportivo paraolímpico, para que nós possamos ter uma referência internacional no Paraná. O Paraná já tem um importante hospital de reabilitação em Curitiba, que ainda está em fase de implantação, mas creio que esse hospital de reabilitação poderia, conectado com um centro esportivo de excelência, ter uma base paraolímpica importante. Mas, é claro, vamos continuar discutindo com a prefeitura, com o prefeito Luciano Ducci e com o governador Beto Richa, a questão do ginásio, porque o Tarumã é um ginásio que tem a capacidade aquém das necessidades da cidade de Curitiba. Não aconteceu, sobretudo, por restrição orçamentária do ano passado, mas continua no nosso radar. Nós queremos, no processo de preparação dos Jogos Olímpicos, estruturar uma rede nacional de treinamento, e isso deve permitir que o Paraná tenha, finalmente, um ginásio de alto nível, com uma grande capacidade para o bem do esporte paranaense. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Nelo, você tem outra pergunta? REPÓRTER NELO MORLOTTI (Rádio Globo / Curitiba # PR): Não, eu quero agradecer ao Ministro e me solidarizar com esta iniciativa, e dizer que a gente está aqui, sempre à disposição do Ministro, quando estiver em Curitiba, por favor, nos solicite. Abraço ao senhor, um abraço a você, Kátia. Bom dia. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Nelo Morloti, da Rádio Globo de Curitiba, no Paraná. Ministro, vamos, agora, ao Nordeste, de novo, a Mossoró, só que agora em Rio Grande do Norte, na Rádio Difusora de Mossoró, onde está Jota Nobre. Bom dia, Jota. REPÓRTER JOTA NOBRE (Rádio Difusora de Mossoró / Mossoró # RN): Bom dia, Kátia. Bom Dia, Ministro. O Rio Grande do Norte está inserido em locais onde haverá a Copa do Mundo de 2014. Natal, uma das cidades onde a obra estava mais, vamos dizer, parada, praticamente sem andar... O governo Rosalba Ciarlini, agora, está conseguindo, com o governo federal e empresas, finalmente dar início a obra. Ministro, algumas cidades querem, também, tirar proveito da fatia do bolo em relação ao turismo. Eu pergunto: cidades do interior do Rio Grande do Norte, como é o caso, propriamente, de Mossoró, de onde nós estamos falando, vai ter, também, uma participação? O que o governo espera em relação ao turista que vem ver os jogos, de outros países, que vem ao Rio Grande do Norte e, de repente, também, ter Mossoró como uma cidade beneficiada? O governo federal, com a tendência em parceria com empresas, está intencionando, realmente, colocar essas cidades no contexto da Copa do Mundo, Ministro? MINISTRO ORLANDO SILVA: Veja... Bom dia, Jota. Eu acredito que foi uma conquista para o Brasil a realização da Copa do Mundo em 12 cidades, porque, se fizéssemos em oito, mesmo em dez cidades, dificilmente poderíamos ter todas as regiões do Brasil participando, como o fato de termos 12 cidades vai permitir Copa no Pantanal, Copa na Amazônia, Copa fortemente no Nordeste. Então, eu creio que essa mesma conquista de nacionalizar a realização do Mundial com 12 sedes pode avançar, mobilizando muitas cidades para a fase anterior, de aclimatação das seleções. Você sabe, Jota, são 32 seleções que virão ao Brasil antes do Mundial acontecer, para se adaptar às condições climáticas, naquela fase de concentração das seleções. A FIFA deve escolher perto de 60 cidades, 60 cidades que vão se qualificar para receber essas seleções na fase anterior. Vai exigir que essas cidades ofertem rede hoteleira, porque, junto com as seleções, vêm muitos torcedores, sobretudo, profissionais de mídia; vai exigir que as cidades ofertem serviços com boa qualidade, e eu espero que cidades como Mossoró possam participar desse rol de cidades selecionadas pela FIFA para a fase de aclimatação das seleções. Além disso, há um plano importante, promocional, que o Ministério do Turismo, a Embratur, vão realizar, ofertando a nossa diversidade cultural, as nossas belezas naturais para os visitantes que virão até aqui. Serão mais de 600 mil visitantes, mais 3 milhões de brasileiros circulando pelo país em função do Mundial, em 2014. E também muitas cidades, como Mossoró, pela sua tradição, sua diversidade, terão a participação, digamos assim, indireta com a realização do Mundial da FIFA no Brasil. