Ministério da Saúde alerta sobre contaminação de peixes
Ministério da Saúde alerta sobre contaminação de peixes
Pescados coletados em três de quatro pontos na Bacia do Rio Branco, localizada no estado de Roraima e no Amazonas , apresentaram concentrações de mercúrio.
15-02-23 -- É NOTICIA - AMERICA MELO - MERCURIO PESCADO.mp3
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Publicado em 15/02/2023 07:51
O ministério da Saúde divulgou que os pescados coletados em três de quatro pontos na Bacia do Rio Branco, localizada no estado de Roraima e no Amazonas , apresentaram concentrações de mercúrio maiores ou iguais ao limite estabelecido pela FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, e a OMS, Organização Mundial da Saúde.
A conclusão é de um estudo desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz, Fundação Oswaldo Cruz , do Instituto Socioambiental , do Instituto Evandro Chagas e da Universidade Federal de Roraima.
A pesquisa alerta que a contaminação é tão alta para algumas espécies de peixes carnívoros, como o Filhote, e que já não existe nível seguro para o seu consumo, não importando a quantidade ingerida.
Segundo os pesquisadores , essas altas taxas de contaminação observadas, provavelmente, são decorrentes dos inúmeros garimpos ilegais de ouro instalados nas calhas dos rios Mucajaí e Uraricoera.
O estudo aponta que 45% do mercúrio usado em garimpos ilegais para extração de ouro é despejado em rios e igarapés da Amazônia, sem qualquer tratamento ou cuidado.
O mercúrio liberado de forma indiscriminada no meio ambiente pode permanecer por até cem anos na natureza, provocando diversas doenças em seres humanos e animais.
O consumo de peixes na região continua sendo possível para espécies como o matrinxã, aracu, jaraqui, pacu, jandiá e outras. Entretanto, a recomendação para crianças e mulheres em idade fértil é que estas espécies devem ser consumidas com moderação, para evitar riscos à saúde.
A pesquisa aponta que peixes como o barba chata, coroataí, filhote, piracatinga e pirandirá são carnívoros com risco muito alto de contaminação e devem ser consumidos no máximo em uma porção de 50 gramas, uma vez ao mês.
A recomendação é que mulheres grávidas evitem o consumo dessas espécies durante toda a gravidez.
Dourada, mandubé, liro, pescada, piranha preta e tucunaré também são peixes carnívoros com alto risco, não devendo o consumo exceder duzentos gramas por semana.
As espécies de peixes não-carnívoros como curimatã, jaraqui, matrinxã e pacú apresentam médio e baixo risco e demandam menos restrições para o consumo. Podem ser consumidos em porções de até trezentos gramas por dia.
Da Rede Nacional de Rádio em Brasília