Agronegócio contará com mais de R$ 156 bilhões para a próxima safra
Agronegócio contará com mais de R$ 156 bilhões para a próxima safra
O valor representa o maior volume de recursos da história e significa uma alta de 14,7% em relação à safra anterior. Os principais eixos do plano, que começa no dia 1º de julho deste ano e vai até 30 de junho de 2015, baseiam-se no apoio estratégico aos médios produtores, à modernização das propriedades rurais, à pecuária de corte e à agricultura sustentável. A presidenta Dilma Rousseff reafirmou o compromisso do governo com os investimentos para melhorar as condições de armazenagem e escoamento da safra.
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Publicado em 13/12/2016 16:07
Apresentador: Olá, bom dia! Eu sou o Luciano Seixas e começa agora mais um Café com a Presidenta Dilma. Bom dia, Presidenta!
Presidenta: Bom dia, Luciano, e bom dia pra você que nos acompanha aqui no Café hoje.
Apresentador: Presidenta, a senhora lançou na semana passada o Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2014/2015, com um grande volume de recursos pra financiar nossos produtores rurais, não é, presidenta?
Presidenta: É verdade, Luciano. São R$ 156,1 bilhões para financiar a nossa produção agrícola e pecuária, quase, Luciano, 15% a mais que a safra passada. Esse é o investimento do tamanho do agronegócio brasileiro. A cada ano nós temos ampliado os recursos para apoiar o nosso produtor rural. Para você ter uma ideia, Luciano, o total de crédito que vamos liberar nesta próxima safra é 10 vezes o montante oferecido na safra 2001/2002, anterior ao governo do presidente Lula.
Apresentador: É um apoio enorme para o produtor rural, presidenta.
Presidenta: É sim, Luciano. São muitos recursos, e com taxas de juros muito atrativas. Veja só, na safra 2001/2002, os juros variavam de 8,75% a 10,75% ao ano. Hoje, os juros estão praticamente pela metade, entre 4% e 6,5%. Quero reafirmar, Luciano, uma coisa que eu tenho dito em todas as safras: não faltará crédito para os nossos produtores. Se todo o crédito previsto for utilizado, nós vamos oferecer mais recursos. Nossa agricultura e nossa pecuária, Luciano, são exemplos de sucesso. Somos líderes mundiais na produção e exportação de café, açúcar e suco de laranja. Somos também os maiores exportadores de soja, carne bovina e carne de frango. Luciano, sem dúvida, há motivos de sobra para termos orgulho do nosso agronegócio.
Apresentador: Presidenta, como ficou o crédito para os médios produtores??
Presidenta: Vamos oferecer, Luciano, R$ 16,7 bilhões em crédito para essas faixa de agricultores e pecuaristas. São 26,5% a mais do que na safra passada, e com juros, Luciano, de 5,5% ao ano, juros praticamente negativos. Por muito tempo, não houve no Brasil uma política específica para o médio produtor, que ficava imprensado entre o pequeno, da agricultura familiar, para o qual tinha política, e o grande, da agricultura comercial, para o qual também havia política. Nós mudamos essa história, e desde a safra 2010/201, nós oferecemos condições diferenciadas de crédito para os médios produtores. Eles são importantes para a economia do país, sabe, Luciano? E especialmente para as economias dos municípios em que atuam. Isso acontece, Luciano, porque geralmente o médio produtor vive na região onde produz. É ali que ele compra máquinas, equipamentos agrícolas, insumos, movimenta a economia local.
Apresentador: Tem novidade para a pecuária, presidenta?
Presidenta: Olha, Luciano, uma das novidades do Plano Agrícola e Pecuário para o próximo período é que nós vamos financiar a aquisição de animais para engorda em confinamento. Além disso, Luciano, nós oferecemos crédito para o pecuarista adquirir e reter matrizes, o que evita o abate precoce. Com essas linhas de crédito estamos atendendo reivindicações dos pecuaristas. Aliás, Luciano, esse plano, como todos os outros, é fruto do diálogo com os produtores e os criadores. As demandas do setor chegaram até a nós, e todas foram contempladas.
Apresentador: Agora, presidenta, fala para a gente sobre o financiamento para a compra de máquinas e equipamentos.