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro Orlando Silva, vamos, agora, ao Rio de Janeiro, conversar com a Rádio Record, do Rio. Willian Marques, bom dia. REPÓRTER WILLIAN MARQUES (Rádio Record / Rio de Janeiro # RJ): Bom dia a você. Bom dia, Ministro. Ministro, eu gostaria de saber sobre o item segurança, que é um assunto recorrente, agora ainda mais, com o ocorrido com o Obama. Como é pensada a segurança para a Copa do Mundo? MINISTRO ORLANDO SILVA: Willian, é um prazer falar contigo e com os amigos do Rio. Veja, Willian, segurança é um assunto importante e delicado em qualquer grande evento internacional, em qualquer cidade do mundo. Se você observar, Willian, quando acontece reunião de chefe de estado ou grandes seminários internacionais, sempre há um esquema de segurança diferente, independente de onde for a cidade que receba esse evento. Na Copa do Mundo, como disse, mais de 600 mil visitantes internacionais, dezenas de milhares de profissionais de mídia, evidentemente que um evento dessa magnitude exige, também, um esforço de segurança diferenciado. No Brasil, quem dirige a área de segurança pública, no Plano Nacional, é o Ministério da Justiça. Inclusive, deve ser criada uma secretaria especificamente focada na coordenação dos preparativos de segurança para a Copa de 2014, no âmbito do Ministério da Justiça. Uma secretaria que terá o papel de integrar as Forças de Segurança das 12 cidades, dos 12 estados que receberão a Copa da FIFA. Terá, provavelmente, um reforço, um apoio, o suporte das Forças Armadas, que têm um papel-chave, sobretudo em infraestrutura crítica, além do que é missão típica das Forças Armadas, e já há todo um trabalho de inteligência, de planejamento, que está em curso. Então, teremos, sim, Willian, um esforço extraordinário, um esforço especial de segurança para que aconteça com conforto, com segurança, o Mundial da FIFA. Isso tudo tem sido monitorado pela própria FIFA, que tem uma grande experiência na realização de outros eventos, e já há uma série de intercâmbios de Forças de Segurança do Brasil com Forças de Segurança de outros países, para que essa operação aconteça com o máximo rigor. É um tema delicado, porque você veja, Willian, eu estive na Copa da Alemanha, em 2006, e em Frankfurt, eu testemunhei a polícia inglesa uniformizada como polícia inglesa, fazendo apoio à segurança na Alemanha, pela importância que tem esse assunto para a realização do Mundial. No Brasil não vai ser diferente, será um mundial muito seguro. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro, eu gostaria de aproveitar e conversar com o senhor sobre o que aconteceu ontem na reunião do Conselho Nacional do Esporte, que é vinculado ao Ministério do Esporte e parece que o Bolsa Atleta teve uma extensão de recursos, ou seja, aumento de recursos para o Bolsa Atleta, para que ele também contemple outras modalidades. Como é que foi isso, Ministro? MINISTRO ORLANDO SILVA: Sim. O Bolsa Atleta é um programa que foi criado por lei, que permite que um atleta que não tinha patrocínio e que tinha um bom rendimento, que era o primeiro colocado, segundo colocado ou terceiro colocado da sua modalidade, esse atleta teria um suporte do governo, seja ele estudante, seja ele atleta de nível nacional, nível internacional e, no caso dos atletas olímpicos e paraolímpicos, todos os que participavam da edição anterior dos jogos olímpicos e paraolímpicos passavam nos anos seguintes a receber essa bolsa, desde que continuassem treinando e competindo, ou seja, é um programa que permite apoio direito ao atleta, que era uma reivindicação muito antiga da comunidade esportiva, que os recursos chegavam em entidades, mas não chegavam diretamente aos atletas. O que houve, Kátia, recentemente, foi primeiro uma correção de valores, então foi majorado os valores que são repassados aos nossos atletas. Segundo, nós definimos um foco maior nas modalidades olímpicas, paraolímpicas e nas modalidades pan-americanas, dos Jogos Pan-Americanos que esse ano, aliás, terá uma nova edição, a última foi no Rio, em 2007, esse ano será em Guadalajara. Criamos uma nova categoria de bolsa, chamada de Bolsa Pódio, que vai beneficiar os atletas de ponta do Brasil, que estão entre os 20 primeiros colocados no ranking da sua modalidade, e há um orçamento crescente para o Bolsa Atleta. Nos últimos anos, Kátia, todos os atletas que se habilitaram para participar do programa receberam a bolsa. Então, eu creio que é um programa que é um sucesso, aliás, é um caso de estudo internacional, alguns países têm pesquisado a experiência brasileira, o próprio Comitê Olímpico Internacional, e é um caso de sucesso. Nós introduzimos uma novidade, que agora os atletas também serão submetidos a exames antidoping, que é o exame que checa se o atleta tem se conduzido adequadamente no que diz respeito a substâncias que ingerem, impedindo que algum desavisado utilize alguma substância que ofereça uma vantagem indevida. Esta é uma novidade do Bolsa Atleta desse ano. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Então, todos os atletas vão passar por esse exame antidoping, e eu gostaria que o senhor explicasse para a gente como esse exame vai ser realizado. É feito uma parceria com alguma universidade, não é isso? Uma universidade do Rio de Janeiro? MINISTRO ORLANDO SILVA: Sim, existe... O Brasil, na América do Sul, há dois países que são credenciados pela Agência Mundial de Combate ao Doping, o Brasil e a Colômbia. São dois países que têm laboratórios. O Brasil, o seu laboratório, o Ladetec, está situado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e o Ladetec, que teve um apoio importante do governo para modernizar seus equipamentos, é quem compete aplicar ou realizar os testes de combate ao doping. Eu falo do combate ao doping, é um assunto importante, porque isso tem a ver com a saúde dos nossos jovens. Muitas vezes, você percebe alguns jovens que se iludem com consumo de uma substância ou outra, achando que vão ganhar massa muscular, vão ganhar vigor e, na verdade, o uso de substâncias indevidas pode repercutir negativamente na saúde desses jovens, sobretudo. Ainda mais no caso de atletas, e os atletas jogando limpo, inibindo a utilização dessa substância, servem como exemplos para estimular a atividade física saudável, sem nenhum tipo de ingestão de drogas, porque isso é um tipo de droga que repercute negativamente para a saúde dessas pessoas. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro Orlando, vamos agora a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a Rádio Bandeirantes, onde está a Vanessa Gonçalves. Bom dia, Vanessa. REPÓRTER VANESSA GONÇALVES (Rádio Bandeirantes / Porto Alegre # RS): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministro. Bom, Porto Alegre é uma das cidades-sede da Copa do Mundo, e aqui, entre nós, gaúchos, nós estamos bem preocupados, a sensação é que nós não estaremos preparados a tempo. Então, Ministro, o senhor que conhece a realidade de todo o país, eu queria saber qual é a sua concepção, aqui, sobre o estado, em todos os aspectos: infraestrutura, segurança, enfim, Rio Grande do Sul, Porto Alegre, está conseguindo se preparar bem? Entre as demais cidades, é uma das que está se articulando melhor ou pior? E, caso há problemas, na sua concepção, o que precisa melhorar mais para que nós consigamos vencer esse desafio? MINISTRO ORLANDO SILVA: Veja, Vanessa, prazer falar contigo, com os amigos do Rio Grande do Sul. Vanessa, a preocupação vai ser permanente até 2014. O Brasil deve entregar o país com uma boa estrutura, com oferta de serviço de qualidade, e até lá teremos que trabalhar muito. Porto Alegre é uma cidade que tem um bom nível de organização, você sabe que a Copa acontecerá no Estádio Beira Rio, o estádio do Internacional, que já demoliu praticamente todo o anel inferior do estádio na reforma que faz hoje, já consolidou a infraestrutura, a externa ao estádio, que vai ser fundamental para a cobertura e a tendência é que as obras do Beira Rio andem mais rápido, porque como você sabe a direção do Internacional, que originalmente previa um investimento direto