Presidenta: Luciano, nós reativamos o Moderfrota, programa do BNDES que oferece crédito barato para a compra de máquinas novas. Somado ao PSI Rural, que é o Programa de Sustentação do Investimento, serão R$ 8 bilhões para aquisição de colheitadeiras e tratores. Outra iniciativa para estimular o uso de novas tecnologias é o fortalecimento do Inovagro. Agora há R$ 1,7 bilhão para financiar a agricultura de precisão, o cultivo protegido de hortifrutigranjeiros, e a automação da avicultura, da suinocultura e da pecuária leiteira. Isso é importante para evitar perdas e melhorar ainda mais a produtividade da nossa agropecuária. Sabe, Luciano, o Brasil é show de bola em produtividade agrícola. Em 12 anos, pra você ter uma ideia, enquanto a produção agrícola aumentou 97,5%, ou seja, quase 100%, a área plantada cresceu apenas 43%. Isso só é possível porque conseguimos produzir mais em uma mesma área, o que aumenta a nossa competitividade e ajuda a preservar nossos recursos naturais.
Apresentador: Presidenta, como o Brasil está produzindo cada vez mais, o governo tem apoiado a melhoria das condições de armazenamento e escoamento das safras?
Presidenta: Tem, sim, Luciano. A exemplo do que já aconteceu no ano passado, neste ano, novamente nós vamos ter R$ 5 bilhões para financiar a construção e ampliação de armazéns privados, com juros de 4% a 5% ao ano. Quanto ao escoamento da safra, nós estamos agindo de várias maneiras. Investimos na duplicação e modernização de rodovias, na construção de ferrovias, na melhoria de nossas hidrovias, porque precisamos de uma infraestrutura de transporte adequada ao tamanho do Brasil. Na quinta-feira passada, por exemplo, eu inaugurei o trecho original da Ferrovia Norte-Sul. Lançado há 27 anos atrás, ia de Açailândia, no Maranhão, até Anápolis, em Goiás. São 1.560km. Na verdade, no meu governo, nós construímos o trecho que liga Palmas, no Tocantins, a Anápolis, em Goiás, e esse será um importante canal de escoamento da safra. Na sexta-feira foi realizado, com êxito também, o leilão de concessão de um trecho da BR-153, que liga Anápolis à Aliança do Tocantins, mais um impulso ao transporte das safras do Centro-Oeste. Além disso, este ano fizemos o acompanhamento completo da safra escoada pelo porto de Santos, lá em São Paulo. Uma das medidas que nós adotamos, Luciano, foi o agendamento da chegada dos caminhões no porto. O caminhão chega no porto, tem lugar garantido no estacionamento, dali, vai direto para o navio, o que evita congestionamentos. Foi por isso que não vimos na televisão aquelas cenas de grandes filas nas estradas. Agora em abril o índice de agendamento no porto de Santos foi de 95%. Para aliviar a pressão sobre os portos das regiões Sudeste e Sul, economizar combustível e diminuir os custos do transporte, nós vamos ampliar o embarque a partir dos portos da região Norte. Assim, com o apoio do governo e o esforço dos nossos produtores, a agricultura brasileira vai ganhar em produtividade, vai garantir o abastecimento do nosso mercado e, Luciano, vai ajudar o mundo a ter acessos a alimentos.
Apresentador: Presidenta, não podemos deixar de falar no apoio à agricultura sustentável.
Presidenta: Com certeza, Luciano. No Programa ABC, que é a Agricultura de Baixo Carbono, nós aumentamos o limite de crédito de R$ 1 milhão para R$ 2 milhões por agricultor, Luciano, para financiar práticas sustentáveis de produção. Sabe quais são essas práticas, Luciano?
Apresentador: Quais são, presidenta?
Presidenta: São o plantio direto na palha, por exemplo, a recuperação de pastagens degradadas, a integração lavoura-pecuária-floresta e o tratamento de resíduos animais. Nosso objetivo é que, além de liderar a produção de várias culturas, nos tornemos também o país produtor que mais respeita o meio ambiente.
Apresentador: Presidenta, infelizmente o nosso tempo acabou. Obrigado por mais esse Café com a Presidenta.
Presidenta: Luciano, quero deixar um recado importante para os nossos produtores. Desde o início deste mês, está em vigor o CAR, que é o mecanismo criado pelo novo Código Florestal, que significa Cadastro Ambiental Rural. É um importante instrumento para a regularização ambiental das nossas propriedades rurais. Eu recomendo a todos os produtores que façam o CAR. Além de ter mais segurança para produzir, quem faz o registro no CAR pode tomar até 15% a mais de crédito para o custeio da produção. Obrigada, Luciano. Uma boa semana para você e um abraço para os nossos ouvintes, especialmente par os nossos queridos e as nossas queridas agricultores e pecuaristas. Até a semana que vem, Luciano.
Apresentador: Obrigado, presidenta. Você que nos ouve pode acessar o Café com a Presidenta na internet. O endereço é www.brasil.gov.br. Nós voltamos na próxima segunda-feira. Até lá!