do clube, decidiu fazer uma parceria com empresa privada, o que vai aumentar a capacidade, vai aumentar o ritmo das obras do estádio. Na cidade de Porto Alegre, o prefeito Fortunati apresentou a proposta de algumas intervenções urbanas no acesso, sobretudo, ao Estádio Beira Rio. Serão oito projetos que facilitarão, criarão, na verdade, uma alternativa para chegar ao Estádio do Beira Rio, e que tem um ritmo bom. A concentração dessas obras está, sobretudo, no ano de 2012, porque você sabe, Vanessa, que há um cronograma, não é? A prefeitura tem o seu projeto, seu plano, seu cronograma e, há poucos meses, estive, em fevereiro, estive com o prefeito Fortunati e vi que a execução das obras está concentrada no final de 2011 e no começo de 2012; o seu início e a entrega, a maior parte delas, da quase totalidade, antes da Copa das Confederações, em 2013. E o Aeroporto Salgado Filho terá ampliação de pista, terá a utilização de um novo terminal. O terminal dois do Aeroporto Salgado Filho, que, hoje, praticamente é aviação executiva, que é aquele terminal que, antigamente, era o principal do aeroporto, será completamente reformulado e será aumentada, assim, a capacidade do Aeroporto Salgado Filho, que é, também, um assunto importante. E eu diria também, Vanessa, que é uma coisa bacana, muito positiva que eu vi no Rio Grande, sobretudo na região da Serra Gaúcha, é uma mobilização das cidades para receber seleções na fase anterior. Muitas cidades da Serra Gaúcha estão preparando-se para receber essas seleções. Eu entendo as suas preocupações, elas são as minhas também, mas eu tenho muita confiança no trabalho de Porto Alegre. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro, eu sou Kátia Sartório e o nosso convidado de hoje é o Ministro do Esporte, Orlando Silva. Ele conversa com âncoras de emissoras de rádio de todo o país, neste programa que é multimídia; estamos ao vivo no rádio e na televisão. Ministro, vamos, agora, conversar com a Rádio Nova Aliança, aqui, de Brasília, onde está Isabel Fidelis. Bom dia, Isabel. REPÓRTER ISABEL FIDELIS (Rádio Nova Aliança / Brasília # DF): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministro. Ministro, eu queria perguntar quanto a abertura e a final da Copa do Mundo. A FIFA divulgou que serão definidas no dia 29 de julho, em uma reunião do Comitê Organizador. O senhor acredita que o andamento das reformas dos estádios terá um grande peso na definição de quem vai abrir a Copa do Mundo e fechar? MINISTRO ORLANDO SILVA: Veja, Isabel, este é um assunto da FIFA e que vai ser debatido ainda muito. A FIFA deve escolher a cidade da abertura e do encerramento mais adiante. Agora, em julho, o que deve acontecer é a definição das sedes da Copa das Confederações, que é aquele torneio que acontece um ano antes do Mundial, portanto acontecerá em 2013, e a FIFA deve escolher quatro ou cinco cidades que receberão a Copa das Confederações. Eu imagino que a definição das cidades da abertura e do encerramento talvez ainda leve um pouco mais de tempo. Hoje, você sabe, Isabel, que Brasília, Salvador, São Paulo e Belo Horizonte são quatro cidades que se colocaram para participar da abertura, há muita gente falando que o Rio de Janeiro poderia ser a cidade do encerramento, mas este tema ainda é um tema em estudo pela FIFA, e eu sei que, na hora adequada, haverá uma definição sobre qual deve ser o destino da abertura do Mundial. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Você tem outra pergunta, Isabel? REPÓRTER ISABEL FIDELIS (Rádio Nova Aliança / Brasília # DF): Sim, Kátia. Em relação às Olimpíadas, eu queria que o Ministro falasse a respeito da criação da Autoridade Pública Olímpica. MINISTRO ORLANDO SILVA: Veja, Isabel, Autoridade Pública Olímpica é um compromisso do governo brasileiro, na verdade, dos governos brasileiros, da prefeitura do Rio, do governo do Estado do Rio e do governo federal. Autoridade Pública Olímpica, você sabe, é um consórcio, é uma pessoa jurídica própria que representa os três governos. No Brasil, a Lei dos Consórcios estabelece o rito de organização deles. Então, foi assinado um protocolo que estabelece qual é a missão, o objetivo desse consórcio, e foi subscrito pelos três chefes do Poder Executivo. Depois, este protocolo foi examinado pelo Parlamento, o Congresso Nacional, Assembleia do Rio e a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, ratificado este protocolo e, nesse instante, a fase é de formalização jurídica do consórcio. A partir daí, a presidenta da República deve encaminhar ao Senado Federal um nome para ser sabatinado no Senado e aprovado; a presidenta Dilma convidou o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para ser o presidente dessa Autoridade Pública Olímpica e eu creio que é uma questão de semanas para a indicação do presidente Meirelles, para a avaliação do Senado Federal, e até junho, é muito importante que tudo isso esteja consolidado, por quê? Porque em junho virá ao Brasil, pela segunda vez, a Comissão Coordenadora dos Jogos Rio 2016, que são representantes do Comitê Olímpico Internacional, que avaliam todos os aspectos da preparação do Mundial da FIFA. Portanto, o nosso horizonte é que até junho desse ano, nós tenhamos funcionando plenamente a Autoridade Pública Olímpica, que é quem é responsável pelo gerenciamento da infraestrutura e dos serviços que serão entregues ao mundo em 2016. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro, e o nosso convidado de hoje é o Ministro do Esporte, Orlando Silva. Ministro, vamos, agora, conversar com a Rádio São Francisco 670 AM, de Anápolis, em Goiás. Nilton Pereira, bom dia. REPÓRTER NILTON PEREIRA (Rádio São Francisco 670 AM / Anápolis # GO): Muito bom dia para você também, bom dia a todos os ouvintes. Bom dia especial ao Ministro Orlando Silva que, inclusive, já esteve aqui, por Anápolis, algumas vezes. Ministro, uma pergunta de todos nós, goianos, com toda a certeza, é quanto à participação na Copa do Mundo de 2014. O Estádio Serra Dourada, aqui, em Goiânia, é tido como uma espécie de reserva para que o nosso estado, numa eventualidade, possa sediar, também, pelo menos uma sub#sede da Copa do Mundo. Isso seria possível, Ministro? MINISTRO ORLANDO SILVA: Veja, Nilton, o goiano é apaixonado por esporte, é apaixonado pelo futebol, tem um belo estádio, que é o Serra Dourada, e eu espero que o Serra Dourada se modernize para que seja uma referência para os clubes goianos. E, claro, Goiás tem sempre a possibilidade de participar do projeto de Copa. Se você lembrar, Nilton, antes de os jogos oficiais começarem, você tem uma série de eventos que acontecessem, você tem uma série de amistosos que envolvem equipes que participarão do mundial, você tem a fase de preparação dessas seleções. E em todas essas fases, eu acredito que Goiás pode ter uma participação. Aliás, Goiás receberá, daqui a poucas semanas, a Seleção Brasileira de Futebol, o que mostra a força, a tradição que tem essa cidade e estado no caso do futebol. Então, eu imagino que Goiás pode participar, sim, de alguma maneira, do projeto nas fases preparatórias, na fase dos amistosos, mas não está no meu horizonte, Nilton, que haja qualquer tipo de mudança na decisão da FIFA das 12 cidades escolhidas. O que nós temos que fazer é trabalhar muito para que cada cidade confirme o compromisso firmado com a FIFA e ofereça as condições de estrutura e de serviços pactuadas com a entidade internacional. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Você tem outra pergunta, Nilton? REPÓRTER NILTON PEREIRA (Rádio São Francisco 670 AM / Anápolis # GO): Teria, sim, mais uma pergunta, rapidamente, ao Ministro, uma coisa mais pontual aqui de Anápolis, Ministro. A nossa cidade está se caracterizando como um centro do esporte especializado. Nós temos aqui um belo ginásio, o Ginásio Nilton de Faria, que é homenagem a um ex#vereador aqui da cidade, e que nos dois últimos anos tem sediado competições importantes, competições oficiais de basquete, de vôlei, de handebol e outros esportes especializados, isso graças ao apoio do seu Ministério, o Ministério dos Esportes. O senhor teria uma palavra de ânimo, de exaltação para os anapolinos? Este apoio, nós, anapolinos, poderemos continuar contando com ele por parte do seu Ministério? MINISTRO ORLANDO SILVA: Com certeza, Nilton. Eu creio que Anápolis, pela importância que tem no Brasil, uma grande cidade em um estado importantíssimo, vai ter cada vez mais relevância. Você veja, quando Brasília ficou impedida de fazer a final da Liga Nacional de Basquetebol foi Anápolis que recebeu esta final, um jogo extraordinário com uma torcida muito vibrante, estádio lotado. Então, eu creio que Anápolis deve ser, cada vez mais, um destino para eventos esportivos de todo o Brasil, eventos de bom nível, de nível nacional. E espero que esses eventos também motivem a atividade física, o esporte aí na cidade. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro Orlando, eu queria conversar um pouquinho com o senhor sobre a Lei de Incentivo ao Esporte. A gente sabe que ela foi criada em 2007, já beneficiou muita gente, muito recurso foi investido, e eu queria perguntar para o senhor: para este ano, qual a expectativa do Ministério de recursos por meio dessa lei? MINISTRO ORLANDO SILVA: Veja, Kátia, durante mais de 20 anos, o esporte brasileiro reivindicou um incentivo fiscal. Assim como vários setores da indústria para se implantar tiveram incentivos fiscais, assim como a cultura teve a Lei Rouanet, antiga Lei Sarney, depois Lei Rouanet, Lei do Audiovisual, que são instrumentos que estimulam empresas e até pessoas físicas a investir em projetos culturais e deduzi-lo do imposto de renda. Felizmente, em 2006, nós aprovamos a Lei de Incentivo ao Esporte no Congresso Nacional. E o que essa lei permite? Permite que uma empresa possa apoiar um atleta, apoiar um clube, apoiar um evento, um torneio, apoiar uma iniciativa ligada ao esporte, e em todas as suas dimensões, seja o lazer, a recreação, o esporte competitivo. E o investimento que você faz nesse apoio você pode deduzir 100% daquilo que você paga de imposto de renda. Ou seja, se uma empresa, eventualmente, ofertar R$ 100 mil para um torneio que acontece em uma determinada cidade, ela pode deduzir os mesmos R$ 100 mil da cota que pagaria de imposto ao governo, 100% de dedução, o que é uma forma de estimular o setor privado a apoiar projetos esportivos, insisto, em todas as suas dimensões. A resposta das empresas foi extraordinária. No primeiro ano, com a lei muito pouco conhecida, nós já tivemos R$ 60 milhões de doações, de patrocínios, utilizando essa lei. No segundo, evoluímos para 70. O terceiro ano, já houve um salto para R$ 120 milhões, e no ano passado, que foi o quarto ano, chegamos a R$ 185 milhões. Esse ano, esperamos ultrapassar a barreira dos R$ 200 milhões investidos em projetos esportivos e esperamos que nós nacionalizemos a lei, porque, aos poucos, os estados têm apresentado projetos, as empresas de várias regiões, não só do centro#sul do Brasil, têm dado maiores aportes. E, dessa maneira, nós fazemos aquilo que a presidenta Dilma quer, não só o estado utilize, apoie, o esporte, mas o setor privado, a sociedade, também ajude a apoiar um atleta, um clube, um evento e, dessa maneira, possa se alinhar com a estratégia de desenvolvimento do esporte no Brasil. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro, ainda falando de investimentos, mas voltando para a Copa. Qual a estimativa de investimentos diretos por causa desse evento esportivo da Copa de 2014 e também de atrair turistas estrangeiros aqui para o Brasil? MINISTRO ORLANDO SILVA: Veja, se nós considerarmos investimentos em infraestrutura, como falei, estádios, mobilidade urbana, transporte, aeroportos, portos, infraestrutura de telecomunicações; se nós considerarmos investimentos em serviços, em qualificação profissional, em segurança, em fornecimento de energia e de saúde, é possível que nós cheguemos a perto de R$ 47 bilhões de investimentos em função da preparação do Mundial da FIFA, parte disso investimento público, parte disso investimento privado. E o importante é que esses R$ 47 bilhões investidos têm repercussão em toda a economia. Há repercussão indireta na economia, há recirculação dos recursos, porque quando você investe na construção de uma obra como um estádio, você vai investir na... Repercute na área siderúrgica, na área de cimento, na área de equipamentos, podendo chegar, Kátia, a R$ 185 bilhões o impacto indireto da realização da preparação desse mundial. Também muito importante para nós, a geração de empregos. Copa do Mundo significa 700 mil novos empregos gerados no Brasil em função da preparação e da realização desse Mundial, por isso que eu creio que é uma oportunidade de antecipar investimentos para o Brasil, que, mais cedo ou mais tarde, o país teria que fazer. Há tempos se fala de aeroportos, mas o fato da Copa ter dia e hora marcado para começar acabou estimulando que o governo tomasse novas medidas, acaba estimulando o setor privado a fazer mais investimentos e antecipar a melhoraria das condições de vida da população brasileira, investimentos que, mais cedo ou mais tarde, o país teria que fazer. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro, a gente falou, até agora, bastante sobre os aeroportos, mas e os portos? Parece que agora também há toda uma movimentação para incluir os portos, ou seja, estimular que as pessoas também venham de navio para o Brasil para esse evento. É isso? MINISTRO ORLANDO SILVA: Sim, nós temos sete portos no Brasil que serão objeto de investimentos: o porto de Santos, em São Paulo, o Rio de Janeiro, o porto de Salvador, o de Recife, o de Fortaleza, o de Natal e o de Manaus. Esses sete portos receberão pouco mais de R$ 700 milhões de investimentos. Focados em quê? Focados em terminal de passageiros. Se nós observarmos os dados recentes, nós vamos ver que cresce muito a participação dos cruzeiros marítimos na costa brasileira, passa a ser um assunto de maior interesse por parte da nossa população, para o turismo, para o lazer. E nós teremos, com esses investimentos, terminais turísticos adequados nesses sete portos. Isso serve para a circulação no país, secundariamente, serve também secundariamente como leitos temporários, porque quem queira pode hospedar#se em navios que, hoje em dia, são instalações superconfortáveis. E depois que a Copa passar teremos o legado de ter terminais turísticos confortáveis em alguns dos principais destinos do Brasil, que sediam esses portos. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro, agora falando sobre modernização de portos e aeroportos, o Senado Federal está discutindo, nesses próximos dias, a questão de simplificar... É uma proposta que o governo enviou para simplificar alguns ritos de compras governamentais, contratos de licitações. O senhor acredita que isso vai facilitar todo esse processo? MINISTRO ORLANDO SILVA: Veja, Kátia, é muito importante que o estado brasileiro possa, permanentemente, estar se modernizando. O Brasil tem uma lei de licitações, que é a lei que organiza as compras governamentais, e essa lei é muito importante, ela estimula a concorrência entre as várias empresas, essa lei reduz custos, reduz preço com as licitações que são realizadas. E esses eventos, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, são eventos datados, e o objetivo nosso é que nós tenhamos transparência nas licitações, tenhamos concorrência, competitividade nas licitações, mas, ao mesmo tempo, nós queremos ter menos burocracia nas licitações. Por isso que a Câmara dos Deputados examina, nesse momento, um rito simplificado, um rito que inclusive bebe na experiência internacional, na experiência de Londres, que é a experiência mais recente. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Isso não quer dizer, Ministro, que não vai haver a licitação, não está excluindo. MINISTRO ORLANDO SILVA: Não quer dizer, não. Continuará havendo licitação no Brasil para as obras públicas, para os serviços públicos. O que nós vamos fazer é criar um regime diferenciado de contratações, um regime diferenciado de compras, para que as licitações aconteçam com a máxima transparência, com a máxima competitividade, mas com um rito mais rápido. Eu vou dar um exemplo para você. Quando foi, aliás, criada a lei de licitações não havia a internet na difusão e no alcance que tem hoje, mas, depois, foi criado o pregão eletrônico. O pregão eletrônico é uma licitação virtual, é um leilão virtual que é realizado. O que nós queremos? Queremos aumentar a capacidades, a utilização desses pregões eletrônicos, que é o leilão virtual. Nós queremos usar métodos como inversão de fases, porque hoje é assim: você examina a situação jurídica da empresa, vê a proposta técnica e depois vê o preço. Nós queremos inverter, porque invertendo, começando pelo preço, quem tiver o menor preço, nós vamos ver o projeto; se tiver adequado, vamos ver a situação jurídica; se tiver adequada, a empresa está contratada. Se você faz no rito de hoje, você leva quase o dobro do tempo. Como nós vamos colocar o foco no preço e depois ajustar a qualidade, só de fazer essa inversão de fase da licitação já ganhamos um tempo enorme. Por isso nós vamos manter a competitividade das empresas, a transparência, mas acelerar o processo de contratação dessas obras. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro, vamos, agora, rapidamente, conversar com Walter Lima, da Rádio Nacional AM, aqui de Brasília. Bom dia, Walter. REPÓRTER WALTER LIMA (Rádio Nacional AM / Brasília – DF): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministro. É rápido também, já que o tempo está se esgotando. Se fala muito no legado que as obras da Copa do Mundo e também das Olimpíadas vão ficar para a nossa nação. E eu pergunto ao senhor: caso tenhamos também, nesse legado, um despertar de interesses por parte de novos atletas, novos técnicos, o Brasil está preparado para atender esse contingente que, com certeza, há de despertar para a prática esportiva, Ministro? MINISTRO ORLANDO SILVA: Veja, Walter, com certeza. E você falou uma coisa muito importante, há um foco muito grande em obras, na infraestrutura, e tudo o que for feito de infraestrutura é bom, porque ficará depois que a Copa passar, mas tem dois grandes legados que são importantes. Primeiro, o esporte ganhou uma centralidade muito maior na agenda nacional. Nunca se falou tanto de esportes no Brasil quanto nos dias de hoje. Isso é muito importante, porque tem gerado uma rede de gestão pública, secretários estaduais, secretários municipais, tem permitido mais recursos para investimentos em políticas sociais como o programa Segundo Tempo e outros programas que ofertam esporte e lazer para as crianças e jovens do Brasil. Tem se falado mais, hoje em dia, em esporte especial para as pessoas com deficiência, com necessidades especiais. E tudo isso vai ficar como legado depois que a Copa, as Olimpíadas passarem. Teremos uma melhor infraestrutura, o tema terá mais relevância na agenda nacional, será objeto de mais políticas públicas. E eu diria, Walter, que outra dimensão que é legado também, que é intangível, porque não é edificação, é a autoestima do brasileiro. O brasileiro terá em 2014 e 2016 a comprovação de sua capacidade de fazer, da sua capacidade de realização. Eu tenho certeza que ficaremos mais orgulhosos depois de realizarmos com sucesso esse eventos do mundo. E ficará também como legado a imagem do Brasil no mundo. Esses eventos são as maiores plataformas de promoção que um país pode ter. O Brasil é conhecido como um país hospitaleiro, feliz, alegre, que sabe receber, mas passará o mundo a ter outra visão do Brasil, como país capaz de realizar uma democracia moderna, um país com estabilidade, portanto, um país que está pronto para ter um papel mais relevante no plano internacional. São legados intangíveis, a autoestima e a promoção do Brasil no mundo. É um legado importante os ganhos para o esporte, e tudo também ficará depois que esses eventos passarem, Walter. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro Orlando Silva, do Esporte, muito obrigada por sua participação, mais uma vez, em nosso programa. MINISTRO ORLANDO SILVA: Eu que agradeço, Kátia. É muito importante conversar com a população brasileira. Agradecer a todos os jornalistas que participaram dessa conversa e mandar um grande abraço aos brasileiros que nos acompanharam. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Ministro. E a todos que participaram conosco, meu muito obrigado e até a próxima edição.